“Dois cliques… eu ouvi… dois cliques…”

Sabe quando falam “filmão”? Esse aqui é, pela qualidade, e mesmo talvez pela duração. Alguém ainda fala “filmão”? E achar que o titulo deveria ser levado ao pé da letra só vale para aquele cara que se achou lesado quando vieram os créditos de “A História sem Fim”.

Mas divago.

Como deve ser fácil adivinhar, o filme se trata do Dia D, seus preparativos, a expectativa sobre o clima, o desembarque, o caos que seguiu, as operações atrás das linhas alemãs, a reação dos mesmos, os combates por toda parte e finalmente, a consolidação da cabeça-de-ponte na Normandia.

O treco é bem ambicioso de forma que foram necessários três diretores, cada um cuidando de um ponto de vista. Então seguimos a visão dos britanicos, americanos, alemães, da resistencia francesa e dos civis.

O elenco está cheio de atores fodas, como Don Adams (o agente 86), Henry Fonda, Robert Mitchum, Robert Wagner, Richard Burton ,Sean Connery e claro, o Duke, John Wayne. Para citar só uns poucos.

E alguns realmente combateram na guerra, como Richard Todd, que interpreta o cara que foi seu comandante, John Howard. O que levou ao curioso momento em que Richard Todd interpretando John Howard encontra outro ator interpretando Richard Todd.

A cena do desembarque, e essa é minha opinião, bate com a de O Resgate do Soldado Ryan, embora não tenha obviamente o mesmo nivel técnico e sangreira, mas em relação à tensão, essa está ali.

Devido a muitos fatores, como seguir o livro no qual foi baseado e mesmo a presença de gente ali que esteve no meio daquele furdúncio, o filme toma poucas liberdades com os fatos historicos, é quase que um documentario. Fora o fato que, quando não era possivel criar tropas com CG, foram usados 23.000 soldados americanos, ingleses e franceses para servir de extras.

Analisando, o Dia D foi um sucesso maior do que o esperado. Os Aliados conseguiram conquistar uma cabeça-de-praia maior do que a esperada, mesmo com muita luta, por diversos fatores, muitos dos quais vindos dos proprios alemães.

O Alto Comando nazista acreditou por muito tempo que o desembarque na Normandia era só para desviar do verdadeiro alvo, Calais. A maioria dos generais alemães estava longe de seus postos, praticando jogos-de-guerra, justamente para combater uma invasão pelo Canal da Mancha e Rommel estava de folga, indo visitar sua esposa. Fora o fato que ninguem teve coragem de acordar Hitler para que ele autorizasse o envio da 21 Divisão Panzer para defender as praias.

Quando perguntado sobre um bom filme de guerra, O Mais Longo dos Dias costuma ser minha primeira indicação.