Review Visual- Deadpool: Bad Blood
Vamos falar mal de Rob Liefeld, amiguinhos?
Depois que o filme do Deadpool, estrelado por Ryan Reynolds, dirigido por Tim Miller e baseado COMPLETAMENTE na fase do escritor Joe Kelly, explodiu em sucesso nas telonas em 2016, Rob Liefeld quis aproveitar a fama como “criador do personagem” (sim, ele criou, de fato, o personagem. Mas criar cópias sem personalidade é só…copiar! Quem deu a personalidade que aparece no filme e é seguida até hoje foi Joe Kelly) e resolveu que era hora de voltar a rabiscar o personagem. Foi, então, anunciada uma Graphic Novel estrelada pelo personagem e totalmente desenhada por Liefeld para 2017. A simples menção das palavras “Graphic Novel” próximas do nome “Rob Liefeld” já são motivo o suficiente pra causar risos de incredulidade, afinal “Graphic Novels” normalmente são HQs com uma arte mais refinada, uma história mais envolvente e conhecendo a história de Rob Liefeld, sabemos que NUNCA será o caso. Deadpool: Bad Blood é a prova que veio pra fechar esse caso e condená-lo a prisão perpetua na prisão conhecida como “Fama de ser um desenhista escandalosamente ruim”!
Com o argumento escrito por Liefeld, que deve ter se resumido a umas 3 frases, e o roteiro a cargo da dupla Chris Sims (O Sonambulo, X-Men 92, Guerra Civil 2 entre outras atrocidades) e Chad Bowers (O Sonambulo e Falcão de Aço…credo) , Deadpool: Bad Blood conta como um misterioso grandalhão mascarado chamado Thumper ( que parece mais o Badrock, criação do Liefeld nos tempos da Image, usando o capacete dos personagens do anime Jin-Roh: A Brigada Lobo, adaptado recentemente em live action pela coreia e facilmente encontrado na Netflix sob o título de Illang: The Wolf Brigade) caça o Mercenário Tagarela por motivos misteriosos. Após apanhar mais que cachorro ladrão, Wade Wilson recebe a visita de Dominó que explicará que o tal Thumper pode ter ligações com o passado de Wade. E é basicamente isso! Nada incrível, nada profundo, só uma desculpa pra Rob Liefeld nos agredir as vistas com seus rabiscos HORROROSOS!
Aí você deve estar dizendo “Porra, mas o Hellbolha também não se ajuda, hein!? Lendo logo está merda!” e eu digo-lhes-vos que eu NÃO LI a “Graphic Novel” (sim, tendo Liefeld no meio, o termo só pode ser usado entre aspas com toda a ironia que o caso demanda) mas acabei lembrando dela durante uma conversa com uma amiga onde ela depreciava suas próprias e INCRÍVEIS habilidades (sério, Susi, tu desenha BAGARAI) e eu usei o Liefeld como exemplo de desenhista eternamente ruim. Foi quando resolvi procurar informações sobre o tal projeto do qual não havia mais ouvido falar e descobri que havia sido lançado em março de 2017 em capa dura nos EUA. Sério…gastaram capa dura nesta bosta! Parece até algo que a Panini faria…
Bem, como eu já disse,eu não li, apenas vi as figurinhas e só pelos desenhos e conhecimento do plot básico dá pra saber que a história não merecia nem capa cartonada. Mas vamos nos ater ao que eu realmente vim falar aqui! E do que eu vim falar aqui? Obviamente sobre a arte do “””Mestre””” Liefeld (não vou por muitas aspas pois só o Kurumada merece tal honraria)! Depois de 200 anos na industria esse infeliz não melhorou NADA! Ainda chafurda nos erros de anatomia, na narrativa capenga, em pés porcamente desenhados (bem, pelo menos tem pés agora…) e armas que não conseguem manter um formato só por dois quadrinhos seguidos. Senhoras e senhores, preparem-se para fazer um tour pelo Circo de Horrores de Rob Liefeld:
1- A CAPA
O sujeito fez força aqui e fica bem evidente quando vemos que ele desenhou muitos pés e muitas mãos numa cena só, e deve ter sido internado e colocado no soro por umas 3 semanas pra se recuperar. Aliás, como graphic novels costumam ter algo de diferente pra deixar a arte mais bonita e chamativa, percebam que o Lifeld começou a se utilizar daquelas canetinhas com corretivo branco na sua arte. Normalmente essa cantinha corretiva é utilizada após o nanquim para acentuar alguns pontos e dar a sensação de brilho e iluminação. Se alguém já viu um vídeo do Jim Lee desenhando sabe que o sujeito utiliza isso muito bem, goste você da arte dele ou não. Só que o Liefeld parece que descobriu essa canetinha corretiva…e decidiu usar EM TODO LUGAR! O uso desnecessário dela fica evidente durante toda a história mas a capa já dá uma exemplo claro desse abuso ser prestarmos atenção ao tronco do Deadpool que tem várias dessas linhas brancas por cima da arte final. Já na perna direita tem um baita chapadão preto onde a canetinha poderia ser usada e ela não chega nem perto.
2- A PÁGINA COPIADA
Não é novidade nenhuma que o “””mestre””” Liefeld adora “homenagear” páginas de HQs clássicas na cara dura. Isso praticamente já se tornou uma de suas características mais conhecidas. Só que aqui eu vou precisar da ajuda de vocês! Como leitores de quadrinhos vocês devem saber que algumas cenas ficam impregnadas no seu subconsciente e quando você vê numa adaptação em desenho animado ou no cinema você diz “EITA! EU JÁ VI ESSA CENA NO GIBI!” só que você não consegue lembrar em qual número exato, certo? Pois foi algo que aconteceu comigo vendo a página abaixo. Eu já vi cada desenho desses 3 quadros em algum lugar, mas não lembro se era numa HQ do Batman, do Homem-Aranha ou do Demolidor. Ou mesmo se cada quadro não saiu de uma HQ de cada personagem! O fato é que essas poses, sobretudo a do primeiro quadro, claramente é uma cópia. Se vocês lembrarem, deixem nos comentários. Eu tenho dúvidas se o desenho do segundo quadro é uma cópia de alguma cena do Homem-Aranha, daquela capa da Mulher-Aranha do Manara ou do Shadowhawk da Image…
3- O CAPACETE JIN-ROH
Como eu já disse, o personagem Thumper, o vilão da trama, parece o Badrock usando um capacete dos personagens do anime Jin-Roh: A Brigada Lobo. Caso vocês ainda não conheçam nem o Badrock nem Jin-Roh, deixarei imagens abaixo para que vocês comparem. Mas, para ser justo com o Liefeld, ele também parece ter copiado um pouco do elmo do Darth Vader. Tá, eu não sei como isso é ser justo com esse copiador….
4- PÉS DRAGON BALL Z STYLE!
Como todos bem sabemos, Rob Liefeld não é famoso pelo seu esmero ao desenhar pés e mãos, muito pelo contrário. Se ele puder evitar desenhar ambos, ele o fará com alegria! Mas como Deadpool: Bad Blood era uma “Graphic Novel” e ele precisava mostrar todo seu “potencial artístico”, ele se esforçou e desenhou muitos pés! Inclusive, alguns em primeiro plano! E isso se mostrou um BAITA ERRO! Sim, pois toda vez que um pé aparecia em destaque ficava claro que anatomicamente aquele pé seria pequeno demais para o personagem a quem ele pertencia. E não apenas isso! Todo e qualquer sapato, bota, mocassim ou seja lá o calçado que fosse utilizado pelo personagem, automaticamente se tornava a botinha de combate do Goku! Deem uma olhada:
A coisa só piora quando em uma cena de flashback aparece o personagem que seria o tal Thumper ainda adolescente. Nela, Liefeld dá um close em seus pés pra anunciar sua chegada e, sendo um adolescente, ele deveria usar tênis ou, se muito, uma bota. Pois Lifeld desenha o moleque usando sapatos medievais!
O flashback se passa por volta dos anos 80, mas parece que o Lifeld meio que se confunde quando o termo “passado” vem a sua mente…
5-EXPRESSIVIDADE É PARA OS FRACOS!
Um coisa que é característica do Deadpool é que mesmo com a máscara ele ainda consegue fazer algumas expressões faciais, tanto que isso foi genial e acertadamente passado para os filmes. Só que para Rob Lifeld, isso parece não fazer muito sentido, já que em uma cena onde é sumariamente espancado pelo Thumper, a expressão nos olhos da máscara, que nas mãos de qualquer outro desenhistas mostraria que os socos estavam doendo de verdade, ficam monotonamente imóveis nas inábeis mãos do “””mestre”””.
6- O PIOR UNICÓRNIO DE TODOS OS TEMPOS!
Liefeld tentou referenciar o amor que o Deadpool do cinema tem por unicórnios em sua “graphic novel”. O resultado é…velho…ô, velho…QUE PORRA É ESSA, VELHO???
Velho…olha essas pernas…olha essa cara…esse bicho tá todo desconjuntado! Parece uma mistura de um cavalo com um golfinho do demônio! E CADÊ AS ORELHAS DESSA ABOMINAÇÃO! Até o Deadpool tá claramente desconfortável montado nesse troço! Desde o soldado romano com um cavalo saindo do cu não víamos um equino tão medonho nos traços tortos do Liefeld!
7- CABLE E SUA ARMA MUTANTE.
Durante um flashback vemos cable e a X-Force em ação. Durante toda essa curta participação, a arma do Cable não consegue manter o mesmo formato nem por dois quadros seguidos! Inicialmente em pensei que a arma mudava porque a história saia do passado e vinha pro presente, o que daria uma explicação plausível pra tudo, mas fiz questão de ler essa parte e ela se passa unicamente no flashback. Vejam aí a primeira arma de moléculas instáveis do universo Marvel.
8- CABLE TIRO CERTO.
Gostaria de voltar a essa página pra destacar um fato totalmente desinteressante e que só comprova o quanto o Liefeld está cagando pra lógica (ou simplesmente é limitado artisticamente, e isso é um fato). Percebam que o Cable e o Shatterstar se deparam com uma enorme porta fechada e o Cable decide que é hora de derrubar a porta a tiros. Agora percebam que o Cable continua olhando pra porta a sua frente mas atira PARA O LADO! E, ainda assim, funciona!
Ou o Cable tem uma mira muito boa ou…Ah, foda-se! A gente sabe que foi o Lifeld e sua falta de talento!
9- QUE BRAÇO É ESSE…?
Após arrombar a porta com um tiro dado pro lado oposto dela, Cable descobre que Deadpool matou um grupo de seguranças. Mas o que o deixa chocado não é a carnificina, é o braço direito do Deadpool que parece ter sido torcido 8 vezes e ficou completamente disforme.
O sujeito tá com o braço dobrado e o bíceps não flexionou nem um centímetro sequer! A impressão que dá é que ele está usando uma daquelas fantasias baratas com músculos de espuma e que a espuma acabou no bíceps.
10- AFF…CANSEI DE DESENHAR ESSE BRAÇO.
Em uma cena de revelação, Garrison Kane, vilão dos primórdios de Deadpool e, se não me engano, também vilão da X-Force, aparece. Por dois desenhos seguidos, Liefeld detalha um dos braços mecânicos de Kane dando um ar mais moderno do que um simples braço listrado pintado de cinza.
Só que aí, algumas páginas depois, Liefeld parece se arrepender der ter metido tantos detalhes diferentes no tal braço e voltamos ao velho braço listrado pintado de cinza de novo…
11- ESSAS MALDITAS E INÚTEIS ESPADAS…
Durante TODA A HISTÓRIA as espadas que o Deadpool carrega nas costas vão mudando de cor, tamanho e formato. Até que ele finalmente resolve usá-las e a coisa toda SÓ PIORA! Primeiro, porque o sujeito segura uma com a mão de mariola e outra…bem…só Deus sabe como, já que a mão vai pra um lado e o cabo vai pro outro, mais um clássico erro Liefeld.
Em seguida, Deadpool prefere dar SOCOS segurando as espadas ao invés de cravar ambas nos olhos do seu adversário!
Em seguida, Liefeld cansa de desenhar os detalhes no cabo como katanas mal desenhadas e desenha tiras de couro cobrindo os cabos do nada. Isso sem falar que as espadas voltam pra bainha magicamente e, por fim, se transformam em espadas medievais europeias com cabos curtos demais pra mãos que não fossem de um anão. Ah, e todas as páginas aqui estão em sequencia, então não existe nem a desculpa de passagem do tempo com uma troca de espadas em meio a ela.
12- FREVO FIGHT!
A cena de luta entre Deadpool e Dominó, assim como todas as outras da HQ, não tem coreografia NENHUMA! Todas se resumem a os personagens dando um soco ou uma voadora no vazio com o outro pulando dramaticamente na direção oposta fazendo leitor se perguntar “como esse golpe atingiu ele/ela se eles estão a 4 metros de distancia um do outro e ele/ela chutou pro ou lado?”. Nessa luta entre Deadpool e Dominó em especial, tem uma hora em que ambos parecem estar numa disputa de frevo e o adversário se contorce de dor e inveja ao ver os fenomenais passos do outro.
13- MUDANÇAS DE DIREÇÃO E A ESPADA MÁGICA.
Ainda sobre a total falta de coreografia e coerência na hora das lutas, quando Kane e Deadpool resolvem se enfrentar, ambos se jogam um contra o outro em ataques rasteiros. Deadpool, segurando tortamente sua espada mal desenhada, ganha uma lordose súbita no ultimo painel da página pra no primeiro da próxima estar misteriosamente no ar e sua espada maravilhosa miraculosamente se transformou em uma faca. Um combate mágico!
14- DOMINÓ: A MUTANTE TRANSMORFA!
Na última página da HQ temos um pequeno diálogo entre Deadpool e Dominó. Nessa página descobrimos que Dominó tem uma mutação secundária, ela é uma transmorfa. Isso não é dito, mas fica claro quando vemos que o rosto da personagem muda de forma de um quadro por outro, indo de alongado pra arredondando e voltando pra alongado de novo. Ah, não, pera…esqueci quer era o Liefeld desenhando. Esquece o lance da mutação secundária!
Obviamente que existem outras bizarrices, tosqueirices e outros “ices” nas mais de 100 páginas dessa “graphic novel” mas quis me ater as que mais me agrediram os sertanejos olhos. Não sei se esse troço vai ser lançado no Brasil pela Panini, ela perdeu o timing quando Deadpool 2 foi lançado em 2018, mas perder o timing de lançamentos já é uma tradição da editora. Outra tradição da Panini é vender lixo como se fosse luxo, então não se surpreendam se um dia for anunciado o lançamento capa dura, metalizada e holográfica custando quase R$100.
No mais, fiquem longe desse troço fétido que é Deadpool:Bad Blood, pois já foi mais que comprovado que Deadpool, assim como Cavaleiros do Zodíaco, só resulta em coisa boa quando o seu criador está BEEEEEEEM longe do projeto! Será que devo dar nota já que não li…não, seria injusto. Bem, mas é um obra do “””mestre””” Liefeld, certo? Assim sendo…
NOTA: -10 (Sim, um 10 negativo! VOCÊ MERECE, LIEFELD! BEIJOS DE LUZ!)