Annabelle 3: De volta para casa [RESENHA]

Remake de Esqueceram de Mim, estrelando o capeta.

O mais novo episódio do “JamesWanverso” traz a boneca Annabelle aprontando altas confusões com uma turminha encapetada do barulho. Tem de tudo: lobisomem, piano que toca sozinho, TV que prevê o futuro, uma noiva enlouquecida, um samurai demoníaco, um board game do inferno, um telefone do coisa ruim, moedinhas possuídas e o próprio capeta, além da linda bonequinha bolando várias armadilhas para pegar adolescentes burros. Aliás, eu não duvido que esse filme não seja só uma incubadora para novos títulos da franquia, um de cada um desses elementos que eu citei.

O filme começa com o casal charlatão exorcista Ed e Lorraine Warren confiscando a boneca, lááá naquela anedota do começo do primeiro Invocação do Mal. Aí o casal descobre que a boneca é tão do mal, mas tão do mal, que atrai tudo que é espírito ruim pra perto dela, e que o negócio dela é ver o circo pegar fogo mesmo. Então eles tomam a decisão que qualquer pais sensatos tomariam: vamos guardar ela lá em casa, onde moramos COM NOSSA FILHA! O que poderia acontecer de errado, né?

Corta para um ano depois, nas vésperas do aniversário de Judy (McKenna Grace, a nova Dakota Fanning… Tá em tudo que é filme!), a filha do casal Warren – que sofre bullying na escola porque é louca vidente que nem a mãe e vê uns fantasmas marotos andando por aí -, os Warren passam o fim de semana fora de casa (provavelmente porque estavam resolvendo os acontecimentos do primeiro Invocação) e a deixam com a babá Mary Ellen (Madison Iseman, do excelente remake do Jumanji), que é uma adolescente querida, mas que como todo o adolescente, tem uma amiga burra que vem pra dar a ideia errada.

Daniela (Katie Sarife) é a amiga enxerida que inicia toda a confusão. Ela acha um jeito de entrar no quarto do acervo de artefatos amaldiçoados que os Warren confiscam em seus exorcismos e mantém em casa, porque ela perdeu o pai em um acidente e espera se comunicar com o espírito dele ali. Vejam a quantidade de coisas erradas nessa frase! Primeiro, pra que guardar essas coisas em casa? Pra traumatizar a criança?! Compra um terreno no outro lado do país, cava um buraco, coloca um container de aço no buraco, enfia as coisas dentro e fecha com 666 cadeados! E segundo, é uma sala cheia de artefatos AMALDIÇOADOS, criatura burra! Por que o teu pai estaria ali?!

Mas enfim, esse é o mote de Annabelle 3, que mais parece uma aventura de Sessão da Tarde do que um filme de terror. Inclusive o título original “Annabelle Comes Home” é MUITO Sessão da Tarde, né? Daniela, sem querer (meio que querendo), solta Annabelle de sua “prisão” – um armário de vidro que pertencia a uma igreja, abençoado por um padre – e a boneca manda todo o acervo da casa dos Warren para cima de Mary Ellen, Judy, Daniela e Bob’s Got Balls (Michael Cimino), o pretendente a namorado de Mary Ellen e segundo alívio cômico do filme (porque o primeiro é o capeta, veja bem). Mas isso não necessariamente é uma coisa assustadora, porque esse time de entidades malévolas é tão eficaz quanto um vilão do Scooby-Doo.

Assim como em A Freira, ou A Maldição da Chorona, eu meio que sei o que esperar quando vejo um dos filmes dessa franquia. São situações ridículas com resoluções idem, muito jump scare, todos os clichês de tensão de filme de terror, adolescentes burros, que vêem assombração e correm em direção à assombração em vez de ir pra casa, enfim… Annabelle 3 é uma das comédias mais divertidas do ano!