Cavaleiro da Lua – Encarnações
Que viajem é essa, meu irmão?
Após a retomada de qualidade no encadernado anterior com a entrada de Jeff Lemire no posto de roteirista e mais uma repaginada na arte, agora predominantemente feita por Greg Smallwood, o ânimo de ler uma nova puvlicação do personagem havia retornado ao nível de quando eu havia acabado de ler o primeiro volume escrito por Warren Ellis. Porém o medo ainda continuava, afinal, nunca podemos subestimar a capacidade da Marvel em fazer caca. Eu sei que essa bagaça foi lançada lá fora já tem uma eternidade e meia, mas como não acompanho praticamente nada de notícias de quadrinhos eu realmente não sabia o que esperar.
Dessa vez finalmente a espera foi recompensada.
Como visto no encadernado anterior, após confrontar Konshu e impedir que o mesmo retornasse ao mundo dos vivos, a já não muito saudável mente de Marc Spector acaba se fragmentando e cada uma de suas personalidades adquire vida própria. Em uma das realidades o rico e bem sucedido Steven Grant está produzindo um filme sobre o Cavaleiro da Lua para a Marvel Studios, em outra o taxista Jake Lockey é preso após ser acusado de matar várias pessoas em uma lanchonete, inclusive a sua grande amiga Gena e, em uma terceira, o piloto espacial Marc Spector lidera o esquadrão de Cavaleiros da Lua para proteger o último refúgio humano no satélite da Terra dos temíveis Lobos do Espaço.
Aom mesmo tempo que tudo está como sempre esteve, tanto Marc quanto Jake e Steven começam a sofrer de alucinações e crises de ausência, como se algo ou alguém estivesse tentando dizer alguma coisa, como se algo não estivesse certo. E em algum lugar o verdadeiro Marc Spector se prepara para assumir o controle da situação e recuperar a sanidade, se um dia ele chegou a tê-la.
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Lemire continua nos roteiros, assim como Smallwood nos desenhos, porém esse último não tem mais tanto destaque quanto antes por um bom motivo. Francesco Francavilla, James Stokoe e Wilfredo Torres se revezam nas outras personalidades de Spector, o que garante uma narrativa e ambientação única pra cada um, ponto pra criatividade, apesar de eu achar que nenhum equipara a Smallwood esteticamente falando. A última história é uma republicação de Cavaleiro da Lua #2, de 1980, escrita por Doug Moench e ilustrada por um Bill Sienkiewicz muito longe daquele desenhista insano que ilustrou obras como Elektra Assassina além de LOBO e Juiz Dredd.
Agora fica uma pequena reclamação/reflexão. A Panini está lançando mais um segmento da Coleção Histórica Marvel, dessa vez chamada Paladinos Marvel, com revistas agraciando em ordem Demolidor, Luke Cage e Punho de Ferro, Cavaleiro da Lua e Justiceiro. A revista mostrando as origens do Cavaleiro saiu recentemente, ainda não adquiri mas confesso que esse é um dos poucos boxes dessa coleção que pretendo fechar, e tenho a clara impressão de que a história que fecha o encadernado resenhado aqui consta também na outra publicação lançada há pouco. Não era melhor então publicar alguma outra coisa, tipo a continuação do arco? Vale a pena manter o gancho final e completar as páginas com algo que já saiu há menos de um mês?
Fora isso, Encarnações finalmente conseguiu algo que respectivamente segundo e terceiro encadernados não conseguiram, que é manter o nível da publicação. Que venha o próximo!