Darth Maul – Sentença de Morte
Aquelas coisas que a gente compra quando não tem nada mais na banca que chama atenção.
Não tem banca de jornal grande na cidade pra qual me mudei a alguns meses, então eu exercito o meu vício comprando encadernados da Mythos de preços absurdos na Amazon ou então a cada duas semanas eu vou para a minha cidade, e acabo passando em uma banca que eu frequentava regularmente lá. Uma vez fiquei um mês sem passar por lá, e acabei saindo com uma sacola cheia e pesada com revistas e lágrimas pelo dinheiro gasto, mas ultimamente as coisas andam meio sem graça, com nada além de uma Coleção Histórica Marvel ou Lendas do Universo DC me chamando a atenção.
Esse fim de semana parecia mais um daqueles que eu iria sair de mão abanando da banca, mas aí eu dei de cara com esse encadernado em capa cartonada de Star Wars narrando uma história do sith com o visual mais foda de todos os tempos. Na hora me veio um papo que rolou no Facebook sobre o top de vendas dos EUA desse mês, onde a DC limpou o chão com a cara da Marvel, que emplacou apenas a número 1 do top, justamente uma revista de licenciamento tendo o Darth Maul como figura central. Mesmo não sendo a revista em questão, resolvi adquirir pra ver se estão finalmente fazendo algo bom com Star Wars nos quadrinhos.
Na história, ambientada no terceiro ano das Guerras Clônicas, Maul sobreviveu ao embate contra Obi Wan, apesar de ter perdido a metade inferior do seu corpo. O mesmo foi resgatado pelo seu irmão, Savage Opress e levado para Dathomir, sua terra natal, onde recebeu auxílio e um par de pernas mecânicas de Mãe Talzin (uma das principais siths do universo SW). Agora ele e seu irmão viajam pela galáxia espalhando caos e destruição. Justamente por seu comportamento nada discreto, uma recompensa foi posta pela sua cabeça, e a busca pelo responsável por tal afronta o leva até o planeta Moorjhone.
Em Moorjhone, Maul encontra Ja’Boag, dono da companhia de mineração que explora o urânio de Moorjhone e o responsável pela recompensa. O conhecimento de Ja’Boag da existência de Maul também desperta o interesse do Conselho Jedi, que envia os mestres Judd e Salmara, além do padawan Drey. Lá eles enfrentam Maul, que os neutraliza, mas acaba ferido e tem que fugir, deixando seu irmão Opress aprisionado para trás. À beira da morte, o sith é resgatado pelos habitantes de Moorjhoune, que acreditam que ele é o alienígena profetizado a expulsar Ja’Boag e recuperar as cavernas, de urânio, o único lugar habitável, já que a superfície é calcinada de tempos em tempos pelos três sóis do sistema. Fim da resenha até porque não tem mais muita coisa pra falar.
Os quadrinhos de Star Wars possuem um longa tradição de serem uma merda. Os melhores podem ser considerados chatos pra caralho, esse é o elogio máximo. E tipo, não é como se fosse uma incursão ou outra na nona arte, tem quadrinhos de Star Wars sendo lançadas desde os anos oitenta, a grande maioria uma merda. Com a compra da LucasArts pela Disney, era de se esperar que muita coisa fosse reescrita, o que deixa um fiapinho de esperança no coração surrado dos fãs de que agora eles melhorem um pouco a qualidade. Mas não foi dessa vez.
Vejam bem, não é uma história ruim, nem de longe foi a pior coisa que eu já comprei (cof cof… Cavaleiro das Trevas 3… cof cof…), só é sem graça. Não é rum, mas também não é bom, acaba sendo bem nhé. A arte está muito legal, as capas são sensacionais, mas o roteiro é bem qualquer coisa. Pelo menos é uma história fechada, pois com certeza eu não gastaria mais 19 pila num outro encadernado pra ver a continuação. Enfim, acho que temos uma evolução positiva, o que era uma merda hoje é só sem graça. Quem sabe um dia, com muito esforço, saia algo legal.