Eu Sou a Lenda
“Post sobre livro sem figurinhas? Vocês enlouqueceram?”
Calma, amiches, o livro tem só 75 páginas, vamos pegar leve no começo.
O fim do ano chegou e trouxe junto as tão sonhadas férias. E então, é hora de quê? Bebidas, festas e mulheres? Praia, sol e curtição? Lareira, vinho e e um Sauvignon? Nada disso, meu jovem padawan, é hora de tentar ler/ver/ouvir/jogar todos os 3.786.440.537 livros/revistas/discos/jogos que você ganhou/comprou/baixou/roubou durante o ano todo!
E pra começar com o o pé dereitcho, uma leiturinha leve.
Em 1954 foi publicado pela primeira vez o livro “Eu Sou a Lenda”, escrito por Richard Matheson. O conto narra o dia a dia de Robert Neville, provavelmente o último ser humano vivo na face da terra. Em algum período que seja aproximadamente o início do ano de 1975 (naquela época esse ano significava “um futuro próximo”) uma praga assolou toda a América e provavelmente o resto do mundo também. O resultado disso não poderia ser pior: algum tempo após a morte as pessoas voltavam à vida, tendo como único objetivo a busca por sangue. Alguns mortos também retornaram de suas tumbas e também apresentando o mesmo modus operandi.
A vida de Neville é uma eterna rotina. Durante o dia ele passa reparando os estragos na sua casa, fazendo colares de alho para pendurar na porta e procurando mantimentos. Durante a noite ele passa o tempo todo bebendo como se isso fosse resolver os seus problemas e ouvindo música, enquanto do lado de fora as criaturas rondam a sua casa, jogando pedras e batendo em sua porta.
As criaturas ficam na maior parte da história em papel secundário. O principal é Neville, sua solidão, raiva, amargura e desespero. Quanto mais o tempo passa, mais o isolamento transforma o último humano do mundo em um ser cada vez mais humano. Matar não passa a ser mais um peso na consciência, não tira o sono nem a fome. Viver ou morrer também não é mais uma discussão que mereça refletir.
Outra coisa muito interessante é a explicação científica para o fenômeno vampiresco. Matheson criou uma base usada posteriormente tanto em livros , filmes e o caralho a quatro não só de vampiros, mas de zumbis também.
O livro ganhou 3 adaptações cinematográficas: “The Last Man on Earth” de 1964, “The Omega Man” de 1971 e “I Am Legend” de 2007. Além disso o livro serviu de base para a criação do clássico “A Noite Dos Mortos Vivos” de 1968, dirigido pelo pai dos zumbis modernos George Romero.
Pra quem curte uma boa literatura de terror, uma leitura obrigatória. Se você curte filmes de terror clássicos aqui também serve pra entender de onde vieram vários conceitos. Larguem a preguiça, deixem a revistinha da Turma da Mônica de lado e aproveite. E se você já está de saco cheio de vampiros afeminados esse conto é pra lavar a alma!