Godzilla – The Planet Eater
Huuhhhhh…………….
Lembram de Godzilla – Planet of the Monsters?
E de Godzilla – City on the Edge of Battle?
E de como a qualidade do filme caiu bruscamente de um para o outro?
O mesmo ocorre aqui.
Relembrando. No primeiro filme vemos como os humanos e seus aliados alienigenas são obrigados a deixar o planeta depois do ataque total dos kaiju, voltando anos depois, entretanto, graças a dilatação espaço tempo da viagem, milhares de anos se passaram na Terra, um planeta dominado por monstros.
Os humanos liderados pelo obcecado Haruo enfrentam e depois de uma luta desgracenta, destroem Godzilla, apenas para descobrir que aquele era um filhote do verdadeiro, um treco que agora era maior que uma montanha.
No segundo filme, o que resta das forças humanas tentam destruir o chamado “Godzilla Earth” usando o que deveria ter sido MechaGodzilla, agora uma cidade inteira feita de nanomáquinas. Ao mesmo tempo descobrem os estranhos humanos descendentes dos que permaneceram no planeta, o plano dos alienigenas Bilusaludos (hauhuahuahuahua esse nome…) e a profecia dos Exif sobre o Devorador de Planetas.
Claro que era o King Ghidorah, as imagens publicitárias não tentaram esconder isso, até porque seria inutil.
No primeiro filme, Metphies, o sumo sacerdote dos aliens Exif, menciona que o mundo deles foi destruido por monstros, da mesma forma que o dos Bilusaludos. No segundo ele deixa escapar o nome do destruidor, Ghidorah.
Aqui, através do pensamento de Metphies, vemos niilismo num grau que faria Rick e Morty parecer a Noviça Rebelde, já que Metphies revela que Ghidorah foi invocado pelos Exif para destruir tudo. E eles estão fazendo o mesmo aqui.
A tão esperada luta entre Godzilla e Ghidorah acaba sendo tão emocionante quanto a luta entre Godzilla e Mecha Godzilla no filme anterior. Espero que tenham notado a ironia.
Porque da mesma forma, não há uma luta. As cabeças de Ghidorah vem do espaço, agarram Godzilla e ficam ali, sugando a energia dele. Godzilla entretanto não consegue toca-las, pois para ele são intangiveis. Essa não-batalha ocupa um tempo brutal do filme.
E quando Haruo consegue anular a intangibilidade de Ghidorah, Godzilla o despacha sem dificuldade.
Tal como nos outros filmes, há muito espaço para filosofia aqui e esse parece ser o ponto central do filme. Há uma corrida para tentar ajudar o mal menor (Godzilla no caso. É preferivel a um monstro transdimencional destruidor de planetas), sim, claro. Há também a trama na nave colonia, com os Bilusaludos tentando assumir o controle, os Exif convertendo os humanos para sua fé e todos culpando Haruo pelos seus problemas mais comezinhos.
Mas é a filosofia que parece ter destaque real aqui.
A visão desse filme sobre King Ghidorah acaba dividindo minha opinião. Por um lado me desagrada o fato de não haver uma luta pelo proprio conceito do bicho aqui. Mas esse mesmo conceito é muito interessante. Ghidorah é alguma coisa lovecraftiana extradimencional, cuja mera presença aqui fode completamente as leis da fisica como as conhecemos.
O filme termina de forma bem agridoce, embora se pensar bem, é quase como se toda a trilogia não tivesse saido do lugar. Talvez eu tenha sido muito duro lá em cima. Mesmo com a imperdoável ausencia de uma luta real entre kaiju, tem uns bons momentos.
Mas ainda assim, é um filme razoável entre esses três, e como filme do Godzilla, sim, é ruim. Quase diria um dos piores.
Talvez uma futura animação do Grande G entregue mais luta de montros e menos filosofia.