Rise from your grave

Esse aqui ficou no rascunho por um bom tempo, mas como faz um tempo maior ainda que não indico um anime, convém que esse post se reerga dos mortos.

Tudo começa quando Sakura Minamoto, uma estudante normal, vai dar os primeiros passos que podem mudar sua vida, já que ela está indo para uma audição que pode lhe garantir um lugar num grupo de idols.

E ao sair de casa é prontamente atropelada por um caminhão.

Tudo que ela sabe depois é ao acordar em uma mansão abandonada junto com seis outras garotas, as quais logo fica claro, são zumbis.

Ela se apavora e tenta fugir, mas é interceptada por um cara de óculos escuros que se apresenta como Kotaro Tatsumi e joga a real. Ela também é um zumbi e está morta há dez anos.

E mais.

Cada uma das garotas é uma idol de uma época especifica e foram trazidas de volta à vida por ele para que a ajudem em seu plano.

Criar um grupo de idols para ajudar a revitalizar a prefeitura da região de Saga.

Como deve ter ficado claro, é uma comédia e acho que dá para destacar os dois pontos mais fortes aqui, os diálogos e os personagens.

Na verdade, dois deles em particular se destacam. A zumbi Tae, cuja mente não voltou totalmente do estado zumbi, de forma que ela  não consegue falar e age de forma quase animalesca o tempo  todo. Ela é frequentemente imprevisível e hilária.

O outro é o estrambótico Kotaro Tatsumi. Os discursos do cara são hilários, tanto pelos absurdos, como sua capacidade de evitar responder várias perguntas relevantes feitas pelas zumbis quanto pelo próprio jeito do camarada, ao que o dublador tem uma parcela enorme de contribuição.

Há ótimos momentos quando as meninas tentam manter segredo de sua condição (elas usam maquiagem pesada para ficar com cor de pele normal por exemplo) enquanto fazer shows e o fato do grande plano de Tatsumi ser obviamente um monte de improvisações feitas na hora.

A animação no entanto, em especial durante as performances é instável por assim dizer, com umas cgs ficando dolorosamente destoantes do restante do episodio.

Exceto aqui. A cena da batalha de rap é qualquer coisa de ótima

Há algumas boas sacadas no entanto, como o uso da palavra “Saga”, ou seja o nome do lugar e o conceito de narrativa. Ou próprio nome do grupo, Franchouchou, escolhido basicamente por causa da sonoridade graciosa do francês “chouchou”. Mas pronunciado em japonês fica parecido com “furanshuu”, ou seja “cheiro de decadência”.

Decadencia essa, num outro sentido, compartilhada com a ambientação. A prefeitura (não como uma cidade, prefeitura é algo como uma região) de Saga é bastante isolada e obscura, conhecida principalmente por causa de sua produção de porcelana e como pode-se imaginar, não é muito popular.

Nem sempre é comedia e há alguns momentos de drama também, mas quando isso acontece, você já está preso às personagens e não chega a incomodar. Outra parte da equação é meio que uma critica/sátira à indústria de idols, e isso fica claro quando elas mostram a visão sobre as idols em suas respectivas épocas e as dificuldades das artistas que trabalham nisso.

Falando nisso, o pessoal que trabalhou no anime, num certo momento duvidou de que o anime fosse ter algum sucesso, mas acabou se tornando realmente muito popular na temporada de sua estreia.

Então se for para acompanhar uma série com o nome “Zombieland”, essa é a melhor pedida.