Prepare-se para ficar “perplecto”!

Vocês se lembram da série animada Homem-Aranha: Ação Sem Limites (Spider-Man Unlimited, no original) que foi exibida pela Globo lááá em meados de 2000? Pois então…que ela guarda muitas semelhanças com o Homem-Aranha 2099 isso todo mundo que acompanhou quadrinhos nos anos 90 já sabe. Mas, você sabe de onde veio o plot principal da série? Pois prepare-se para sentir seu cu cair da bunda!

A série animada, que contou com apenas 13 episódios, foi baseada numa história do…ARANHA ESCARLATE! Sim, o clone do Homem-Aranha que usava pijaminha vermelho com um moletom azul por cima (e que eu, assim como muita gente, achava o visual SENSACIONAL, mesmo parecendo um “Mendigo-Aranha”).

Confesso que eu ADORARIA ver esse uniforme no cinema. Ele bem que poderia ser o uniforme inicial de Homem-Aranha: De Volta ao Lar. Ou o primeiro uniforme do Peter em O Espetacular Homem-Aranha enquanto ele caçava o bandido que matou o tio Ben, ao invés de só usar aquela máscara de esqui com óculos escuros. E, apesar de gostar, sei que o filme é todo cagado mesmo. Que diferença ia fazer um punzinho a mais..?

Publicada originalmente em Scarlet Spider Unlimited (Aranha Escarlate Sem Limites), revista solo do personagem que acabou influenciando não só a história como também o título da série animada, como deu pra notar, a trama mostra o Aranha Escarlate verificando um depósito que está sob quarentena, com agentes da policia, do FBI e da Organização Mundial de Saúde por todos os lados. A curiosidade do Aranha só aumenta por saber que o local era usado como um dos laboratórios do Chacal, o responsável por toda aquela  quizumba da Saga do Clone e pela vida de Ben Reilly que, caso você não saiba, é a identidade secreta do Aranha Escarlate, já que seria estranho dois Peter Parker perambulando por aí.

Capa original de Scarlet Spider Unlimited. Sim, os desenhos eram bem bosta…padrão anos 90.

Aliás, caso você, jovem leitor, não saiba, o Homem-Aranha teve mais de um clone enchendo os pacovás do Cabeça de Teia nos anos 90, um deles era um carinha chamado Kane, um clone defeituoso que tinha uma parte do rosto deformada e que tinha a capacidade de deformar igualmente os outros com o simples toque de sua clonada mão. Acontece que um dos policiais no local é Jacob Raven, o qual foi vitima de Kane e teve seu rosto deformado além de ter seu parceiro assassinado pelo clone canalha, e ele está disposto a entrar no local, já que esse foi o último paradeiro conhecido de Kane.

O Chacal ao lado do Homem-Aranha e seus clones. Não, esta imagem não está na história. Só coloquei aqui pra molecada mais nova dar uma olhada no cabaré que era essa Saga do Clone.

Já esta imagem está, SIM, na HQ. E, como podem ver, os desenhos do Tod Smith eram bem lixosos…

Lá dentro, Raven descobre o corpo de Kane numa encubadora, em animação suspensa. O Aranha Escarlate fica surpreso, pois achava que Kane havia sido morto pelo Aracnocida (MAIS UM CLONE DO ARANHA ORIGINAL), é quando ambos são atacados por 4 monstros humanoides com formas de animais . A porrada come solta até que os homens-animais são chamados de volta ao seu mundo por um misterioso ser, conhecido como Alto Evolucionário (misterioso pra o Aranha Escarlate, já que o personagem é “véio de guerra” da Marvel). Ao começarem o processo de teleporte, o Aranha lança sua teia em um deles e acaba sendo teleportado junto e vai parar na cidade de Wundagore, localizada na Contra-Terra, uma cópia da Terra que fica do outro lado do Sol e que é comandada pelo Alto Evolucionário e habitado pelos seus homens-fera.

Lá mais porrada come solta, até que o Aranha Escarlate descobre que existe um culto ao Chacal, o qual vê o professor Miles Warren como uma divindade. Conversa vai, conversa vem, descobrimos mais patacoadas sobre a saga do clone em uma trama xexelenta, até que o próprio Alto Evolucionário aparece para conversar pessoalmente com o Aranha Escarlate e revelar que muitas das reviravoltas mostradas na trama até aqui não eram verdade e que ele só quer andar tranquilamente na favela em que nasceu. No final, o Aranha Escarlate volta para seu mundo, deixa Wundagore em paz e a trama toda não fez praticamente nenhuma diferença para a vida de ninguém. Ou seja, uma tipica história dos anos 90.

A história ainda termina com uma piadinha, com direito ao Alto Evolucionário rindo no melhor estilo “final de Thundercats”.

Homem-Aranha: Ação Sem Limites pega essa trama contada em umas 40 ou 50 páginas, mescla com alguns elementos do Homem-Aranha 2099 e nos entrega um plot básico, mas bem diferente do que esperávamos na época e…até divertido. A história é a seguinte (peguei o resumão no Filmow pra economizar tempo e palavras, ou me empolgo e esse post acaba com 3000 palavras…):

Peter Parker, já casado com Mary Jane, se vê num meio de um dilema terrível, depois de ter abandonado definitivamente a identidade de Homem-Aranha: O astronauta Jonh Jameson, filho do J.J., penetra num portal que acaba levando-o para a Contraterra, uma nova versão de nosso mundo criada pelo Alto Evolucionário, na qual os Homens-Fera (neste desenho, chamados de Bestiais) é que são a raça dominante, oprimindo os seres humanos. O mais bizarro é que Venom e Carnage acabam sendo compelidos mentalmente a segui-lo através do portal, graças a uma colônia de simbiontes que quer dominar a Contraterra. Depois de ver uma mensagem de socorro de Jonh, a única que ele conseguira enviar da Contraterra, Peter resolveu resgatá-lo, voltando pela milésima vez a ser o Homem-Aranha. Usando um modernoso uniforme feito a partir de nanotecnologia e criada por Reed Richards, o Aranha partiu em direção a este novo mundo… E o portal atrás de si fechou-se.

Ah, e caso você não conheça (fato que duvido muito, já que o personagem voltou às bancas atualmente), este é o Homem-Aranha 2099.

O vilão principal da série era do Alto Evolucionário e em todo episódio tinha pelo menos um embate do Aranha com os Cavaleiros de Wundagore, seu exército particular. Já a parte inspirada por Homem-Aranha 2099 consistia na Contra- Terra ser um mundo com tecnologia muito mais avançada que a nossa, com carros voadores e tudo o mais tal qual no universo 2099. Além, é claro, de versões high-tech dos vilões clássicos do Aranha, também como em 2099. A exceção eram o Venom e o Carnificina, que eram os mesmo de “nossa Terra” que acabaram indo parar na Contra-Terra por acidente, isso sem falar no exército de simbiontes que queria invadir e dominar o mundo criado pelo Alto Evolucionário.

O Duende Verde era uma cruza do Duende original com a versão 2099

A série tinha um visual bem diferente da sua antecessora, a famosa série animada do Homem-Aranha de 1994. Além do character design que se distanciava bastante (principalmente nos visuais do Venom e Carnificina, que ficaram bem esquisitos e, no caso do Carnificna, SÓ FEIO MESMO, na minha fecal opinião…), a série tinha um visual bem diferente das similares da época, que visavam o publico infanto-juvenil, e usava tons de sombra em preto chapado, lembrando uma versão mais soft da série animada do Spawn de 1997. E, confesso, eu gostava bastante desse visual! Já a trama, eu achava bem “nhé”…

Pra quem ficou, por alguma razão, curioso para ver a tal história do Aranha Escarlate que deu origem a Homem-Aranha: Ação Sem Limites, ela foi publicada no Brasil na revista Aranha Escarlate Especial da editora Abril em 1998, a qual anunciava na capa a ultima aventura do herói antes de assumir o manto do Aranha de vez nas revistas de linha, com aquele uniforme que eu achava SENSACIONAL! Aliás, ainda acho…me julguem…

Sim, eu adoro esse uniforme!

Aliás, o famoso “Homem-Aranha do Alex Ross” foi um dos primeiros concepts para o uniforme que seria usado no cinema. E, sim, ele era baseado no uniforme do Aranha Ben Reilly, que estava sendo publicado na época.

E, SIM, eu adoraria ver esse uniforme de algum jeito em um filme. Bem que poderiam ter utilizado em O Espetacular Homem-Aranha de novo…

A edição ainda traz em suas 164 páginas, uma história do Aranha Escarlate enfrentando Alistair Smythe e a Dra. Octopus (sim, houve uma Dra. Octopus quando o Dr. Octopus foi dado como morto nos anos 90) em uma aventura pelo mundo virtual. Ambas as histórias são bem xexelentas e eu só comprei a edição por 2 motivos:

1- Tinha desenhos do Romitinha, meu artista favorito do Aranha EVER, e desenhos do Mark Bagley, que desenhava bem nessa época e eu adorava o seu traço. Em Homem-Aranha Ultimate parecia que o Bagley tinha tido um derrame de tão deformado que seu traço estava…

Capa americana para a tal história no mundo virtual no traço do FODARALHAÇO John Romita Jr. Bons tempos quando ele ainda se esforçava, mesmo desenhado histórias com roteiros tão bostolentos…

2- Eu comprei a edição por apenas R$2,00 numa banca que vendia gibis velhos, quando a Panini havia acabado de assumir os títulos Marvel e DC e tudo custava caro pra um moleque de uns 16 anos. Se bem que eu tenho uns bons anos a mais e tudo continua caro do mesmo jeito. Acho que a os preços das HQs acompanham o avanço de minha idade…

Por fim, fica aí a curiosidade pra quem não sabia. Eu descobri isso na época e fiquei surpreso pra caramba. Mas não tão surpreso quanto descobrir que  uma história tão meia boca tivesse sido usada como  base para um produto comercial tão grande quanto uma séria animada. E FUNCIONADO! Como todos sabemos, pouco depois os direitos do Aranha foram vendidos para a Sony e por isso a série tem apenas 13 episódios. Só veríamos o Aranha na telinha novamente naquele TENEBROSA séria em CG da MTV que, confesso sem muito orgulho, tenho completa em DVD. O Aranha é meu personagem favorito…essa é minha benção, e minha maldição…quem sou eu? Eu sou o fan boy safado!

PS: Já pararam pra pensar que, sem o casaco azul e os apetrechos adicionais, o uniforme do Aranha Escarlate seria assim…?

Credo…