Motivos para vomitar com a Nova DC
Já passou 31 de agosto e com isso passou uma data mais importante que o 7 de setembro e que certamente foi um desastre com mais vitimas que o 11 de setembro. Reboot da DC.
Vindo diretamente de uma das peores megasagas dos últimos tempos “Flashpoint”, foi um reboot meia bomba. Para não emputecer mais os nerds nas casas de suas mães, foi decidido que nem tudo seria rebootado. E seguiu assim, “A Piada Mortal”, fica, “A Morte do Super Homem” dança. “Morte em Família” permanece. “Queda do Morcego”, vala. O que tava vendendo bem, continua a cronologia, como as histórias do Lanterna Verde, Batman e associados.
O que gerou uma zona desgraçada. Acompanhem esse raciocínio. se possível for.
O Super Homem é morto pelo Apocalypse. Na esteira disso, Mongul e o Super Cyborg, vêm à Terra e destroem Coast City. Hal Jordam pira, destrói a Tropa dos Lanternas Verdes e quase todos os Guardiões. Ganthet, o último Guardião, entrega o último anel de Lanterna para Kyle Rayner. E segue daí.
Se o Super Homem não morreu, como Coast City teria sido destruida e o Hal ficado louco e o Kyle escolhido como Lanterna e ….. por aí vai.
Talvez fosse melhor ter simplesmente zerado tudo. Mas haviam as vacas gordas, como os já mencionados Bátima e Lanterna, que estavam passando por boas fases e não podiam ser cancelados. E as vacas sagradas como “Morte em Família” que não deveriam ser tocadas. Tão pensando que isso é a Marvel, onde as pessoas simplesmente esquecem que todos já viram a cara do Dr. Destino reformada em Guerras Secretas, ou que o Beyonder é na verdade um Cubo Cósmico incompleto (HUAHUAHAUHAUHAUHAUAHUAHAUHAUHA!!!!)?
Mas enfim listemos aqui algumas razões do porque a Nova DC fede.
Mudanças nos personagens e uniformes
Vou citar dois exemplos apenas. E eles refletem bem a atitude esquizofrênica da editora. A Arlequina nasceu no clássico Batman Animated Series, como uma palhacinha engraçada que é completamente apaixonada pelo Coringa, apesar de que ele não hesita em em sacrifica-la para escapar. E por um bom tempo assim ficou. Ela chegou a ser introduzida nos quadrinhos mensais, mas nunca teve muito destaque, pois admitamos, ela não teria muito lugar no sério universo do Bátima (não sem seu criador Paul Dini) . Mas isso nunca a impediu de ser popular. Ai veio o Reboot. Baseada na aparência mais “adulta” da personagem no game Arkhan Asylum, criada por Jim Lee, a personagem abandonou de vez a aparência simpática por uma mais agressiva, parecendo uma Suicide Girl (não me interpretem mal. Adoro as Suicide Girls. Tenho 15 gigas de adoração por elas). Já estava ruim. Mas não acaba aí. Ela se tornou uma psicótica depressiva, capaz até, de abandonar o “Mr. J.” E nem vou mencionar a iniciativa “Desenhe a Arlequina pelada e morta numa banheira para trabalhar para a DC!”
E temos o Lobo. Preciso mesmo falar do Lobo? O maioral que todos conhecem e temem é basicamente um motoqueiro hiperviolento que abriu seu caminho à força para a fama, de extra nas histórias dos Omega Men até a fama de fodão que tem hoje. E era apenas isso. Um cara matando e mutilando de forma engraçada tudo que ficasse em seu caminho. A síntese do quadrinho “pé-na-porta”. E agora foi transformado em… bem… sei lá. Nisso.
O Lobo já havia aparecido na Nova DC, pelas nefastas mãos do mestre Sá.. Rob Liefeld. E exceto pelo falto de estar horrivelmente deformado, era ainda reconhecível como o Lobo. E olhando esse visual novo do Lobo, o desenho do Liefeld parece bom. É o fim dos tempos. O que vem depois, um Mongul vegan hipster?
Sempre antenada com as aclamações da sociedade, a decisão foi, “Vamos tornar a Poderosa menos um objeto sexual e fechar o uniforme dela.”, para agradar as feminazis. E na outra ponta temos, “Vamos sexualizar Xtremamente a Estelar, pra garotada da mão peluda.”. É como um cavalo estrábico que não sabe para onde puxar a carroça. A Estelar sempre foi sexy. Sempre. O uniforme atual dela é pouca coisa mais revelador que o original. O ponto é que, de alegre e durona ela, se tornou uma fria angustiada, capaz de sugerir para o primeiro cara ao lado dela fazer sexo porque está “entediada”. Não digo para tornar a Estelar como no desenho Teen Titans, mas pelo menos não desviar tanto do original. Que tal a Amanda Waller deixar de ser uma gorda fodona, que pôs respeito até no Bátima pra virar um clone genérico da Rihanna?
E a idéia jenial de deixar o Jim Lee e sua mente que não conseguiu sair dos anos 90 desenhar ou no mínimo aprovar os novos visuais. Então temos o Superman “pele invulnerável” de armadura com riscos sem sentido e gola alta. O Flash com protetor de queixo e riscos sem sentido. O Batman com riscos sem sentido, e por aí vai. E pra que o Darkseid precisa de ombreiras? Ele é um sujeito imenso com uma cara de pedra. Ele não precisa de ombreiras para parecer maior.
Decisões de cima para baixo
A cereja do bolo de bosta. O reboot já foi algo enfiado garganta abaixo das equipes criativas. Mudanças arbitrárias já custaram até George Pérez, que, cansado de ser jogado de um lado para outro por decisões, que nem sequer são editoriais, pois vem de mais acima ainda, decisões executivas, deixou o titulo do Superman. E não foi o único, os roteiristas da Batwoman já se preparam para sartar fora, também por causa de mudanças editoriais vindas de muito acima dos editores. Demite Gail Simone, recontrata Gail Simone. Andy Diggle sai da Action Comics. Joshua Fialkov do Lanterna Verde. E por aí vai.
É claro que uma editora, ao contrário de um blog, é uma empresa para gerar lucro. Não se pode criticar seus proprietários por buscar esse lucro, entretanto o que andamos vendo é que a DC, talvez um reflexo da Warner não sabe bem para onde ir. E principalmente quando você tem executivos tomando decisões por cima dos editores, os resultados não foram nada bons. E não serão.
Mas para não parecer que tudo é ruim na DC, fiquem com algumas das melhores imagens da editora que consegui achar.