As Caça Fantasmas – por Zweist

Eu coloquei esse “As” para diferenciar os filmes.

 

Não vou me deter muito à trama, Evandro já abordou o filme aqui. Ao invés disso, vou mencionar algumas coisinhas que me encafifaram e sobre o que aconteceu que levou a esse filme.

Notei que elas não prendem os fantasmas, simplesmente os evaporam. Elas prendem exatamente um fantasma e o soltam pouco tempo depois inclusive. Matando o personagem do Bill Murray. E saem de boa com isso, que seria, na melhor  das hipóteses, homicídio culposo. E por sorte só matou um. Haviam centenas de pessoas naquele concerto.

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Então pense nisso, elas estão ativamente destruindo as almas das pessoas (uau, meta linguagem, com todas essas acusações de destruir infâncias).

A impressão que tenho é que havia um filme bom ali, tentando sair de dentro dos diálogos sem graça, piadas mal executadas e esse filme não conseguiu escapar de dentro  dessa bagunça nem pelos buracos enormes no roteiro.

Um dos problemas é que os personagens pareciam cientes que estavam em um filme. Nada era levado a sério.

E vamos ao grande elefante branco na sala.

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Sim, é um filme feminista, com uma agenda clara. Isso o torna ruim? Não. Ele tem defeitos por si só.

Mas obviamente não ajuda quando o elenco, o diretor e o estúdio entram em modo de defesa ouriço e passam a atacar o pessoal que deveria ser o publico alvo.

Não sei quanto a vocês, mas muita gente não curte ser chamada de “man-baby”, como foi o caso de James Rolfe, o Angry Video Game Nerd. O sujeito só disse que não iria ver, o trailer não o interessou (e é a razão de ser de trailers, dar a chance de você julgar se lhe agrada ou não, as pessoas parecem ter esquecido disso) e foi execrado, não apenas por youtubers, mas pela mídia também.

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As refilmagens que houveram foram justamente para acrescentar cenas como o dialogo “Não leia os
comentários.”

O diretor, Paul feig e a produtora Amy Pascal tinham objetivos bem claros nesse sentido. Feig nunca entendeu ou se agradava do que ele chama “male bonding”, aquela coisa de homens se juntarem e virarem manos.

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Não é justo colocar a culpe de Ghostbusters 3 nunca ter sido feito em Bill Murray. Quem trabalhou com ele diz que o sujeito tem o costume de adiar sua entrada em um filme praticamente até as câmeras estarem ligadas.

A Sony nunca teve interesse no filme. Passou a ter apenas depois do jogo de 2009, que vendeu pra caralho e fez a Sony perceber que ainda havia interesse na franquia.

A ideia era fazer um filme com os velhos caçadores passando a tocha para uma nova geração, o que estava na base de um roteiro de Dan Aykroyd que já circulava há uns dez anos. E quem tinha muita voz nisso era o diretor dos filmes originais, Ivan Reitman. Por contrato Reitman tinha o direito de dirigir ou aprovar a direção de outros filmes.

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Mas a morte de Harold Ramis mudou isso. Reitman anunciou que não tinha mais interesse em dirigir o filme. Com isso ele perdia também o controle criativo sobre a franquia. Então acabou permitindo que Amy Pascal indicasse um diretor mais a seu agrado, Paul Feig. Que recusou várias vezes.

Isso porque, apesar de não ser diretor, Reitman ainda era produtor e o roteiro ainda era o de Aykroyd. Amy Pascal conseguiu que ele assinasse, prometendo a liberdade que ele queria, leia-se, se livrar de Reitman. O que acabou acontecendo.

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E isso não é teoria de conspiração. Lembram quando os emails da Sony foram hackeados depois daquela bagunça com o filme A Entrevista e a Coréia do Norte. Bem, os emails dos graudoes da Sony foram jogados no ar pra quem quisesse ver e ali estavam todas essas informações. Amy Pascal perdeu o cargo de executiva na Sony, mas continuou produtora do filme e passou a ter apoio de Tom Rothman, o cara
que odiava o Deadpool na Fox e agora estava na Sony.

E o desespero da Sony em ter uma franquia rentável (atualmente, a unica divisão da empresa que dá lucro é a de videogames) os fez apelar para advogados para conseguir a participação dos atores dos filmes originais.

Agora, não me encham o saco com acusações de machismo. Eu sou provavelmente uma das únicas três
pessoas no mundo que gostaram de Spy (A Espiã que sabia de Menos) justamente de Feig e Melissa
Mccarthy. Feig inclusive dirigiu ótimos episódios de Arrested Development, e eu não poderia cagar mais para  o fato de ser um elenco totalmente feminino, SE não fossem por alguns fatores.

O fato de ter sido feito assim para empurrar uma agenda e não por uma legitima decisão criativa. E o filme não se decidir entre abandonar completamente os originais ou ficar dando fanservice. A impressão que dá é que a forma final do vilão, uma versão monstro do logo dos Caçafantasmas e a forma como ele é derrotado, com feixes na virilha, é um “fodam-se” para os críticos do filme.

Ela é uma das melhores partes do filme. E o cabelo dela tem que ser uma referencia ao Egon do desenho.

Ela é uma das melhores partes do filme. E o cabelo dela tem que ser uma referencia ao Egon do desenho.

Então, as cenas de ação são boas, o humor quase não funciona. O vilão não funciona. E qualquer pessoa que tente defender o crime cometido pelos irrelevantes Fall Out Boys e Missy Elliott merece ficar na outra ponta de um cruzamento dos feixes de protons.

“Ah, mas Zurest, esse filme não faz o antigo sumir, você ainda pode ver. Todos que estão chorando são uns bobões cara de melão”. Tem razão.  Mas o problema com esse tipo de reboot é que, se for feito outro produto da série, irá tomar esse filme como base, não os originais, se quiserem licenciamento.

Não é um filme ativamente ruim. É apenas mediocre. Não vale de ser visto no cinema. É um fanfic.
A verdadeira continuação de Caça Fantasmas saiu para PS3, Xbox360 e PC.

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Zweist
21/07/2016