Rogue Legacy

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Maaano, que jogo dificil! :’)

O sr. Desconhecido (sim, esse é seu nome) inicia sua aventura em um imponente castelo. Lá ele já sabe o que vai encontrar, plataformas que precisam ser puladas e evitadas, inimigos que precisam ser obliterados e paciência… muita paciência. Desde cedo o nobre cavaleiro percebeu que paciência seria sua maior virtude durante os momentos de exploração. Mal sabíamos, mas o sr. Desconhecido foi um cavaleiro qualquer e o primeiro de nossa família. Depois dele veio Johannes, um nobre cavaleiro que continuou o legado de seu pai: desvendar os principais segredos do mesmo castelo. O curioso é que tanto tempo se passou que toda a estrutura do lugar mudou… agora as coisas não são mais como antigamente, está tudo diferente. Após pouquíssimo tempo, percebemos que Johannes era um cavaleiro inútil. Ele não acumulou riquezas, simplesmente morreu, com a vergonha estampada em sua cara. Porém ainda teve tempo de ter uma herdeira, Lady Priscila, que seguiu os passos do pai e se tornou um “cavaleiro” também, igualmente inútil, por sinal.

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E essa foi a forma mais própria que eu achei pra traduzir a essência de Rogue Legacy, um JOGAÇO de plataforma da Cellar Door Games, que saiu no ano passado. O jogo possui algumas peculiaridades que foram responsáveis por um grande  amor à primeira vista, ou primeira jogada… como preferirem. Primeiramente, ele é bastante dificil. As diversas localizações (castelo, floresta, caverna) possuem salas que são geradas de forma aleatória (existe uma forma disso ser mudado, você saberá ao jogar), incluindo inimigos, armadilhas, itens, obstáculos e por aí vai. Nossos personagens também são gerados aleatoriamente, o que inclui seu nome, “profissão” (ou ocupação), magias/habilidades e condições genéticas (como gigantismo, daltonismo, Transtorno Obsessivo Compulsivo, entre MUITAS outras). O jogo trabalha com o sistema de morte permanente, ou seja caro gafanhoto, se você perder o teu carinha, uma cena dramática é apresentada e já era! Ele virou história.  É claro que você poderá continuar com um herdeiro (que pode ser selecionado entre 3, depois da morte do anterior) e seguir com a caminhada.

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E é assim que sua vida segue no jogo. Chega um momento (pouquíssimas horas de jogo, na realidade) que sua árvore genealógica é tão grande que até dá medo. Pois é, pois é… a quantidade de vezes que morremos não tá escrita no livro… É MUITA COISA… o que é ótimo!

Porém não é tão desesperador assim como soa, o jogo possui uma forma incrível de recompensar o jogador: habilidade. Sim, à medida que vamos jogando, melhorando nossos atributos (usando o dinheiro obtido) e morrendo, começamos a dominar a mecânica da parada, o que nos proporciona caminhadas mais longas pelo cenário. E assim vai.

Você vai ver essa tela o tempo todo!

Você vai ver essa tela o tempo todo!

Eu mencionei o dinheiro anteriormente, né?! Hm… as coisas funcionam assim: tudo é feito com as moedas do jogo, desde armaduras, até magias, encantamentos, seus atributos e outras classes. Como não poderia ser diferente, conquistamos esse dinheiro durante nossa exploração, sempre de forma aleatória, talvez derrubemos muito dinheiro de um monstro, talvez não derrubemos nada. As vezes conseguimos achar algum baú incrível com milhares de moedinhas, ou simplesmente morremos em espinhos. Importante é saber que, como sucessor direto de seu fracassado pai, você herda tudo dele, desde os stats básicos, até seu dinheiro… e assim pode dar sequência às importantes aquisições. PORÉM nem tudo são flores, já que somos apresentados a uma entidade semelhante à morte (mas que esqueci o nome, HAHAHAH). Ela/ele/isso nos cobra todo o nosso dinheiro disponível para podermos voltar pro castelo. E assim seguimos. Juntando um tanto de dinheiro para algo específico e morrendo, com um ar de satisfação por saber que iremos poder adquirir algo que nos ajudará (ou não) na próxima jogatina.

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E que espécie de chatice texto seria esse se não tivesse algum tipo de “análise” sentimentalista? O mais incrível desse jogo, além de toda a parte inspiracional e motivacional (sempre buscando a superação), é o ar de que as coisas em nossa vida nem sempre são do jeito que queremos, assim o nosso passado não deve ser o mais agradável possível, porém necessariamente nos fez aprender coisas suficientes para seguirmos em frente. Morreremos algumas milhares de vezes para entender aquele problema? Sem dúvidas, mas também renasceremos outras milhares de vezes para tentar fazer tudo da melhor forma possível. Não podemos mudar o que foi escrito, mas devemos tentar escrever alguma coisa legal para o futuro.

Aí o ser que tira todo o dinheiro pra voltarmos a morrer, :'(

Aí o ser que tira todo o dinheiro pra voltarmos a morrer, :'(

E a conclusão final? Meu, esse é um dos jogos indies mais incríveis que já vi na minha vida! É frustrante, é recompensador, é bastante desafiador, é divertido, mas vale cada segundo de jogatina. Vale MUITO a pena citar, também, que toda a arte dele foi feita por um brasileiro, o sr. Glauber Kotaki…. o jogo todo é maravilhoso, a arte em especial. Não tem como não se apaixonar a cada imagem ou video visto! E o visual em 16 bits é encantador!

Portanto, JOGUEM! Atualmente ele sai por 25 reais na Steam (cliquem em qualquer lugar daqui para ir para a página), uma pechincha praquilo que vai tomar horas e horas de sua vida.

Abraços, queridos amigos… e boas mortes por aí, ;-).