Ted Bundy: A irresistível face do mal [RESENHA]
Isso não é segredo pra ninguém: eu curto o Zac Efron pra car%*#&! <3
Tudo bem que o forte do cara é, indiscutivelmente, a comédia (Mike and Dave Need Wedding Dates, quem não viu, por favor… PARE de ler AGORA e vai ver!), mas vez que outra ele arrisca um drama e manda muito bem! E esse é o caso de Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal, o biopic do famoso serial killer homônimo, cujo título original é MUITO MAIS LEGAL: Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile (referência a uma frase usada no filme para descrever os atos do garotão).
E o mais interessante desse filme nem é a quantidade improvável de bons atores os quais a gente nunca imaginaria que veria contracenando, como Lily Collins, Haley Joel Osment (o gurizinho do Sexto Sentido agora adulto e pós-graduado em fast food, se é que vocês me entendem), Kaya Scodelario (de Maze Runner), Jim Parsons (o Sheldon), John Malkovich e até James Hetfield. Sim, ele mesmo: o sr frontman do Metallica fazendo sua estreia em Hollywood. Metallica que, aliás, também marca presença na trilha sonora, com a música The Four Horsemen (apropriadíssima!).
Não, meus amigos, o mais interessante de Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal é o storytelling. A estrutura narrativa do filme optou por um caminho não usual – mas muitíssimo acertado – em matéria de filmes de serial killer: em momento algum a gente vê Ted cometendo os crimes. Calma! Não para de ler ainda! Deixa eu explicar o porquê disso ter sido uma boa escolha.
Primeiro, serial killer matando a gente já viu e vê em tudo que é filme slasher. Segundo, ao não focar nos crimes e sim em todo o processo de defesa de Bundy às infindáveis acusações, o filme cria uma atmosfera de plausible deniability no espectador, ou seja, por mais que a gente saiba que o cara é um assassino que de fato existiu e cometeu aqueles crimes dos quais foi acusado, o sentimento é de “e se…?”. E SE ele de fato é inocente e só deu azar de se parecer com o retrato falado? E SE ele só estava no lugar errado na hora errada? A gente assiste ao filme com a mesma dúvida que a namorada de Bundy, interpretada por Collins, destruída pela divisão entre a razão dos fatos e a emoção do “Mas olha essa carinha… Ele não faria isso…”. E essa é a faceta mais fantástica do roteiro: mostrar que Bundy é o psicopata perfeito, charmoso e inteligente, que defende a si próprio no tribunal e faz a gente quase acreditar que ele é inocente.
A atuação de Efron contribui de forma excelente para essa sensação. Ele realmente está fora de série no filme. Mandando os dias de High School Musical pra casa do car%*#& e mostrando o ator maduro e competente que ele é. Muito embora ele tenha aquele timaço de apoio que eu citei ali em cima, quem leva o filme nas costas é ele.
As caracterizações e o texto também são sensacionais e levam em consideração entrevistas que Bundy deu na época e o seu julgamento, que foi televisionado. Certas frases são tão boas que parecem até floreio em cima do que foi dito, mas nos créditos podemos ver as cenas originais e o texto é aquele, ipsis litteris.
Ted Bundy: A Iressistível Face do Mal estreia amanhã (25/7) nos cinemas.