Poucos personagens tiveram uma origem mais infame, exceto talvez, sei lá, Abradolph Lincler.

Deadpool foi criado por Fabian Niciesa (poatz…) e Rob Liefeld (a promotoria encerra meretissimo)  e aparentemente seria uma sátira ao Exterminador da DC.

Particularmente eu duvido. Nenhum desses dois tem capacidade para entender o que é uma paródia quanto mais fazer uma.

Afinal, o metodo criativo de ambos devia ser algo assim:

Nicieza – Rob, precisamos de um sujeito fantasiado para uma historia, rabisca alguma coisa.

Liefeld – abluérééé´(para melhor compreensão, vamos traduzir a linguagem do “artista”) serve esse desenho do Homem Aranha?

Nicieza – Carai… mas não parece nada com o Aranha… vai servir então. Só me fala o que são essas coisas nas costas dele.

Liefeld – Ah, são suas espadas-aranha, e isso são os rifles-aranha e esses bolsos são para guardar  coisas.

Nicieza – O fluido de teia?

Liefeld – O fluido de quê?

Enfim, Deadpool surgiu como coadjuvante nas histórias da X-Force, servindo como guarda-costas de um inimigo do Cable, um sujeito misterioso chamado Tolliver.

Ele já tinha algumas das características que iriam defini-lo, mas em estado muito bruto. Não daria para esperar muito desse pessoal mesmo.

Ele falava muito durante as lutas, “para confundir os inimigos” supostamente, usava armas e espadas e usava um uniforme parecido com o do Aranha.

“Pelo Imperador! Acabem com os hereges! Comam os nachos!”

Ele continuou aparecendo (♫royalties…♫ lá lá lá) e eventualmente acabou fazendo sucesso. Foi quando ele ficou mais definido. As coisas que ele falava durante as lutas passaram a ser piadinhas e ele foi indo mais para o humor, ainda que suas primeiras histórias solo tivessem um toque de drama.

Com o tempo, as piadas foram evoluindo, até que o personagem atingisse a forma atual, com as vozes na cabeça e as tramas absurdas.

Os principais responsáveis por isso, que meio que definiram o Deadpool foram os roteiristas Joe Kelly e a estranha fase de Gail Simone, essa fase por sinal, é notável justamente por definir bem o que o personagem se tornaria. É igualmente notável que normalmente Simone é contratada para escrever personagens femininas e consegue apenas um punhado de historias ruins e clichezentas. O Deadpool ela mandou bem.

Vou agora me colocar como alvo, mas acho que pode-se afirmar um fato. O Deadpool parece ser o único personagem da Marvel, criado a menos de 30 anos que atingiu alguma real popularidade. E não foi por falta de tentativas por parte da editora. Ele é, resumindo e lá vem as pedradas, o mais popular personagem da Marvel criado nos anos 90.

Afinal, quem lembra do Falcão de Aço? Ou do Radical?

E então vamos para o cinema.

Desde que interpretou (modo de dizer) o Deadpool sem boca e escrotizado no filme do Wolverine, Ryan Reynolds parece ter tornado um filme do Deadpool uma meta de vida.

Isso pode ser demonstrado não só pelo comprometimento do cara com o personagem, mas com um boato recente.

Algum tempo atrás, vazou um teste de efeitos que mostrava o Deadpool pulando de uma ponte, lutando com uns caras e tals. Uma versão um pouco alterada dessa cena acabou indo para o filme.

Há boatos que o próprio Reynolds teria vazado esse teste, como forma de pressionar a Fox a seguir com o filme.

Dado a forma como esse cara estava doido para esse filme sair, é uma possibilidade. Se ele fez isso, ou se teria condições para tal proeza, já é outra discussão.

E finalmente, o filme em si.

Não assisti ainda.