Conan – Nascido No Campo De Batalha

Há anos que eu queria pôr as mãos nesse encadernado.

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Em 2003, a Dark Horse anunciou que era detentora dos direitos de publicação de Conan, que anteriormente pertenciam à Marvel, e também anunciou que publicariam histórias novas do cimério. Para tal recrutaram Kurt Busiek, profundo admirador tanto dos quadrinhos quanto da obra literária de Robert E. Howard, e o desenhista Cary Nord e o colorista fodão Dave Stewart. O resultado não poderia ser melhor, e para muitos se equiparou até à consagrada fase de Roy Thomas com desenhos de John Buscema.

Porém Nord é um desenhista que precisa de um prazo maior para executar um bom trabalho, então a Dark Horse planejou uma edição tapa buraco quando fosse necessária, também com roteiros de Busiek e que mostraria uma parte na cronologia do personagem nunca antes abordada: o período do nascimento até o momento em que Conan parte de sua terra natal para conquistar o mundo, aos 16 anos. Para tal o desenhista escolhido foi Greg Ruth, que desenhou as seis edições dessa minissérie que levou 3 anos para ser concluída (lançada entre fevereiro de 2004 e novembro de 2007).

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A primeira vez que Mythos lançou esse encadernado foi em 2008. Na época eu ainda estava começando a minha coleção e Conan não era nem de longe uma leitura que me atraía. O  tempo passou e quando tive conhecimento dessas histórias por scan fiquei louco para tê-las em mídia física, mas estava esgotada há muito tempo. A edição que possuo agora é a segunda, lançada em 2014 e que quase nunca se encontra disponível para venda, mas com época de promoção chegando as editoras acabam reimprimindo material que é venda certa. Até Miracleman 4 que estava esgotada há meses voltou a ser vendida, mas esse é assunto para outro post.

É difícil discorrer sobre uma história assim sem parecer baba ovo, mas Busiek fez um dos trabalhos da sua vida em Conan, tanto na série regular quanto nessa minissérie. Chamá-la de tapa buraco é um insulto, geralmente histórias tapa buraco são aquelas edições que você pula ou lê sem muita vontade, o que não ocorre aqui. O roteiro é preciso, e a arte uma tanto “suja” de Ruth aliada a uma palheta de cores apoiada em marrom e tons  pastéis consegue transcrever exatamente como um leitor de Conan sempre imaginou a Ciméria, um lugar severo, onde viver não é nada fácil.

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A vida de Conan é épica desde os seus primeiros minutos de vida, quando ele literalmente nasce entre mortos e feridos em um campo de batalha. Desde cedo se destaca como uma criança diferente das outras, um líder natural e um jovem que espera mais da vida que o seu povo, contentes com a vida de nômade e as batalhas por território. A ação presente é como deve ser, suja e bruta. Nesse ponto dois momentos se destacam, a viagem do cimério ainda garoto ao amaldiçoado Vale Brita e a Batalha de Venarium, presente do sexto e último capítulo.

A edição, como sempre, é padrão Myhos de qualidade. Ela conta com um um prefácio de Greg Ruth, uma posfácio escrito por Ed Brubaker e uma pequena nota final de Busiek. Também possui uma entrevista breve com o autor e o caderno de esboços do desenhista comentado pelo mesmo. Infelizmente o preço também é padrão Mythos de qualidade, 69 Golpinhos do Temer. Enfim, Nascido No Campo De Batalha é  uma ótima história do Conan, leitura obrigatória para fãs do personagem e uma ótima pedida para apreciadores de bons quadrinhos, mas o preço acaba sendo o fator decisivo para esse ser mais um encadernado apenas para colecionadores.

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Godoka
29/08/2016