Azincourt

Como é bom ler uma história do Cornwell que começa e termina no mesmo livro!

azincourt

Com nove volumes de Crônicas Saxônicas, a trilogia Crônicas de Arthur e agora com Azincourt, Bernard Cornwell é facilmente o responsável o maior responsável pela minha carga de leitura esses últimos anos. E ultimamente eu tenho lido tanta série e trilogia que uma história fechada em um único  livro foi bastante bem vinda.

Azincourt fica na história de Nicholas Hook. Diferente dos heroicos e bravos Uthred (Crônicas Saxônicas) e Derfel (Crônicas de Arthur), Hook é um simples arqueiro, sem muitas pretensões além de ter o que comer no fim do dia e servir o seu senhor. Hook é um arqueiro excepcional, o que lhe garantiu o posto de Guarda Caça, cuja função é garantir que sempre haja carne na mesa de seu senhor, e que todo caçador ilegal nas terras senhoriais seja devidamente punido.

Mas nem tudo é tão simples na vida de Nicholas Hook. Existe uma dívida de sangue entre os Hook e os Perril, e mesmo que a razão tenha se perdido através das gerações, o ódio entre eles permanece. Atualmente a rixa é entre Nicholas e os irmãos Tom e Robert Perril, mas essa é uma briga desequilibrada. Não porque apenas é um contra dois, pois apesar de Nicholas possuir um irmão mais novo, os irmãos também são filhos bastardos do louco e poderoso padre Martin.

Um dia, após eventos que acho melhor não narrar para não estragar a história para quem ainda não leu, Hook acerta um soco em cheio em padre Martin, e para não ser enforcado por heresia, acaba fugindo para Borgonha, onde seu exército e dizimado e os sobreviventes torturados pelos franceses. Hook consegue escapar e leva consigo a jovem francesa Melisande. Ao chegar na Inglaterra, Hook acaba conhecendo o rei Henrique V em pessoa, que revela estar preparando um grande exército para tomar a França, que por direito divino também é seu reino.

Hook então acaba integrado ao exército de Sir John Cornewaille, um nobre conhecido por ser um exímio combatente. Começa então a jornada para a tomada da cidade de Harfleur, que termina se desdobrando em uma das mais lendárias batalhas da história da Inglaterra.

A Batalha de Azincourt, ocorrida no dia 25 de outubro de 1415, dia de São Crispim (seu irmão Crispiniano foi esquecido pela história) é conhecida por ser uma batalha onde um fraco e combalido exército inglês, em menor número e assolado pela fome e doenças, além de cansado após dias de marcha em um inverno chuvoso, conseguiu derrotar o gigantesco exército francês, descansado e repleto de cavaleiros e nobres, ao passo que o trunfo dos ingleses eram os arqueiros, de origem pobre.

Azincourt ficou no imaginário popular inglês justamente por simbolizar a vitória do camponês pobre e trabalhador sobre o nobre abastado. Como importância estratégica ou militar, houveram batalhas mais importantes no conflito entre França e Inglaterra conhecido como A Guerra dos Cem anos. Outro ponto importante a salientar, essa batalha firmou a importância dos arqueiros em batalha. Somente os ingleses possuíam arqueiros em seu exército nessa época, visto que o treinamento para se empunhar, encordoar  e atirar com os pesados arcos feitos de teixo poderia levar anos.

Falar sobre como Bernard Cornwell escreve nessa altura do campeonato é ser repetitivo demais, me limito a dizer que esse é mais um livro excelente escrito por ele. O preço de capa é 62 golpes, um pouco salgado pro padrão brasileiro. A arte da capa é sensacional, com flechas em verniz que só se revelam ao mover o livro na luz. Não sei quando sai esse post, mas no momento em que foi escrito o livro se encontra à venda por 20 reais na Amazon, um preço mais que excelente por esse livro.

Godoka
25/01/2017