Análise (e lágrimas) – Valiant Hearts: The Great War
Joguenho novo e que fala sobre guerra……
…. mas, pra fugir do padrão, é sobre a Primeira Guerra Mundial. E se não bastasse, a Ubisoft nos entrega uma narrativa excelente e que aponta a guerra e seus desdobramentos sob óticas diferentes.
Valiant Hearts saiu em Junho/2014 para todas as plataformas. Sua narrativa gira em torno de 4 personagens: Karl, alemão deportado e forçado a combater na guerra, casado com Marie, que espera um filho; Emile, pai de Karl… foi forçado a ir para a guerra dias após seu filho, mas servindo o exército francês; Freddie, americano que se voluntaria a ajudar o exército francês para caçar o Barão Von Dorf, alemão responsável pela morte de sua amada; Anna, uma belga, estudante de medicina e que está atrás de Von Dorf por ter sequestrado seu pai, um cientista e inventor muito importante. Isso sem contar com um cachorro, que ajuda o grupo incontáveis vezes.
Conforme já mencionei acima, a narrativa passa-se na Primeira Guerra Mundial, aproveitando fatos reais para inserir e ambientar as personagens apresentadas. Diversas descrições de locais e acontecimentos históricos são detalhados conforme as missões vão avançando, nos ambientando historicamente.
O jogo é inteiramente em 2D e tem sua progressão baseada em puzzles. Não é nada muito complexo, mas é extremamente divertido. As poucas horas de gameplay (por volta de 5, aproximadamente) garantem que os quebra-cabeças não fiquem desnecessários ou enjoativos. E caso você seja um completo desastre pras resoluções (ou não tenha conseguido entender a essência…. ou seja SÓ preguiçoso mesmo), o jogo ainda dá umas dicas, mas somente se você quiser… algo que eu não recomendo, corta todo o clima da própria guerra e as motivações das personagens.
Desde o começo da jogatina, dá pra perceber que o tom é bem pesado. Apesar dos gráficos estilizados e magníficos, fica claro o retrato cruel da guerra, em que pessoas estão desamparadas, feridas e perdidas. Não importa sua nacionalidade ou o lado apoiado, cada ser ali presente já é uma vítima.
A falta de falas durante o jogo, a narração baseada em trocas de cartas entre as personagens, a trilha sonora magistral, o carisma das personagens são todos pontos que enaltecem um dos melhores jogos sobre guerras que já saíram, especialmente por mostrar a parte daqueles que não apertam o gatilho, mas sim os que sofrem com aqueles que disparam e seus resultados.
Valiant Hearts: The Great War é uma peça rara hoje em dia. E um trabalho incrível da Ubisoft, que nos mostra uma obra extremamente humana e sensível, fazendo jus à tradução literal de seu título, Corações Valentes. Não fique surpreso se acabar se importando demais com tudo e todos. Não ache que será fácil perder colegas pelas batalhas, mesmo que esses colegas não estejam do seu lado. Não poupe lágrimas, especialmente em partes finais. E lembre-se, “uma vida salva já é uma vitória”!
Caso alguém da Ubi leia isso (que não vai acontecer), saiba que sou extremamente grato por VH:TGW… e já fica a dica para aproveitar esse tipo de essência em mais e mais jogos.