Arlequina – Prelúdios e Trocadalhos
Só eu pronuncio AleRquina em vez de ARlequina?
Pela milionésima vez, o Coringa escapa do Arkham, dessa vez graças ao plano de fuga arquitetado e executado por sua parceira de crime e amante, Arlequina. Mas como dois loucos é demais, Coringa resolve traçar um plano para tirar Arlequina do seu pé de uma vez por todas. Para isso ele se finge estar ferido por conta da explosão durante a fuga, e encarrega a moça de acabar com um parque temático que resolveu usar a sua imagem nas atrações sem permissão, porém seus capangas serão responsáveis por sabotar o plano a ponte de que as consequências para Arlequina serem fatais.
Arlequina descobre a sabotagem a tempo, consegue escapar e ao mesmo tempo se vingar do Coringa e mandá-lo de volta para o Arkham. Furiosa e magoada pela traição daquele que ela julga ser o amor de sua vida, ple primeira vez a palhaça do crime resolva partir para carreira solo, o que não impede de ocasionalmente trabalhar em dupla ali e acolá. Enquanto isso, uma equipe especial de investigação é contratada para ir atrás de Arlequina, e acabam por esbarrar no seu passado como Harleen Quinzel, a promissora psiquiatra que enlouqueceu e se tornou amante de um maníaco psicopata.
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Essa colação é basicamente um desfile de histórias aleatórias, onde se intercalam um ou outro clássico e um tanto de coisas ruins e dispensáveis. A história aqui em questão não é ruim, na verdade é bem divertida, só é um tanto quanto desnecessária. Se era pra figurar algo da personagem na coleção, talvez a graphic novel Louco Amor, de Paul Dini e Bruce Timm (criadores da personagem) seria muito mais apropriada. Mas repito, não é uma história ruim, bem longe disso.O roteiro de Karl Kesel é simples, divertido e nada pretensioso, e os desenhos de Terry Dodds e Craig Russel ajudam e muito no clima leve, porém cheio de ação da revista.
A história extra é The Batman Adventures 13, de 1993. O título era direcionado ao público infantil, e pegava carona diretamente no sucesso de Batman Animated Series, uma tentativa louvável de formar novos leitores que infelizmente vemos cada vez menos. A história marca a primeira aparição da Arlequina nos quadrinhos, e na série marca também a estreia acidental de Barbara Gordon como Batgirl. Como dito, a pegada aqui é muito voltada para formação de novos leitores, então é uma historinha bobinha e fechada em poucas páginas, mas acaba tendo o seu valor visto o objetivo inicial.
Saldo final: Prelúdios e Trocadalhos é uma edição leve, bem divertida e descompromissada, mas infelizmente desnecessária. Se pensarmos no preço atual das revistas dessa coleção, as únicas aquisições válidas são os clássicos absolutos e sem previsão de serem lançados em breve em outro formato, o que não é o caso aqui.