O que eu posso fazer? É só isso  o nome do encadernado!

E um bom encadernado, por sinal. Escrita por Brian Azzarello e ilustrada pelo fodão Lee Bermejo, a história começa de uma maneira bem simples e estranhamente comum, com o palhaço do crime sendo liberado mais uma vez da Arkham. E nesse momento ponto pro roteirista, que não se deu ao trabalho de explicar esse absurdo tão comum nos quadrinhos, ele simplesmente compartilha da perplexidade que o leitor deveria estar sentindo.

Como âncora e principal ponto de vista apresentado na revista, quem narra tudo é Johnny Frost. E quem é Johnny Frost?  A resposta é simples: Johnny Frost é um merda, um ladrãozinho qualquer que nunca fez nada de produtvo na vida e agora não possui mais nada nem ninguém. Mas Frost acha que agora tomou a decisão correta ficando ao lado do antigo chefe, justamente quando todos os outros o tinham apunhalado.

O Coringa não possui mais nada, está zerado e coma roupa do corpo. Como todos pensavam que ele dessa vez iria apodrecer no hospício, seu império do crime foi desmantelado e dividido entre seus antigos capangas. Sério que esses caras não aprendem? Coringa então parte com a ajuda de Crocodilo, Alerquina e Frost para retomar o que é seu.

Não tenho muita coisa a dizer, apenas que é uma história boa. Muito boa, pra falar a verdade. O roteiro de Azzarello é muito bem escrito, a maneira como Frost vê o Coringa e a maneira fora de padrões do criminoso agir são o ponto forte. Sobre a arte de Bermejo também não tem muito o que dizer, o cara desenha absurdamente bem,  e nas páginas onde o mesmo também é arte finalista vale a pena gastar um tempinho a mais analisando os detalhes. AA estética escura e até meio suja de Bermejo casou perfeitamente com a ambientação de Gotham.

Não lembro quanto paguei no encadernado (faz tempo que comprei), mas é uma boa aquisição. Recomendo.