OOOOOOOU, aquele livro que me fez colocar George R.R. Martin no mesmo patamar de Bernard Cornwell. Amiches, como muitos sabem sou muito fã de “As crônicas de Gelo & Fogo” Mas sempre aquela sensação de que faltava algo. Talvez por ser algo amplo demais, duro demais… Eu amo a saga, mas pra mim sempre senti falta de um herói de verdade. Alguém que fizesse a coisa certa e não punido por isso. E finalmente recebi isso nesse livro.

capas da Hq que saiu pela Marvel nos Eua. Os três contos que estão no livro.

Ok, vamos a história. Nesse spin-off, voltamos 90 anos antes de “A guerra dos tronos”.  Daeron II Targaryen é o rei de Westeros e em algum lugar de Vaufreixo, um jovem recém iniciado cavaleiro chamado Dunk está indo para seu primeiro torneiro. Dunk em seu caminho acaba conseguindo um escudeiro de cabeça raspada e muito inteligente chamado Egg, o qual é muito mais do que aparenta. E este é o inicio de uma dupla dinâmica que irá mudar Westeros para sempre, através de uma sucessão de eventos que irá definir o mundo que um dia nos será apresentado 90 anos depois.  Vou falar um pouco sobre essa dupla sem tentar entregar muitos spoilers. Mas antes de começar queria dizer algo. Caso você não ache os personagens interessantes pela minha descrição, vale muito apenas por causa do fator histórico. Aqui muito do passado de Westeros é destrinchado. Se você leu até o quinto livro, vai ver muita coisa esmiuçada. Principalmente quando se trata da família real. É muito mais interessante ver como eram os Targaryens no auge do seu poder. Agora, vamos aos mocinhos?

Dunk, como era conhecido, era um orfã da baixada das pulgas, Em Porto Real, até que fora acolhido como escudeiro do cavaleiro andante Sor Arlan de Centabouro. Então seguei com seu mestre até que este morresse de um resfriado (e pela idade avançada), sendo nomeado cavaleiro como último ato do nobre cavaleiro. Dunk, tem quase dois metros de altura é incrivelmente forte e uma completa toupeira. Sua estupidez só é superado pelo seu enorme coração, boa vontade e determinação em fazer aquilo que é certo. Ele é quase uma versão brutamontes de Dom Quixote. Talvez pela origem humilde, sem pai ou mãe conhecida, o grandalhão com a cabeça dura como uma muralha, Dunk, o pateta ao mesmo tempo o personagem mais doce e heroico de toda a saga. Ele persiste em fazer a coisa certa mesmo quando tudo está contra ele. Ele é só um grande idiota que por mais que pague preços, acaba tornando o lugar por onde ele passa melhor.

E Egg? Bom, ele é um garoto de 10 anos decidido a ser escudeiro, que sonha com a vida de cavaleiro e que admira muito o seu mestre. Apesar da pouca idade, ele é um gênio. Mas sem aquela coisa da criança inteligente chata. Normalmente ele tem respostas mordazes e sarcásticas e uma fome de conhecimento e de entender os sete reinos. Além de ser talentoso em quase tudo que faz e ter bastante juízo, acaba sendo cabeça quente e mais arrogante do que deveria ser em certos momentos. Mas juntos eles fazem uma dupla excelente. O Gigante gentil e o pequeno espertinho.

Dunk, Egg e o Cavalo Trovão.

Não há maneiras de não se importar com os dois. Como alguém disse uma vez, Martin não gosta de personagens mimados, portantos ambos são chutados durante todo o livro, mas sempre saindo com um gostinho de vitória moral e algum tipo de conquista importante. O livro é um compilado de 3 contos. O Cavaleiro Andante, a história da união dos dois em um torneio. A Espada Juramentada, uma história sobre um trabalho em meio a luta entre um senhor decadente e uma viúva poderosa e temida. E por fim, O Cavaleiro Misterioso, uma aventura envolvendo um novo torneio e uma perigosa traição. Esse livro me levou a gostar de Martin tanto quanto Cornwell, pois finalmente ele fez um personagem heróico, digno dos grandes heróis. Uhtred de Bebbanburg, Thomas de Hookton, Derfel, Arthur, grandes homens seguindo seus códigos e mudando o mundo pra melhor com isso. Aquele sentimento que a morte de Ned Stark deixou, finalmente passou.  O livro saiu pela LeYa. O meu exemplar possui um erro de impressão. Aparentemente algumas páginas do último conto não foram impressas. Não sei se só o meu aconteceu isso, ou o lote inteiro. Mas, veja bem isso não é bem uma reclamação. Acho que no final, isso só torna meu exemplar ainda mais meu. Pois nós gostamos das pessoas pelas suas qualidades, mas as amamos quando vivemos seus defeitos.

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