Batman – Descanse em Paz
Mais uma pra abaixar a média da coleção.
As coisas não estão nada fáceis para Bruce Wayne. Não que algum dia o alter ego do Batman tivesse algum momento de sossego, mas tudo parece pior atualmente. Uma organização misteriosa chamada Luva Negra, liderada por um homem chamado Dr Hurt, está em uma cruzada para humilhar e destruir tanto Wayne quanto sua identidade secreta, o último passo dado foi uma campanha difamatória contra Thomas e Martha Wayne, além de levantar a suspeita de que Alfred fosse o verdadeiro pai de Bruce.
Cada vez mais fechado para o mundo, Bruce busca consolo e compreensão em Jezebel Jet, sua atual namorada. Ela descobriu sobre a vida dupla de seu amado e ainda tenta aceitar tudo, porém conflitos e discussões ideológicas são inevitáveis. No meio desse turbilhão, Bruce ainda descobre que Talia Al Ghul não perdeu a criança que ela esperava dele, mas que o jovem foi criado como um como um combatente pela Liga dos assassinos.
Durante as investigações sobre a Luva Negra, Bruce sofre um colapso mental disparado por um gatilho mental, introduzido anos atrás por indução hipnótica. A Luva Negra então ataca a Batcaverna, levando o combalido herói até o Dr Hurt, que o droga com um coquetel de várias substâncias como metanfetamina e heroína, dilapidando ainda mais a já frágil psique do herói. Tempos depois um desmemoriado Bruce Wayne acordo sujo, em um beco na parte baixa de Gotham.
Com o homem morcego fora de circulação, a Luva Negra começa a espalhar o caos por toda Gotham através de saques e ataques contra a população. Ainda sobre efeito das drogas, Bruce consegue despertar uma personalidade criada no passado justamente para evitar ataques mentais. Uma personalidade muito mais violenta do que o Batman que conhecemos, que atende pelo nome de Batman de Zur En Arrh.
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Uma década atrás, quando ainda acompanhava quadrinhos através de scan, eu li Batman RIP logo após o fechamento do arco… e achei uma bosta. Sério, esse foi o meu primeiro contato com algo escrito pelo badaladíssimo Grant Morrison, que na época era alvo de elogios e mais elogios, então foi muito fácil pegar um ranço foda pelo cara. Nunca havia relido a história, até que tive que ler, pois era a próxima coisa a se resenhar. Hoje, dez anos depois do seu lançamento e da minha leitura, dez anos a mais como colecionador e leitor de quadrinhos, posso dizer que ainda acho essa história uma bosta.
Um monte de conceitos malucos misturados num coquetel de absurdos e jogados goela abaixo do leitor por um funil de pseudointelectualidade. Grant Morrison é um profundo conhecedor do Universo DC, inclusive de fatos os quais o resto do mundo tá cagando ou faz questão de esquecer, mas ele atocha a fórceps no meio da história e: 1- você que se vire pra entender e 2- se entendeu e não gostou é porque você não entendeu direito, leia de novo até gostar. Até pensei em falar do Coringa mais louco que o Coringa, mas acho que nem vale a pena. No final o Batman morre e você só consegue ficar aliviado porque finalmente essa história acabou.
A arte fica por conta do Tony Daniel, que tem uma arte até competente, mas que me deixa incomodado pois muitas vezes acabo lembrando do Jim Lee. A história extra fica por conta de Batman #156 de 1963, onde Batman, após se voluntariar para um experimento que simula o isolamento de um astronauta no espaço, começa a sofrer alucinações que podem fazer com que o homem morcego desista do combate ao crime. Foi essa história que o Morrison usou como base para o roteiro de RIP.
Saldo final: desperdício de tempo, desperdício de dinheiro, desperdício de papel e tinta, mas sempre tem algum fã idiota de Batman disposto a queimar grana com essas merdas, então deve ter vendido bem.