QUADRINHOS (BARATOS) QUE LI RECENTEMENTE: PARTE 29

O passado de um dos maiores vilões da Marvel e que teve as PIORES representações no cinema.

Eu não tenho certeza mas acho que comprei Os Livros do Destino na mesma compra de Mercenário: Anatomia de um Assassino na Amazon. Creio que custava R$9,90 e esse eu comprei unicamente pelo preço mesmo pois havia dando uma olhada na arte e…bem, falarei disso mais adiante.

Antes de mais nada, uma brevíssima sinopse:

Em Livros do Destino, Victor Von Doom, o nosso velho conhecido Dr. Destino, nos revela toda a sua vida, de antes de seu nascimento até se tornar o monarca da Latvéria. Conheceremos o envolvimento de sua mãe com as magias ocultas e as terríveis consequências disso, conheceremos a tentativa de seu pai de salvá-lo das garras de um tirano conde que comanda o país, descobriremos seu primeiro amor, testemunharemos seu primeiro assassinato advindo do desejo de vingança, o acompanharemos em sua jornada a América para aprimorar seu intelecto superior e conhecer outro intelecto tão impressionante quanto o seu na forma de um jovem Reed Richards, veremos sua busca por unir a tecnologia ao ocultismo a fim de resgatar a alma de sua mãe das mãos de um cruel demônio e a tragédia pessoal advinda disso e, por fim, veremos a ascenção do Dr. Destino como o conhecemos.

Bem, basicamente Os Livros do Destino desenvolve mais detalhadamente o passado do personagem que acabamos por conhecer em Dr. Estranho e Dr. Destino: Triunfo e Tormento, a ótima HQ escrita por Roger Stern e desenhada por Mike Mignola. E quem nos conduz por esses pormenores é ninguém menos que Ed Brubaker, escritor que dispensa apresentações mas que, caso você não esteja ligando o nome a pessoa, é o criador do Soldado Invernal, roteirista de Gotham Contra o Crime (ou DPGC), Matar ou Morrer e Pulp entre tantos outros sucessos. Mas, honestamente…esses não é um de seus melhores trabalhos, em minha opinião pessoal totalmente particularizada de mim mesmo.

A história não é exatamente ruim, mas tem uns exageros que eu realmente não consegui comprar e um ritmo que se arrasta por demais em muitos momentos. Dentre os exageros está o pequeno Victor Von Doom de apenas 4 anos dando um discurso inspirado e eloquente para as pessoas do assentamento cigano onde vivia e ainda dizendo que era mais inteligente e polido que todos eles juntos. Com quatro anos eu bebia perfume e corria pela rua de cueca!

Já o ritmo arrastado se espalha pelas 148 páginas. Muitos momentos são meio jogados na trama, outros são repetitivos e outros são só pra mostrar coisas como “Olha, esse cara vai virar um vilão no futuro! Olha como ele já era desequilibrado aqui!”. Tudo isso vai nos levando até a volta de Von Doom a Latvéria onde vai enfrentar o antigo conde que perseguia seu clã, ordenou as mortes de seus pais e agora se tornou um rei tirano que levou o país a miséria. E quando finalmente esse confronto chega…é a coisa mais anti-climática possível! Sério, é broxante! Se resume a um confronto físico de duas páginas no nível de colocar dois jabutis pra brigar. Nessa hora, o Von Doom discursador de 4 anos fez muita falta, devo confessar…

O capítulo final começa prometendo tanto mas entrega tão pouco…

Agora falemos da arte que, como disse no inicio do post, é um dos meus maiores problemas. Os desenhos ficam a cargo de Pablo Raimondi e, honestamente…são feios! O sujeito é inconstante com a fisionomia dos personagens, em alguns momentos a anatomia fica estranha, algumas cenas que deveria ser impactantes ficam meio cômicas e a impressão de que alguns desenhos foram feitos usando como referências fotos de filmes ou imagens baixadas no Google é constante. Juro que senti uma familiaridade em muitos momentos.

Eu tenho quase certeza de que esse primeiro quadro foi feito em cima de uma cena ou de um poster do filme Darkman: Vingança Sem Rosto do Sam Raimi.
E que essa é um mashup de imagens de filmes de guerra como O Resgate do Soldado Ryan e Além da Linha Vermelha.

A arte final é pesada e meio desleixada as vezes. Eu não sei se é culpa dos TRÊS arte finalistas que se revesam durante a história, ou se eles simplesmente estavam traçando as sombras pré-determinadas por Pablo Raimondi sem nenhum alteração. Resumindo, o traço de Raimondi parece o de alguém ainda aprendendo a desenhar e tentando emular o Alan Davis ( ou mesmo o Bryan Hitch, que já é uma cópia do Alan Davis, só que muito boa) e falhando miseravelmente.

Eu não sabia, mas a história já havia sido publicada em capa cartão na revista Universo Marvel Anual Nº02 em 2008. Essa edição você encontra a partir de R$6,00 na Estante Virtual. Já Os Livros do Destino em capa dura, que é a edição que eu tenho, você encontra a partir de R$10,00 no Mercado livre (apesar de ter maluco vendendo a R$300 como se esse troço fosse um clássico absoluto). Na Amazon a HQ está fora de catálogo, sendo vendida apenas em seu market place por vendedores externos e os preços variam de R$14,00 a R$60,00.

Da primeira vez que li Os Livros do Destino lembro que achei chato pra caramba. Dessa vez me pareceu um pouco menos mas, ainda assim, não é uma história sobre o passado do personagem que vá fica na minha memória. Ainda prefiro MILHÕES DE VEZES o resumo de seu passado em Triunfo e Tormento magnificamente desenhada pelo meu querido Mike Mignola. Então, pra Os Livros do Destino, eu dou…

Nota: 6,0