Bob Esponja –um herói fora d’água
Eu não estava pronto.
Não tenho, ao contrário de gente que conheço, vergonha de admitir que gosto de Bob Esponja.
Dito isso, resolvi assistir o filme mais recente e definitivamente não foi tempo perdido.
O filme marca o retorno ao personagem do criador Stephen Hillenburg que tinha saído da série pouco depois do primeiro filme. E os personagens neste filme refletem a visão dele, já que, depois de sua saída, as características deles foram enormemente exageradas, com o Sirigueijo por exemplo se tornando uma máquina de avareza ou a estupidez do Patrick sendo elevada à enésima potencia.
Por sinal, o primeiro filme seria o final da série e este é um prequel, o que faz sentido. Todo sentido possível de achar em Bob Esponja, onde se acendem fogueiras embaixo d´agua.
80% do filme é animado de forma tradicional, desenhado, mas com uma qualidade naturalmente maior. As partes em CG estão apenas no final do filme, o que nos leva a desacreditar o trailer, que dava a impressão que todo o filme seria em CG.
O filme é digamos, desconexo. Em grande parte parece um episodio normal do desenho, até com várias músicas conhecidas, e com o Plankton tentando pegar a formula do hambúrguer de siri. As coisas só tomam um outro rumo quando, no meio do roubo, a formula desaparece em pleno ar, puff.
Não demora muito para Plankton ser acusado do roubo e Bob Esponja, tendo visto que não foi ele e tentando livra-lo, também. E também não demora muito para a Fenda do Biquini se tornar uma sociedade pós apocalíptica estilo Mad Max.
E então o filme vai indo com os dois tentando recuperar a formula, limpar seus nomes e salvar a cidade de si mesma.
É um tanto parecido com o primeiro filme. E isso não é ruim na verdade. Esse filme é mais “leve” que o primeiro, digamos assim, mas com umas piadas de humor mais negro e tem mais sequencias de ação. As piadas também parecem mais independente umas das outras, o que leva ao desconexo que mencionei antes.
É interessante por exemplo, ver a tiração com a atual verve de filmes de heróis. Não duvido que, se Ernest Borgnine, o dublador original do Homem Sereia, não tivesse morrido, o personagem teria destaque aqui.
É um filme legal, não tem os musicais tão legais quanto o primeiro, mas é um bom respiro do que a série se tornou. Talvez o criador volte e a série retome a boa forma de antes.