Ainda dá tempo de xingar?

Esquadrão Suicida parecia ser um filme pra ajudar a Warner a sair da merda, algo simples e descompromissado cheio de personagens desconhecidos do grande público pra ver se levanta a moral da megacorporação que sugou a alma da DC. Mas, pra variar, não foi dessa vez.

Eu estava empolgado com esse filme, pretendia até vê-lo no cinema, porém com a minha mudança para outra cidade (que não possui cinema), e os preparativos para a viagem ao Rio Grande do Sul isso não foi possível. E depois veio a enxurrada de críticas negativas, a nota cada vez mais  deprimente no Rotten Tomatoes e os comentários de desapontamento vindo de pessoas que eu não imaginava que eram capazes de xingar um filme da DC, gente que defende com unhas e dentes aquela bomba chamada Batman Vs Superman. Será que o filme poderia  ser tão ruim assim?

Ainda com a minha esperança de que algo divertido residia ali naquela película, me mantive inabalável. E foi aí que veio a pá de cal. Jared Leto, da maneira mais polida possível, disse que não ficou muito contente com o resultado final de seu personagem, e que muitas de suas cenas foram cortadas. Depois a Warner veio a público dizer que o filme sofreu profundos cortes para reduzir o seu tempo, e que talvez isso tenha interferido no  resultado final, e que planejam lançar uma versão sem cortes. Sinceramente, não fode!

No fundo eu acho que tudo isso, além da óbvia parcela garantida à incompetência de executivos que trabalham com um material o qual não  fazem a mínima ideia de como utilizar, também é culpa dos fanboys. Pensa bem, o estúdio faz um filme pra ganhar muita grana, e sabe que vai conseguir isso mesmo que ele seja um lixo, pois os fanboys vão consumir o lixo e exaltá-lo. Mas tem a crítica, que antes estava ao lado do estúdio, mas com a sucessão de cagadas agora está malhando o judas. Então o estúdio pede um “perdão pelo vacilo” e fala que vai relançar o filme com o conteúdo que falta. Agora os mesmos fanboys retornam às salas de cinema como zumbis para assistir algo pelo qual já pagaram, e o estúdio, mesmo fazendo cagada, lucra em dobro.

Se for pra lançar um filme todo esquartejado e semanas depois relançá-lo em sua versão completa, vou continuar assistindo a versão completa, e pirata. Se eles não respeitam o consumidor, porque o consumidor tem que respeitá-los?

E quanto ao filme?

Simples, é uma merda. Mal editado pra caralho, possui uma ótima trilha sonora que não consegue ambientar o espectador, é quase impossível se simpatizar com algum personagem. Nem dá pra xingar a história porque não tem história nenhuma, é só tiro, porrada, bomba e piada sem graça. O problema aqui não é explicar pouco, é não explicar nada. O filme corre mais ou menos assim: flashback/ação/flashback/história/flashback/flashback/ação e história/toma mais flashback, filho da puta! Michael Bay faria melhor e isso não é um elogio. E o Coringa? É a pior adaptação já feita do personagem, a única coisa maneira é que ele ri igual ao Peter Griffin.

Não sou crítico de cinema, não tenho formação, conhecimento ou vida amarga para tal, mas não precisa ser crítico pra perceber que esse filme é uma bosta. Para todos que dizem que os críticos estão errados, que o que importa é a bilheteria, isso deve ter um fundo de verdade, pois aquela merda de TDKR tem boas críticas. Agora com licença que vou ali assistir Dredd pra limpar minha memória.