Cemitério Maldito [resenha]

Vou confessar aqui: eu não tava dando a mínima pra esse remake de Cemitério Maldito que estreia nesta quinta (9/5).

Desde que Stranger Things usou a fonte das capas dos livros de Stephen King – para referenciar o autor como uma das muitas influências da trama -, parece que se reavivou um hype “kingzístico”, que ganhou ainda mais força com o sucesso do remake do IT. Não que isso seja uma coisa ruim, afinal a obra do cara é foda e ele é pai de vários clássicos maravilhosos, como Carrie (que eu gosto até do remake tosco de tv com a Angela Bettis) ou Misery, e de lados-B massa como Thinner, Às Vezes Eles Voltam ou O Passageiro do Futuro (que tu nem sabia que era dele, pode dizer aí!). Mas eu senti aquele cheirinho de oportunismo, do tipo “Olha! Refilmaram um clássico e deu certo! Bora fazer outros…”. Só que aí eu prestei atenção no pôster… Mais precisamente nos nomes dos diretores do filme: Dennis Widmyer e Kevin Kölsch.

Tá, Luis, mas quem são esses caras? Por que isso magicamente te fez começar a levar fé nesse remake? Explico: Widmyer e Kölsch são responsáveis por um dos melhores indies de horror dos últimos 5 anos pra mim: Starry Eyes. Quem ainda não viu, por favor, para de ler essa porcaria de review e vai ver (tinha na Netflix, mas acho que tiraram… O torrent tem… Hehe!).

Beleza, com essa dupla na direção, fui fisgado. E vou dizer aqui: esse remake de Cemitério Maldito é simples, não parece muito caro, é direto ao ponto, é assustador, é bem feito e tem uma direção tão boa que até o Jason Clarke está convincente!

Brincadeiras à parte, o elenco é excelente! Jon Lithgow num papel fora da zona de conforto é de cair o queixo. A criança protagonista agora é uma menina, Elle, vivida por Jeté Laurence, talentosíssima.

A história é basicamente a mesma do clássico. Uma família compra uma propriedade no Maine, se muda e descobre um cemitério de animais no terreno. O gato morre, é enterrado numa parte marota ultra secreta desse cemitério e volta encapetado.

No original, quem morre em seguida é o menino Gage, mas neste ele tem uma irmã mais velha, a Elle, que eu citei antes, que é quem morre e volta com o capiroto no corpo, com um texto que personifica a visão de inferno da obra de King. Porque representatividade não é só meter protagonista feminina heroína. É botar mulher pra tocar o terror também!

É um belíssimo remake, todo amarradinho e executado com excelência por Kevin e Dennis. Tem remake até na trilha: uma versão do também clássico que os Ramones escreveram pro filme original, feita por uma banda chamada Starcrawler. E se a ideia é aproveitar esse hype e refilmar mais exemplares do autor, que venham! Mas feitos por gente tão talentosa quanto Widmyer e Kölsch.