Coisas Que Chegam Pelo Correio – Longe De Casa

Começando a nova série a ser cancelada aqui do site.

Consumismo, impulso movido pela ansiedade, gosto por coisas variadas, algumas delas duvidosas, o fato é que minha caixa de correio vira e mexe tá com alguma coisa dentro. O pessoal do site já teve a oportunidade e o desprazer de acompanhar algumas desventuras minhas com coisas do Wish, mas isso é assunto pra outro post pois a ideia é falar  sobre coisa boa. Pelo menos nos primeiros.

2020, todo mundo (ou uma parcela bem boa disso) sabe o que é crowdfunding então me reservo o direito de não explicar. Anos atrás orgulhosamente dei uma força pro Caio Oliveira no lançamento de Panza, sua primeira publicação, e após um longo e tenebroso inverno voltei a dar as minhas caras pelo Catarse, e onde antes só tinha mato e projetos duvidosos hoje abriga um maravilhoso jardim onírico de projetos, tanto de quadrinhos quanto daquele outro tipo de quadrinho mais antigo, que só tem letrinha nas páginas.

Ainda tem muita coisa duvidosa também, mas isso a gente deixa de lado pro véio da Havan lavar dinheiro.

Eis que hoje, horas atrás pra ser exato, chegou aqui em casa a antologia de histórias de terror Longe de Casa, que foi lançada pela Editora Diário Macabro. Esse não é o primeiro projeto deles que eu me interessei e apoiei, porém hoje foi um dia de merda e essa estrelinha veio me trazer um pouco de alento, então achei ser um bom começo. O fato de eu ter lido ele todo em aproximadamente uma hora também contribuiu.

São ao todo 15 histórias e 17 autores, focadas no terror e suspense e tendo como fio guia o fato de que todas se passam quando seus protagonistas estão longe da segurança de seus lares. São todas histórias muito boas, algumas realmente ótimas, e mesmo aquelas que não curti muito o roteiro possuem uma qualidade artística do caralho. Em uma mídia que é ditada basicamente pelo que é produzido nos EUA e no Japão uma publicação dessas acabe sendo um sopro de vida e tanto.

Talvez em uma releitura a minha opinião mude, mas eu gostaria de dar a algumas histórias o prêmio Puta Que Pariu, dado apenas a coisas que me fazem vocalizar tal expressão quando terminam. São elas Notas Salgadas, de Marcos Machete, que eu fiquei com um medo danado de ir pro clichê lovecraftiano mas acaba rumando pra algo diferente e poético; Luz, de Priscila Limonta, que trabalhou de maneira maravilhosa o conceito do homem como o pior dos monstros e Jd Estígia, de Pietro Antognioni, mostrando o terror cotidiano que não tem medo ou vergonha de se esconder.

E edição é em capa cartonada e papel pólen, muitíssimo bem impressa. A organização do projeto ficou por conta dos também autores Priscila Limonta e Silva João, esse último já possuindo o status de webdiva aqui entre os redatores. A categoria de financiamento que eu selecionei conta ainda com uma marca páginas bonitão com uma tirinha exclusiva do Silva João no verso, uma ecobag que é simplesmente um luxo e uma cartelinha cuti cuti de adesivos com elementos de algumas histórias, que eu não vou usar por não ter mais quinze anos há quase quinze anos e porque eu tenho dó de usar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Além disso também como extra eu recebi o Phobiafilia

Antes de falar dele eu gostaria de desejar do fundo do meu coração que a alma da galera que coloca como extra de projetos atuais os projetos antigos vá direto pra um plano melhor de existência sem precisar passar pelo umbral antes, galerinha abençoada. Falando sério, é uma oportunidade de conseguir coisas maneiras que você não conseguiu apoiar por falta de grana na época ou simplesmente por não conhecer. E Phobiafilia é uma dessas coisas.

De autoria de Preto Pasin, a obra é uma narrativa muda do protagonista através de 32 medos. A única coisa escrita nas páginas é a nomenclatura científica do medo acompanhada de uma breve explicação. Confesso minha ignorância em relação ao Preto, mas alguns elementos da sua arte me lembram o Bill Sienkiewicz, e pra mim isso já é motivo o suficiente pra ter pegado essa publicação também. Diferente do prato principal, Phobiafilia vem em capa dura e papel couché de muito boa qualidade, mas mesmo se viesse em papel jornal era bom.

Ok acho que é só por hoje. Até breve (ou não tão breve assim) com mais um Eu Não Lembro O Nome Que Dei Pra Esse Post.