Indicações Semanais de mangás – Vol 3

A pior parte nessas séries é inventar algo para colocar aqui.

Ou aqui. É tão ruim quanto.

1 – YOSHKA SPACE PROGRAM

Yoshka é uma menina inventora daquele tipo que só tem nos quadrinhos, capaz de fazer coisas fantásticas com um monte de sucata. Só que ela costuma cobrar preços absurdos por suas invenções, pois quer financiar seu projeto mais ambicioso, um foguete que a leve até a lua, onde Yoshka diz que sua mãe está.

A arte foi o que primeiro me atraiu. Depois a historia me manteve por perto. Embora o tom seja bem leve e tenha umas partes de comédia, há momentos que ficam um pouco mais tensos, principalmente quando surge um estranho tabu em relação à lua naquele mundo e pessoas que querem usar o talento de Yoshka para suas próprias agendas.

2 – MAIKO-SAN CHI NO MAKANAI-SAN

Aqui vemos um olhar um pouco mais interno sobre um dos simbolos do Japão e que curiosamente é mais mal interpretado do que realmente conhecido, principalmente no Ocidente.

Kiyo e sua amiga Suu vão para a antiga capital, Kyoto, onde pretendem se tornar gueixas. Depois de um ano, fica claro que, ao contrário de Suu, Kiyo não tem talento para isso e a okaa-san (literalmente “mãe”,  é como a responsável pela casa onde as gueixas residem e treinam é tratada. Elas tratam umas às outras como irmãs) pede para Kiyo voltar para casa. Nesse meio tempo, a responsável pela cozinha do lugar tem um problema de saúde e deixa o emprego. Então, por acaso, Kiyo acaba assumindo o posto.

Os capítulos são curtos e é um daqueles mangás tranquilos de ler. Um detalhe é notar como as coisas são dificeis para as maikos (aprendiz de gueixa), já que há uma quantidade brutal de trabalho e comportamentos a seguir, desde o modo desconfortável de dormir para não bagunçar o cabelo até a forma de andar e se portar, tudo para manter a “aura” quase mistica das gueixas.

3 – OUT – (MAKOTO MIZUTA)

E passamos para a violencia e porradaria.

Iguchi Tatsuya acaba de passar uma temporada preso na detenção juvenil por comportamento violento e não está disposto a voltar. Então ele resolve se mudar para longe de seus conhecidos e morar com seus tios em outra cidade. Só que ele ainda tem tendencias violentas e os problemas acabam o encontrando, de forma que ele acaba novamente envolvido com as gangues.

É bem legal ver, além das porradas, as politicagens entre as gangues e o delicado equilibrio que elas tem que manter para não perderem territorio e influencia e não chamarem atenção demais da policia. O unico problema é manter o foco com o grande numero de personagens e os constantes flashbacks que mostram as raízes da merda que está para estourar na caras dos sujeitos agora.

4 – ISEKAI DE “KURO NO IYASHI TE” TTE YOBARETE IMASU

 

Kanzaki Misuzu é atingida por aquele estranho destino que leva pessoas para mundos medievais. Como é de praxe, ela recebe uma habilidade por isso, no caso magia e o fato que seu conhecimento de jogos se aplica aqui.

A historia em si é bastante comum. O diferencial é a forma como Misuzu age. Ela percebe que tem um tremendo poder, mas é bastante cautelosa, principalmente por não conhecer nada daquele mundo, então ela não sai destruindo dragões e coisa do tipo, mas passa um bom tempo se esquivando de ser arrastada para as politicagens do lugar.

5 – CITY HUNTER

 

Parei para pensar um pouco sobre esse. Por um lado é um clássico, com décadas de publicação nas costas, animes e filmes (um chinês, com Jackie Chan e pouca semelhança com o original, uma série coreana que parece ainda menos e mais recentemente, um francês, que pelo trailer, parece ser a mais fiel à historia e aos personagens). Tem ação bem feita e talecoisa.

Ryo Saeba trabalha como sweeper, um tipo de guarda-costas/resolvedor de problemas contratado. Ele usa sua mira absurda, capacidade de sobreviver a tremendo abuso fisico e a parceria com Kaori Makimura para resolver crimes, em especial se envolvem mulheres.

E esse é a questã. O comportamento de Ryo é “problemático” para dizer o minimo. Quase como uma mistura do Mestre Kame com James Bond. Frequentemente Kaori tem que impor de forma violenta uma restrição ao cara (nunca contra ela, Ryo diz não ter atração por Kaori), principalmente porque ele frequentemente aceita trabalhos onde a cliente pagaria em “especie”, se entendem bem, e não em muito necessário dinheiro.

City Hunter é muito bom e sua longevidade é uma prova disso. Se a atitude de Saeba incomoda, passe para o próximo.

6 –  KITAKU TOCHUU DE YOME TO MUSUME GA DEKITA N DAKEDO, DRAGON DATTA.

 

Vamos aquecer o coração de novo.

Kumpei Kazamachi está voltando para casa quando interrompe uma tentativa de sequestro, um homem-leão tentando levar dois grandes ovos. Ah sim, aqui, a Terra colidiu/mesclou-se com um mundo com habitantes antropomórficos. Isso aconteceu há mais de 40 anos então já não é mais surpreendente.

Enfim, ele recupera os ovos e deles chocam duas meninas. A mãe delas, Aoi Dragoline, explica que ela é um Dragão do Céu e as meninas são filhas de Kumpei. Faz sentido mais para frente.

A pegada aqui é acompanhar a vida dessa familia e as estranhezas ao redor delas, como o fato das crianças sairem flutuando sem controle num certo momento, fora as tribulações normais de pais de primeira viagem.

7 – SHISHUNKI RENAISSANCE DAVID-KUN

A próxima parada é no reino do absurdo. David-kun é um adolescente normal que por acaso parece a estátua de Davi de Michelangelo. O pai dele parece o proprio Michelangelo. Seu melhor amigo parece uma estátua de cupido mijando. Ele é apaixonado por Vênus, que parece a Vênus de Botticelli.

Quanto antes você aceitar algumas coisas, melhor. Porque esse mangá é ótimo. O traço é magnifico e sempre há alguma referencia artistica em todos os capitulos, de uma forma ou outra. A mistura de comédia slice of life com toda essa arte clássica acaba sendo engraçada demais para mim.

8 – To You, The Immortal

Esse é mais dramático e talvez o mais “diferentão” dos que indiquei até agora.

Um ser, quase um tipo de presença, cai na superficie do planeta, no meio da tundra gelada. Ele “sente” os arredores e assumindo várias formas, como uma rocha e depois musgo. Posteriormente acaba encontrando um lobo, morto ou morrendo, e assume a forma do animal, ao que vai começando a desenvolver pensamentos. “Isso” vai caminhando até encontrar uma aldeia abandonada, com a exceção de um menino, que o reconhece e o abriga. O menino decide que não vai mais aguardar que alguém volte para a aldeia e vai tentar encontrar pessoas em outro lugar.

Em resumo, ele morre e o ser assume sua forma e passa a vagar.

Como disse, o drama é pesado aqui, e a historia vai se complicando com a aparição de outras criaturas estranhas e o passado do Ser sendo revelado.

9 – Heterogenia Linguistico

E para finalizar, outro mangá com uma proposta diferente.

Um estudioso de linguas chamado Hakaba resolve continuar o trabalho de seu mentor e vai até a Terra dos Monstros para registrar e estudar suas linguagens. Lá ele é guiado por Suzuki, uma mestiça de humano com lobisomem (lobisomem é outra especie, não um transmorfo) enquanto viaja pela estranha região.

Uma das coisas mais legais aqui é o tremendo choque cultural, tanto de Hakaba quanto nosso. A maioria dos monstros, mesmo os inteligentes, não falam a lingua humana, e alguns nem tem orgãos que lhes permitisse isso. Fora que algumas especies se comunicam através de cheiros ou linguagem corporal. É uma abordagem legal para um aspecto que raramente tem algum destaque, em especial no genero de Fantasia.

Hoje ficamos por aqui e seguimos na próxima semana.

PARTE UM

PARTE DOIS