Batman – O Longo Dia das Bruxas
Um desenhista bom nessa coleção? Tá certo isso?
Se bem que eu estou sendo leviano, a edição anterior teve os desenhos do Bryne. Se alguém quiser conferir a resenha do volume passado feita pelo Zweist, o link está aqui. Agora bora pra resenha do dia.
Batman ainda é uma lenda, um vigilante que age no limite da lei punindo aqueles que ela não consegue alcançar. Mesmo unindo esforços com o novo comissário de polícia, Jim Gordon, o crime organizado ainda sangra as ruas de Gotham quase que impunemente. Se o alter ego de Bruce Wayne deseja transformar sua cidade natal em um local mais seguro e justo, ele precisa de novos aliados. É aí que entra Harvey Dent.
Harvey Dent, o jovem promotor, a figura mais promissora no cenário judicial de Gotham. E não é Batman que procura uma aliança com Dent, mas Dent que vê em Batman uma vantagem contra o combate ao crime organizado, tendo como principal rosto os de Carmine Falcone, conhecido também como Romano. Uma aliança então é feita entre Dent, Batman e Gordon para acabar com o crime organizado.
Mas não é só a máfia que assola Gotham, o crime também evolui e muda de cara. Nas ruas da cidade, os crimes estão sendo cometidos cada vez menos por gangsters de terno e cada vez mais por maníacos fantasiados. Coringa, Homem Calendário, Hera Venenosa, Charada entre outros. A nova ameaça é um assassino batizado pelos jornais de Feriado, pois o mesmo faz suas vítimas apenas em datas comemorativas. A arma do crime é sempre a mesma, uma pistola de numeração raspada e um bicho de mamadeira improvisado como silenciador, sempre deixada na cena do crime ao lado de um objeto temático em relação ao feriado. As vítimas: apenas pessoas ligadas ao crime organizado, quase sempre ligados à família Falcone.
Cabe aos três heróis encontrarem provas suficientes para incriminar o Romano, além de deter Feriado antes que ele cometa o próximo assassinato. A Batman também cabe responder a pergunta sobre quem é Feriado e quais as suas motivações, tudo isso em meio ao turbilhão de outros eventos em sua vida dupla, de relacionamentos amorosos aos ataques de outros criminosos fantasiados.
Aqui vai uma dica básica para se ler histórias escritas por Jeph Loeb: ignore a grande maioria, leia apenas o que ele fez em parceira com Tim Sale. Demolidor Amarelo é emocionante, Homem Aranha Azul é muito boa até onde eu li, e Batman: O Longo Dia das Bruxas é uma ótima história. Como já deu pra perceber, ela funciona como uma continuação para Ano Um, de Frank Miller e David Mazzucchelli. Temos um Batman ainda se acostumando a vida de vigilante, um crime organizado mais forte que os inimigos clássicos e um Harey Dent ainda são.
Mesmo com aparições de personagens como Coringa e Charada, essa história ainda é basicamente uma história detetivesca, pegando bastante do clima noir. A arte limpa e estilizada de Sale é maravilhosa, porém não tem o mesmo destaque que possui em outras obras suas, e isso em parte se deve a paleta de cores mais escura e azulada que permeia toda a história, mas ainda assim é de encher os olhos. Uma boa história, e até o (e provavelmente em definitivo) momento a única coisa boa de Jeph Loeb que tem nessa coleção, só não falo a mesma coisa sobre Batman porque já chegou o encadernado de Morte Em Família aqui em casa.