Coisas que nunca mais veremos em banca: Fitas de vídeo.

Há muito tempo atrás,em bancas de revistas não muito distantes…

Se você nasceu após os anos 2000, existe uma grande possibilidade de nunca ter assistido nada em VHS e nem ter visto um vídeo-cassete de perto. Esses (não muito) pequenos retângulos de plástico com fitas magnéticas em seu interior foram a alegria da galera do fim dos anos 80 e durante todo os anos 90 porque permitia ter aquele filme que você adorava sem ter que esperar a boa vontade da Globo, SBT, Bandeirantes (hoje apenas Band) ou qualquer outro canal de passá-lo em sua programação apenas uns 2 anos depois de seu lançamento nas telonas. Ah, e tinha também as locadoras, onde você esperava a sexta-feira pra alugar uma fita e só precisar entregar na segunda. E aí de você se não rebobinasse! Sim, você precisava voltar a fita a seu inicio antes de entregar na locadora, olha que louco!

As fias de vídeo, assim como qualquer mídia quando ainda é uma novidade, eram caras pra porra! Por isso as locadoras eram sempre a melhor opção. Só que no meio dos anos 90, as fitas VHS se tornaram algo comum e seu valor já não era mais tão elevado, permitindo comprá-las nas famosas lojas de R$1,99, sendo que essas normalmente traziam desenhos animados e filme…U-HUM…”educacionais” de atá meia-hora ou, no máximo, 40 minutos. tenho até hoje fitas com dois episódios do Street Fighter americano que passava no SBT, uma com um episódio do desenho americano de Darkstalker e uma com um episódio de Os Defensores da Terra. Se bem que acho que gravei outras coisas por cima…

E com esse barateamento da mídia, logo estávamos encontrando nas bancas revistas que vinham com fitas de vídeo custando entre R$ 9,90 e R$19,90, o que era um DINHEIRÃO na época. E nesse post vou relembrar alguns desses lançamentos inusitados que tiver o prazer de comprar na época. Então vamos começar com a primeira publicação que eu vi fazer isso.

REVISTA AÇÃO GAMES.

A revista que trazia as ultimas noticias do mundo do vídeo-game além de dicas e códigos pra um monte de jogos do PS1 que eu não conseguia zerar normalmente, certa feita apareceu nas bancas com algo diferente: Uma fita de vídeo com um anime baseado em um jogo. Não lembro qual exatamente foi a primeira fita lançada, mas lembro que os tais animes já haviam sido exibidos no programa U.S. Mangá Corps. do Brasil da saudosa Manchete. O que lembro também é das fitas que comprei em uma banca que ficava no caminha da escola (que não era bem uma banca, era um quartinho alugado na avenida do bairro onde eu morava onde um sujeito montou uma banca), que foram Fatal Fury 1 e 2 e Samurai Spirits/Shodown. Fatal Fury eu adorava, assisti tanto que enjoei e hoje pra assistir de novo se torna um pouco difícil. A animação era bacana, o character design era diferente mas muito me agradava e as lutas, apesar de não ter o mesmo dinamismo de Street Fighter II Victory e se preocupar mais em mostrar os golpes especiais dos personagens, eram divertidas. Já Samurai Spirits/Shodown….Jesus amado…a animação era baixa renda.o character designer era BEEEEEEM simplório e os personagens tinham um visual bem amigável ao contrário do visual agressivo que eles tinham nos jogos, e as lutas de espada eram…elas eram…bem…eram inexistentes! As espadas eram usadas como revolveres, já que só serviam pra os personagens largarem golpes lasers uns nos outros. Esse eu assistia com desgosto até que um dia eu desisti de tentar gostar.

Olha essa arte de capa claramente feita por um estagiário da Ação Games! Porque não usar uma arte original como fizeram com as fitas de Fatal Fury, meu Senhor…?

Mas a Ação Games não parou por aí e lançou muitas outras coisas, as quais eu não comprei e só descobri pesquisando pra esse post, como as fitas do desenho americano do Megaman. Mas teve um lançamento que eu corri pra comprar que foram as edições com as fitas de Mortal Kombat: Defensores da Terra, aquele desenho PG-13 onde ninguém sequer sangrava.Obviamente que assistindo hoje em dia você vê o quanto era HORROROSAMENTE produzido e miseravelmente imbecil, com os lutadores formando um time tipo G.I.Joe das artes marciais, mas na época eu achei O MÁXIMO, sobretudo porque o traço era tão simples que eu podia desenhar igual, sem precisar me preocupar com anatomia (que eu nem sabia que era preciso conhecer pra desenhar direito na época, ou seja, eu era igual ao Rob Liefeld é até hoje).

Obviamente não comprei todos os lançamentos com fitas de vídeo da Ação Games, até porque não tinha tanto dinheiro e tive que juntar o dinheiro do lanche pra comprar essas. Mas, como eu já disse, a revista lançou muitos outros VHS, incluindo o curta animado de Mortal Kombat que era um tipo de prequel pro filme e segue sendo a PIOR COISA JÁ FEITA no universo de MK até hoje. Sério, Defensores da Terra perto desse curta é uma obra do Ghibli…

SPIDER-MAN COLLECTION DA ABRIL.

A série animada do Homem-Aranha dos anos 90 segue até hoje como uma das melhores coisas já produzidas com o cabeça de teia. E em 1996 a editora Abril teve uma ideia muito bacana! Lançar histórias clássicas do Homem-Aranha junto com fitas de vídeo com os episódios da série de TV. O resultado foram foram 16 números de Spider-Man Collection, que traziam as HQs em capa cartão, papel jornal e em preto e branco com as primeiras histórias do herói em ordem cronológica, provavelmente retiradas da edição Essencial americana,que são encadernados de quase 600 páginas em capa cartonada,papel jornal e em preto e branco, cobrem todo uma fase de um determinado personagem e custam a merreca de uns 12 dólares (o que dá uns R$400 atualmente…). Cada edição custava a FORTUNA de R$19,90 (lembrando mais uma vex que isso era DINHEIRO PRA CACETE nos anos 90) e, exatamente por isso, só comprei uma edição (aliás,minha mãe comprou pra mim após muito implorar) e escolhi justamente a que vinha com o episódio do crossover entre o Homem-Aranha e os X-Men, ou seja,eu tinha dois dos meus desenhos favoritos em uma fita só. Stoinks!

As revistas.
As fitas de vídeo.

Lembro que adorei o episódio duplo que vinha na fita pois não lembrava de tê-lo visto na TV, apesar dos erros de dublagem grotescos, como o Wolverine sendo chamado de “Lobão”, muito provavelmente porque o tradutor deve ter pego a tradução em espanhol pra trabalhar em cima e lá o personagem é chamado de Lobezno. Já os quadrinhos…EU ODIEI! Achei as histórias chatas e infantis demais, e olha que eu tinha 11 anos! Hoje em dia eu adoraria ter essa coleção completa e ler tudo com o pensamento critico de hoje. Provavelmente eu continuaria ODIANDO, pois detesto os vicios de escrita do Stan Lee, mas seria bacana reler essa fase clássica do aranha em edições que não custem um fígado como a coleção que a Panini está lançando atualmente.

HERÓIS DA TV DRAGON BALL Z

No inicio dos anos 2000, Dragon Ball Z era febre na Band. Aproveitando o ensejo, a editora Abril começou a lançar a revista Heróis da TV acompanhadas com fitas contendo os OVAs de Dragon Ball Z. Foram 18 edições sendo que lá pelas ultimas pintaram uns OVAs do Dragon Ball Clássico também. Dessa coleção eu só comprei 3 fitas (em 2002 eu já estava em meu primeiro emprego e recebia uma miséria, mas era burro e não me dava conta disso. Era bem menos que um salário minimo). As que comprei e tenho até hoje são o OVA do Bardok, pai do Goku, o do Trunks do Futuro que mostra o Gohan adulto pela primeira vez, e O Homem Mais Forte do Mundo, que tem um cientista que controla o Picollo e eu acho bem bostolento.

SPAWN COLLECTION EDITORA ABRIL

Em 1997 o filme do Spawn foi lançado. Lembro que lia informações sobre o filme na revista Herói (que já estava em seu formato magazine a essa altura) e ficava alucinado achando que era um filmaço. O filme foi exibido pelo SBT no ano seguinte e eu gostei. Não tanto quanto esperava, mas gostei ( eu era uma criança inocente…). Até que em setembro de 1998 chegou as bancas Spawn Collection da editora Abril, que seguia a mesma premissa de Spider-Man Collection, relançar as primeiras histórias do personagem junto com fitas de vídeo com episódios da série animada.Só que, meus amigos…o desenho produzido pela HBO era SINISTRO!

As revistas, contendo duas edições originais cada.

Os VHS com um episódio cada.

A série animada,produzida pelo estúdio Japonês Madhouse,tinha um visual muito similar ao desenho Gargoiles só que com sombras pretas chapadas e VIOLENTO PRA CACETE! Sério,o sangue escorre nessa animação e a censura é inexistente, a não ser nas cenas de “furunfagem”, é claro. Mas a série é tudo que o filme deveria ter sido e não foi em prol de uma classificação PG-13. Infelizmente eu só comprei 4 das 12 edições e algum tempo depois um DVD foi lançado no Brasil dublado e resumindo a primeira temporada em forma de filme. Mas essa versão é toda picotada e censurada até o talo e é UMA MERDA que eu tenho e também foi comprado em banca quando os DVDs estavam em alta. A Band, inclusive,chegou a exibir essa versão algumas vezes. Apenas anos depois, quando tive contato com a internet de fato,descobri que haviam 3 temporadas e pude assistir a todas. Eis uma série que envelheceu como vinho e recomendo até hoje pra fãs e não-fãs do personagem. Ela consegue ser melhor até que seu material fonte! O que não é lá muito difícil…

A editora Abril ainda lançou uma série de fitas de vídeo com longas animados Disney. Dessa coleção eu comprei a com o filme do Tarzan, pra mim o melhor longa animado da Disney em animação tradicional depois de O Rei Leão. Bem, oque eu lembro por agora é isso. E vocês, lembram de algum lançamento em VHS nas bancas que eu não citei aqui? Deixem nos comentários. Se minha memória ajudar, em breve farei outro post falando dos lançamentos de DVD em bancas também, com coisas como Supercampeões: Captain Tsubasa Road to 2002. Então até lá, se minha memória for gentil…