Corações de Ferro -Fury

Ideais são pacíficos, História é violenta.

Faz tempo que não via um filme tão honesto quanto Corações de Ferro. Algumas criticas falaram de “violência excessiva”. Talvez esses idiotas devessem lembrar que aquilo era uma porra de uma guerra, e um sujeito atingido por um morteiro explode. Mas por outro lado, algumas dessas mesmas criticas trocaram os nomes dos personagens. Não dá pra esperar muito mesmo.

Mas enfim.

A história se passa nos últimos tempos da guerra na Europa, nos estertores finais da Alemanha Nazista, que está nas cordas, mas ainda revida com agressividade e Hitler usava tudo que podia, inclusive crianças como sua defesa de desespero.

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Em meio a esse caos, o tanque liderado pelo sargento Don Collier (Brad Pitt), retorna depois de perder todo o pelotão de blindados do qual fazia parte e seu piloto assistente. Para substitui-lo, chega Norman Ellison (Logan Lerman), que, tendo sido retirado algumas semanas atrás de um cargo burocrático, nunca disparou uma arma.

Norman logo é apresentado aos seus simpáticos colegas da tripulação, Biblia (Shia LaBeouf), artilheiro e pregador ininterrupto, o mexicano Gordo (Michael Pena) que nem é tão gordo e Coon-Ass (Jon Bernthal), que é uma mistura do Stiffler e do Guy Gardner. É a transformação de Norman de burocrata em soldado que o filme registra. Mas não é bonito de se ver.

A vida deles depende do tanque, chamado de Fury (o nome americano do filme), e a “casa” deles como mencionam em alguns momentos. O Fury é um tanque Sherman modificado (até com uns troncos de árvore como “blindagem extra”, modificações em campo de batalha eram comuns ) e mais armas. O que ainda não os tornava páreo frente à frente com os tanques alemães, incluindo o monstruoso Tiger (e esse foi o primeiro filme a mostrar um Tiger original no cinema e é atualmente, o único Tiger operacional do mundo).

Esse é o Fury

Esse é o Fury

 

Os personagens são tão humanos que chega a ser difícil gostar deles o tempo todo. Don odeia os nazistas com tanta intensidade que chega a assustar. Sei que nazistas não merecem nada melhor, mas Don é um caso especial, pior que Aldo Raine (de Bastardos Inglórios).

E nunca pensei, realmente nunca pensei que veria um filme gostável com o Shia Labuff. Mas talvez, talvez quem sabe ele possa ter aprendido algo com o sr. Jolie. Ele teve que ralar muito até provar que tinha talento. Eu tinha um baita preconceito com o cara até ver Lendas da Paixão (que por causa do nome infeliz eu pensava ser só um filme de romance). Talvez haja esperança para Shia la Buff. Talvez porque tenham justamente evitado de escalar ele no papel que ele mais tem feito, o de bostão.

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Esse papel ficou com Logan Lerman, e é uma coincidência, acredito, pois, vi a atuação dele e, em alguns momentos pensei, “caramba, esse sujeito… é o Peter Parker!” e li, alguns minutos atrás (do momento que estou escrevendo) que ele é um dos cotados para ser o novo Aranha.

E um detalhe. Aqueles tiros brilhantes, não são, como disse um imbecil filho de um chucrute sentado perto de mim no cinema, “Que mintira manu, us tanque tão atirando raio”. São balas traçantes, ou traçadoras, e servem pro atirador saber com mais precisão para onde estão indo as balas, sendo disparadas a intervalos regulares. Claro, você não tem obrigação de saber disso… SE UM PERSONAGEM NÃO TIVESSE EXPLICADO ESSA MERDA POUCOS MINUTOS ANTES!

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De toda forma, Corações de Ferro merece ser assistido e só faz pensar como seria bom ter um filme, não um documentário, um filme sobre a participação brasileira na segunda guerra, algo que foi contra todas as espectativas. Enquanto isso o cinema nacional sobrevive de comédias ruins…