Mês da Guerra – Memphis Belle – A Fortaleza Voadora
Esse era um dos campeões pouco cantados da Sessão da Tarde.
O Memphis Belle era um bombardeiro B-17 cuja tripulação conseguiu um feito bastante raro, completar 24 missões e voltar para contar a história. Graças a isso o avião seria retirado de serviço e a tripulação poderia voltar para casa.
Haviam vários motivos para isso. Esperava-se que os tripulantes excursionassem pelo país ajudando a vender Bônus de Guerra e passassem a experiencia aprendida para novas tripulações. Essa politica ajudou bastante os EUA em particular contra o Japão, pois seus ases podiam treinar novos pilotos com detalhes importantes de combate aéreo, ao passo que o Japão foi com o tempo perdendo seus pilotos mais experientes e com eles seu conhecimento.
O filme trata justamente da ultima missão do “Belle” antes de sua aposentadoria. E não poderia ser pior, já que foram destacados para uma bombardear uma fábrica na região de Bremen, tremendamente protegida por pesado fogo anti aéreo.
O filme tem bastante liberdade quanto aos fatos reais. Os eventos retratados ocorreram em missões distintas e a tripulação do filme é fictícia e principalmente, se um alvo estivesse encoberto por mau tempo, os aviões seguiam para o alvo secundário. Ou o terciário. Ou o Comando da Força Aérea diria para que procurassem “alvos de oportunidade”. Se fosse impossível, a missão era cancelada e as bombas lançadas no mar durante o retorno.
Outra coisa é que veteranos de guerra reclamaram que a tripulação no filme fala muito e age de forma quase que desesperada. É sério. Recentemente ouvi os áudios dos diálogos da missão Apolo 13. No filme vemos Tom Hanks e os outros falando alto e exaltados. Nas gravações, os astronautas falam de forma tranquila mesmo durante momentos em que outras pessoas estariam encomendando suas almas. Algo parecido acontece aqui, segundo veteranos.
Mesmo assim, o filme consegue transmitir a tensão de voar em um avião pouco manobrável sob pesado ataque de baterias anti aéreas e de caças interceptadores nazistas.
Os efeitos são bem executados e a reconstrução dos aviões, muito competente, dos bons tempos antes da excessiva CGisazão. Exceto é claro, nos momentos em que os aviões são destruídos. Ali os modelos ficam mais dolorosamente visíveis.
O B-17 Flying Fortress conseguiu a façanha de ser um bombardeiro legalzão. E uma fama que fez merecer o apelido da série “Fortaleza Voadora”, já que conseguia suportar uma grande quantidade de castigo.
Atualmente, o Memphis Belle está exposto no Museu Nacional da Força Aérea, mas como poucos aqui deverão ter a chance de ir lá ver, podem ficar com o filme mesmo.