A antipatia pela revista já começa no título.

A  última coisa que eu tinha ouvido falar sobre Frank Miller é que o cara estava mal, realmente mal. Câncer no pâncreas (algo que dificilmente é operável), poucas expectativas. As fotos que circularam na internet também não eram nada animadoras. E de repente surge o anúncio de uma terceira sequência para um dos maiores clássicos do Batman lançado nos anos 80. Baseado nos últimos trabalhos do autor, nada de animador era esperado, até porque Cavaleiro das Trevas 2 também é uma bomba sem tamanho.

E como se as surpresas até aqui já não fossem suficientes, eis que chega na banca aqui da minha cidade a primeira parte dessa nova empreitada. Capa cartonada, papel com qualidade acima da média, uma facada de 9,90 por apenas 28 páginas. Mas Miller é um dos meus autores favoritos (no seu auge, claro) e o meu lado fanboy falou mais alto. Comprei.

E até que o estrago não foi tão feio.

Dadas as condições de saúde do autor, os desenhos ficaram a cargo de Andy Kubert com finalização de Klaus Janson, parceiro de longa data de Miller. Os roteiros também estão sendo escritos em coautoria com Brian Azzarello. E de certa forma as coisas parecem correr melhor do que se fosse um trabalho apenas de Miller. Gostaria que ele estivesse gozando de plena saúde para trabalhar sozinho e ter uma vida longa, mas temos que concordar que já a algum  tempo que ele não produz nada de qualidade.

Mas bora para a história.

Ainda não tem muito pra se falar sobre isso. Esse volume é apenas introdutório, sem muito desenvolvimento de história. Os fatos são: Batman está de volta depois de anos de inatividade, Superman está congelado em exílio auto infligido  na Fortaleza da Solidão, Mulher Maravilha ainda protege o seu povo, mas não age em nível mundial como antes. No final da revista descobrimos que o Batman agora é Carrie Kelley, antiga Robin. E Bruce Wayne está morto, o que sinceramente era esperado.

Foi  um bom começo, realmente quero saber  o desenrolar da história. Mas eu ainda acho que esse formato e preço da revista  tá meio absurdo.

E voltando ao assunto sobre surpresas, eis que ao retirar a revista do plástico sai uma revista em formato menor do meio da principal. Simples assim, como um tumor menor se desprendendo do principal ( reserva no inferno efetuada com sucesso). O spin off metastático se chama Átomo e possui como capa aquele desenho nojento do Superman que rolou na internet esses tempos atrás. A história curta mostra Ray Palmer recebendo o desafio de tornar os habitantes de Kandor novamente grandes. A arte das 12 páginas fica no encargo de Miller com Janson tentando fazer milagre na finalização. Não deu.

Enfim, se alguém está em dúvida a minha sugestão é que leiam em scan e comprem depois a versão encadernada, isso se o resto prestar.