A volta de Night Trap e como a merda começou
O remaster que ninguém esperava e ainda menos queria.
Há muito tempo, em tempos mais inocentes, um jogo atraiu a atenção e o ódio das Anitas Sarkeesians da época.
Night Trap.
Em 1993, junto com Mortal Kombat e Doom, foi o jogo responsável pelo surgimento da classificação etária para games nos EUA, o ESRB. Mas qual é a desse jogo?
Night Trap é um jogo em FMV, Full Motion Video, aquele formato que se pensava que seria o futuro, antes de notarem quanto era limitado. Um grupo de garotas (o treco foi filmado no meio dos anos 80, o que é fácil de adivinhar pelas roupas delas) vai fazer uma festa numa putcha mansão. Só que anteriormente cinco outras tinham desaparecido por lá, o que fez com que o Sega Control Attack Team, ou SCAT, montasse uma central de vigilancia e armadilhas no local, para capturar os responsáveis pelo desaparecimento. Mais ou menos isso.
Então o papel do jogador é controlar as cameras, para, na hora certa, impedir os vampirescos Augers, que andam como se estivessem cagados, de levarem as garotas. Tem umas complicações aqui e ali, mas essencialmente é isso. É na verdade, bem ruizinho, como a quase totalidade de jogos em FMV.
E onde começou a merda?
Em uma cena. Esta aqui.
Foi o bastante para muita gritaria ser ouvida no Congresso, com as palavras de pânico normais sendo usadas: violencia, misoginia, sexualização, aquela palhaçada toda que ouvimos, ainda mais alto, atualmente. Um dos discursos dizia que o objetivo do jogo era “capturar e torturar jovens mulheres”, obviamente ignorando que o papel do jogador era exatamente impedir que isso ocorresse.
O presente espelha o passado, já que esse tipo de asneira falado por pessoas que nem sequer jogaram o que criticam ainda ocorre.
Gerou-se boatos de versões ou truques onde a garota da sequencia apareceria nuapelada offliner, gente que teria cometido crimes inspirados nisso e toda a papagaiada que não era nova nem na época.
E agora, recentemente, foi anunciado o lançamento de uma edição fisica limitada para PS4 e Xbox One, com os videos em boa resolução, caixas que simulam a do Sega CD e tudo.
Pois então, agora temos de volta um dos jogos seminais para entender o estado atual das coisa. Não por ser bom. Não por jogabilidade ou gráficos, ou qualquer outro fator do jogo em si.
Mas porque um bando de pessoas acha que sabe o que é melhor para você, porque você é um imbecil e eles devem legislar em cada pequeno aspecto da sua vida.
E você que se foda.