Escape Room [RESENHA]

Pensei que eu ia querer escapar da sala de cinema, mas…

Eu sempre aceito os convites para cabines de imprensa de filmes de suspense e terror porque, mesmo que o filme seja muito ruim, eu vou me divertir. Vou rir em momentos impróprios, fazer várias piadas na minha cabeça e tentar colocar a maior parte delas aqui. Filme ruim é alegria! Filme ruim é amor!

Só que existem aqueles que me pegam de surpresa e lá pelo meio eu penso “Ei! Mas esse filme devia estar ruim e não tá!”, como foi com A Casa do Medo: Incidente em Ghostland. E ao iniciar Escape Room – que eu jurei que seria uma bomba e tava pronto para me divertir com isso – vejam só vocês: aconteceu de novo!

Aproveitando a modinha dos escape rooms, que são aquelas salas temáticas cheias de enigmas que as pessoas (que pagam uma quantia considerável de dinheiro para ficarem trancadas dentro) precisam decifrar para que possam sair, como se fosse um videogame ao vivo, ou um board game cujos peões somos nós, em Escape Room, seis desconhecidos que, aparentemente, nada têm em comum, recebem um convite para participar de um rolê muito louco desses valendo a bagatela de 10 mil dólares para quem conseguir escapar primeiro.

Vale lembrar aqui que eu aceito os convites de cabine de imprensa desses filmes de terror sem olhar elenco, nem trailer, nada. Eu vou no escuro, que é para que a experiência seja surpreendente – para o bem ou para o mal.  Aí no desenrolar do filme aparecem Deborah Ann Woll, Tyler Labine e Nik Dodani (o amigo alívio cômico daquela série bacaninha Atypical, da Netflix) para se juntar aos outros três atores desconhecidos, cujas backstories foram contadas no primeiro ato, e a coisa foi ficando interessante.

A verdade é que o filme já começa interessante, com um in media res maroto que mostra um dos personagens tentando escapar de uma sala que está aos poucos diminuindo de tamanho e esmagando todos os móveis, como uma versão vitoriana do compactador de lixo do Star Wars. E aí quando ele nos leva ao jogo em si, a gente vai vendo que os rooms dos quais os personagens precisam escapar têm elementos que conectam com as histórias pregressas de cada um dos personagens, mostradas em flashbacks, e que a ideia do organizador do jogo é que ninguém saia dali vivo, como se fosse uma mistura de Jogos Mortais com O Albergue, só que legal.

Outra verdade é que Escape Room não é bem um filme de terror. Não tem nada ali pra meter medo no espectador, nem os famigerados jump scares que o público médio tanto associa ao medo na hora de ver um filme desse gênero. Ele está mais para um thriller de ação, na mesma vibe da franquia Premonição, ou O Cubo. São situações premeditadas e totalmente improváveis dando certo, como se o garotinho do Esqueceram de Mim tivesse crescido e investido na psicopatia para ganhar dinheiro matando gente em escape rooms.

Pesquisando, eu vi que existem mais dois filmes chamados Escape Room, ambos de 2017, cuja procedência eu desconheço (mas que devem ser tão ruins que eu tô me coçando para ir atrás), mas este é uma produção da Sony que estreia dia 7 de Fevereiro, é exagerado, engraçado (às vezes… Eu rio, né?) e muito divertido! Diferentemente de O Cubo, ele tem explicação e deixou gancho para sequência. É diversão garantida. Filme de verão, para ver com os amigos com um refrizão e a maior pipoca que o cinema tiver.