Coisas Que Chegam Pelo Correio – Eskrota: Cenas Brutais

Voltando a escrever por uma boa causa.

Dentre as coisas que não pararam mas deveriam ter parado pelo bem da saúde pública nessa quarentena, o correio entra na lista. E pra minha surpresa ao chegar agora pela manhã em casa eu me deparo com um pacote destinado a minha pessoa. Como não fiz nenhuma encomenda recente só poderia ser uma das recompensas do Catarse que venho esperando, e a que chegou é a mais barulhenta.

Mas antes uma breve biografia dos envolvidos.

Eskrota é uma banda de crossover\thrash do interior de São Paulo, inicialmente formada por Ya Amaral (guitarra e vocais), Tamy Leopoldo (baixo e backing vocal) e Miriam Momesso (baterista), inicialmente contavam também com Mars Martins nos vocais, mas ela deixou a banda em 2018, desde então são um trio com Ya assumindo o microfone. Mirian saiu da banda ano passado, pelo que tudo indica sem ressentimentos e quem assumiu as baquetas foi Jhon França.

A banda possui na discografia o EP “Eticamente Questionável”, de 2018 e o split Ultriz, junto com a Afronta. O meu primeiro contato com a banda se deu por meio daquele infinito clique em um vídeo relacionado ao que você está assistindo no Youtube. Em um minuto estava vendo os clipes do Municipal Waste (procurem) e logo depois tava boquiaberto com o trio (a época ainda com Miriam e Mars tocando ao vivo. Havia ali muito potencial.

Um belo dia o The Nada fala no grupo do Goatcast que o Eskrota estava buscando financiamento coletivo pra lançar o seu primeiro full, e como reza a cartilha do ansioso, fui atrás na hora e apoiei. Hoje chegou aqui em casa o disco mais as recompensas, não me arrependo um segundo pelo dinheiro doado.

Cenas Brutais possui 11 faixas e 27 minutos de duração, e no momento que escrevo essas linhas ele tá rodando aqui pela terceira vez seguida. Agressivo, direto e sujo, além disso muito bem produzido. O disco é uniformemente foda pra caralho, as letras cheias de críticas sociais variadas, abordando desde a violência estatal e paraestatal de cada dia até a brutalidade de um sistema judicial que abandona mulheres vítimas de violência e ameaça a míngua são um capítulo a parte.

Sobre o que chegou

Primeiro a cereja do bolo. O disco não tá só foda, tá lindo também, com uma arte foda assinada por Alcides Burn. O livreto interno conta com as letras das músicas além de referências e dicas de leitura pra quem quiser se aprofundar mais nas composições, além de fotos da banda. Além disso também vem um encarte externo, que no meu caso veio autografado (<3)

Além disso também chegou uma camiseta com estampa exclusiva para os apoiadores, muito bem silkada e com ótima qualidade. A mesma estampa também está presente em um dos três adesivos. Como não pode faltar em se tratando de crossover\trhash, vieram também os tradicionais patchs, sendo três mais simples de cores variadas, apenas com o logo da banda e uma de alta qualidade, que além da logo também vem com o símbolo antifacista. Dá até vontade de voltar a usar jaqueta jeans só pra colocar essa patch nela.

Fechando os brindes temos o que eu considero a maior e mais bonita ecobag que eu agora possuo, com o femigrama e sangue. Sério, é uma senhora bolsa, além do material ser infinitamente melhor que as que vejo por aí, a galera se puxou muito na confecção dos brindes.

Bom acho que é isso, agora com licença que eu vou escutar o disco mais umas 5 vezes seguidas.

Godoka
24/03/2020