Animais vestindo ternos, clima noir, detetive safô… Como eu não li isso antes?

Amiches, recentemente um pessoalzinho aí, andou falando sobre esse gibizinho. Ai como a curiosidade matou foi o Gato, essa Coruja resolveu fuçar em alguns arquivos por ai e me deparei com essa baita atração.  Escrito por Juan Díaz Canales e desenhado por Juanjo Guarnido, ambos espanhóis, somos apresentados as aventuras do detetive particular John Blacksad, um gato preto com estilo muito próximo dos protagonistas das histórias de Raymond Chandler.

Sete vidas tenho para viver. Sete chances tenho para vencer. Mas se não comer acabo num buraco
Eu sou o negro gato, eu sou o negro gato

Nesse volume, Blacksad esta as voltas de descobrir o autor de um assassinato de um antigo caso amoroso.  Natália, uma atriz que o Detetive já teve um relacionamento, é encontrada morta. E como a policia em certo momento fica com mão atadas devido a influência de alguém muito poderoso, cabe ao gato vira-lata achar o assassino, se conseguir sobreviver é claro. Esse primeiro volume, tem uma história rasa, mas não simplista. Ela não tem grande profundidade como as posteriores, mas consegue ser bastante dinâmica e divertida.

A mistura de Jerry Lee com Comissário Gordon.

A arte é um deleite. E é engraçado ver como cada animal, reflete uma parte da personalidade do personagem. Os policiais honestos ou agentes da lei bem intencionados são mostrados com aparência canina, enquanto os mafiosos são répteis e os malandros são felinos.  Como disse o roteiro é bastante dinâmico e ágil como um gato, fazendo a leitura rápida e deixando um gosto de preciso ler o próximo. Essa é mais uma apresentação do personagem e seu mundo que realmente uma aventura memorável.  Mas vale cada centavo para se ter na coleção.