Estreia – Supergirl
Então a série da Supergirl estreou na semana passada.
Já vou soltando a real. Se você não esperar muito, não vai se decepcionar. O seriado é ruim? Não chega a ser, mas vai ter que melhorar para merecer uma segunda temporada.
A origem é a clássica da Era de Prata com algumas modificações. Kara Zor-El é mandada para a Terra para cuidar do bebê Kal-El, já que ela tem uns doze anos. Mas devido à um problema, o foguete dela é jogado na Zona Fantasma e ela chega à Terra mais de vinte anos depois do planejado.
Kal-El, já em sua identidade de Superman a encontra e a deixa aos cuidados da família Danvers. Ela cresce e se torna assistente de Cat Grant (Calista Flockhart de Ally Mcbeal), uma grande empresária da mídia.
Kara acha que não precisa usar seus poderes, pois acredita que o mundo está seguro com a presença do primo, mas um acidente de avião a força a voltar a usar seu poder e a joga em uma luta entre uma organização militar secreta criada para conter ameaças meta humanas e um grupo de fugitivos da prisão da Zona Fantasma.
Esse é todo o episodio piloto. Mais ou menos.
Supergirl(Melissa Benoist), a atriz é condizente, ou seja bem gata. Mas a escolha do modo de agir da personalidade de Kara Danvers é clichê, par dizer o minimo. Ela é o Clark Kent atrapalhado e meio apagado. Dá pra entender porque ela não luta bem, no entanto. Ela não é uma combatente ainda. Mas pelo menos, ela voa desde já.
O restante do elenco é inconstante, com alguns atores convencendo e outros não. O ator que faz Jimmy Olsen é um exemplo positivo. Não ouvi mimimi sobre ser um ator negro e tal e o cara pelo menos soube criar um Olsen diferente. Apesar de que tem um Jimmy Olsen mais Jimmy Olsen, Winslow Schott, o amigo que ajuda Kara. Esse é mais “meh”.
A irmã adotiva de Kara, Alex Danvers (Chyler Leigh) também é um pouco “meh” mas tem algum potencial, pois é ela que tenta manter a Supergirl fora do ramo de super heroína. A chefe de Kara é genérica.
Interessante é ver como Kara implica com o nome “Supergirl” quando ela ouve. Na sua opinião, deveria ser Superwoman, pois “girl” teria uma conotação que inferioriza a mulher. Esse é um assunto sério lá nos EUAses. Duas heroínas em particular ficaram no meio do fogo cruzado dessa discussão, anos atrás. A Mulher Invisivel, antes Garota Invisivel (no Brasil sempre foi Mulher Invisivel) e a primeira identidade de Jean Grey, Marvel Girl.
Interpreta-se que uma “Garota” seria menos que uma”Mulher”. Neuroses americanas típicas.
Voltando.
É interessante a presença de Hank Henshaw como diretor do Departamento de Operações Extranormais (D.O.E.), o grupo do governo criado para vigiar meta humanos. Nos quadrinhos, Hank Henshaw era a forma humana do vilão Super Ciborgue. E pode ser um sinal ou não, mas o amigo de Kara, Winslow Schott, esse é o nome do Mestre dos Brinquedos.
Os efeitos especiais são bem mais ou menos. Com alguns pendendo para o menos. É compreensível que o orçamento seja um pouco mais apertado do que outras séries de heróis, pois fazer uma pessoa voar de forma convincente ainda parece o mais complicado. Então parece que a grana está dedicada à isso, ao voo, com outras partes um pouco mais prejudicadas.
O uniforme é claramente inspirado no clássico, mas com a infeliz paleta mais escura dos filmes atuais.
As cenas de ação também são inconstantes. As cenas de luta são pífias, mas, como disse antes, pode ser simplesmente por falta de experiência da Supergirl. Mas outras cenas, como o resgate do avião, são bem feitas.
Potencial há. A série pode seguir o caminho das outras séries da DC, que estão indo bem e trilhar o seu próprio caminho.