Barakamon

O “mon” que importa.

 

O anime é uma comédia bem despretensiosa, o humor está justamente nas reações dos personagens entre si, e há um cuidadoso equilíbrio entre as partes de comédia e os pedaços mais “sérios”.

É uma boa falar um pouco do lugar. O anime se passa em uma pequena ilha, mais precisamente em uma vila. Há uma grande quantidade de idosos no local e poucos jovens (um fenômeno comum na verdade, o Japão é um pais envelhecendo e os jovens buscam oportunidades nas cidades grandes).

Lá chega o caligrafo Seishu Handa, enviado lá para buscar inspiração (e para esfriar a cabeça após ter socado um sujeito importante que criticou sua arte). Um caligrafo especializado em escrever os caracteres do kanji de forma artística, é realmente um artista.

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Mas a vida em uma ilha tão isolada tem seus problemas. Do pequeno (e vazio) aeroporto até sua casa só há um ônibus. Que passa uma vez por dia. Isso o obriga a caminhar. No meio do caminho ele encontra um velho com um pequeno trator e aceita uma carona. O sotaque dele é tão carregado que o dialogo tem legendas pro publico japonês entender.

Seus planos de um retiro sossegado são logo interrompidos pela intrusão de uma tempestade chamada Naru Kotoishi. No alto de seus seis anos, ela se apega ao fechado artista.

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E ai começa a relação do “sensei” com os demais habitantes da ilha. E que é responsável pelos momentos engraçados. Com o tempo ele vai se envolvendo com eles e isso passa  fazer bem para sua arte e para ele como pessoa (que é um sujeito arrogante e nervoso a principio).

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Sutileza e tempo são importantes. Essa historia de “sujeito intratável da cidade vai à cidadezinha e aprende a ser legal” já foi feita muitas vezes, até como o pior filme da Pixar, carros. Mas nunca de forma tão divertida como aqui. Handa não tem uma epifania e muda de uma hora pra outra. As crianças, e Naru em particular, são crianças mesmo, adoráveis e irritantes na mesma medida. Os únicos que parecem ser capazes de criar crianças tão criveis são os estúdios Ghibli.

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A principio, pelo fato do anime não ter uma luta contra as forças das trevas ou uma metralhadora de gags, seria possível dizer que o anime é “chato”, mas isso seria um erro. Lento também não é o termo certo, e isso seria impossível com a presença de Naru e das estudantes Tamako e Miwa (que usavam a casa onde Handa está hospedado como “base” e, tendo feito várias cópias da chave e sendo intrometidas, se sentem a vontade para ir lá com frequência).

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Tranquilo é a palavra para descrever o ritmo. São apenas 12 episódios, o que é desgraçadamente curto, pois dá aquela sensação de querer ver mais.

O que, infelizmente, não parece que vai acontecer tão cedo.