A Piada Mortal – por Zweist
Ok, subiu um bêbado no onibus e
Eu espero que ninguém tenha sequer cogitado que não haveriam hordas de sujeitos defendendo ou criticando esse filme.
Não vou me ater ao enredo, mesmo quem nunca leu tem uma boa noção do que se trata.
É engraçado que algumas pessoas parecem mais perturbadas sobre o sexo entre a Batgirl e o Batman (sexo pós briga, um dos melhores) do que com o restante do filme, como a parte do tiro por exemplo. Tem gente que não tem a cabeça no lugar certo, aparentemente.
E é um dos principais mimimis que tenho visto, “Mas a Batgirl não é atraida pelo Bátima, ela gosta é do Dick, aquele viadinho, porque ele tem a idade dela e blábláblá…” ou “ele é mais uma figura paterna para ela e Wubba-lubba-dub-dub”
Mas essas pessoas não poderiam estar mais erradas Jimmy. A Batgirl sempre foi alguns anos mais velha que Dick Grayson e já foi mostrada tendo interesse romantico pelo Morcegão.
Isso aparece inclusive no universo animado do Batman. Em Batman Beyond, Barbara diz para o Terry Mcginnis que teve um relacionamento curto com Bruce.
E numa velha historia da Batgirl, mais precisamente na história Joias Imperfeitas, num flashback ela menciona que chegou a flertar com Dick, mas achava ele muito novo pra ela, ainda que a diferença de idades não fosse muito grande. O interesse dela era o Batman, mas ela admite que nunca tentou nada.
Agora, se você disser que nunca viu uma garota, em especial as mais novas, que preferisse um cara mais velho do que os garotos da idade dela, eu vou simplesmente mandar você se foder.
E essa papagaiada de “figura paterna” é ladainha. O Batman tinha dificuldade de se achar uma figura paterna pro próprio filho.
Moore disse depois que ter aleijado a Batgirl foi um erro, ele não gostava da personagem e tals. Para ela, como personagem, a fase dela como Oráculo foi a melhor coisa possivel e a tornou de, membro da Batfamily, em um pilar do Universo DC. Todos os herois recorriam a ela em um ponto ou outro e ela chegou a ser parte da Liga, como Oráculo mesmo.
Voltemos ao filme.
A primeira parte, inédita e focada na Batgirl era absolutamente vital pela simples razão de que o gibi é bastante curto. É interessante ver que o Batman é coadjuvante nas duas metades, já que a segunda, que já segue a revista, o foco é o Coringa.
E é ainda uma das mais macabras retratações dele. O furação de piadas que ele manda depois de balear Barbara é apavorante. E o pior, ele é, claro guardadas as devidas proporções, mais engraçado ali do que na sua fracassada carreira de comediante. Se é que foi assim mesmo.
Isso porque os quadrinhos já tinham sua dose de polemicas e incertezas. O Coringa violentou Barbara depois de baleada? O Batman matou o Coringa no fim? É a verdadeira origem do Coringa?
De acordo com os criadores, tanto do quadrinho quando do filme, as respostas são: não, provavelmente não e quem sabe, nessa ordem.
Da parte técnica, é impecável. Uma caracteristica das animações da DC que adaptam obras dos quadrinhos é tentar emular o traço do desenhista original. É claro que uma copia ipsis literis do traço de Brian Bolland seria impossivel, mas o Answer Studio já tinha experiencia com um monte de animações do Golgo 13 e fizeram um ótimo trabalho. Há uma boa atenção aos detalhes como as imagens do batcomputador, que mostram importantes cenas do Coringa durante sua história.
A dublagem, na versão americana foi feita por dubladores já consagrados nos papéis, como Kevin Conroy, Tara Strong e Mark Hamill, então, sem problemas aqui também.
Então ficamos com uma boa animação, dividindo a opinião das pessoas, mostrando o quanto algumas parecem estar com prioridades um pouco fora do lugar. Como sempre sugiro que assistam e tirem suas conclusões. Não fiquem dando atenção para os palpiteiros da internet.
A menos que sejam eu.