Review Revolto: Halloween (2018)

Ou “Halloween: A Noite Da Burrice”.

Antes de mais nada é preciso deixar claro que eu não sou grande fã de “slasher movies” , termo que se dá a filmes de terror onde há um assassino, caso você não o conheça. E não sou  grande fã justamente por serem previsíveis, com roteiros repetitivos, cheio de personagens EXTREMAMENTE BURROS e, principalmente, porque não me assustam de jeito nenhum, o que não justifica a alcunha de “terror” no meu caso. Só consigo achar o minimo de graça nesses filmes quando me dão a oportunidade de brincar de Scooby Doo e tentar adivinhar quem é o assassino misterioso. E nem isso Halloween proporciona…

“Então, por que diabos você foi ver Halloween no cinema, tio Hellbolha?”, você pode perguntar, confuso leitor e leitorete. E a resposta é muito simples! Fui com uma galerinha e tão somente pelo rolê, já que eu profetizei a todos que o filme seria uma merda. E, Jesus Cristo…como eu estava certo…

A história desse novo Halloween começa CAGANDO EM CIMA DE TUDO que foi feito após o primeiro. Eu não vi os filmes anteriores mas dei uma olhada nos trailers de cada um pra ter uma noção do que veria (e caso você queira entender melhor essa cronologia medonha, ouça o GEEKBURGER – SNACK #017 – HALLOWEEN onde o Luis explica melhor). E qual não foi minha surpresa ao ver que agora parece que Michael Myers não é mais irmão da Laurie, personagem de Jamie Lee Curtis, que Josh Hartnett não é mais o filho dela, como mostrado em Halloween: 20 Anos Depois, e que agora ela é uma velha paranoica que tenta proteger sua filha e neta de um perigoso idoso assassino que escapou de uma instituição mental.

Sim, o roteiro é básico e nem sei como me aprofundar nele, já que tem a profundidade de um pires com areia dentro. Ainda assim eu vou tentar e aproveitar pra largar o verbo em tudo de ruim que o filme tem. E, acreditem, não é pouca coisa! Em primeiro lugar temos a personagem de Jamie Lee Curtis, a Laurie, que vive um trauma e uma paranoia que soam extremamente exagerados e forçados! Ela praticamente virou a Sarah Connor e obrigou sua filha a aprender a atirar, lutar (cena que é mostrada com a menina dando dois socos desengonçados num saco de areia, o que só prova que ela ensinou mal e porcamente) entre vária outras técnicas de sobrevivência capengas. Graças a isso ela perde a guarda da filha quando esta completa 12 anos e a garota passa a viver uma vida normal, tem uma filha e faz de tudo pra manter a avó maluca longe da neta.  Agora, 40 anos depois de toda a treta no Halloween de 1978, Michael Myers, que vivia recluso em uma instituição para doentes mentais, está para ser transferido e Laurie fica mais maluca ainda com medo de que ele fuja. E, é claro, é o que acontece.

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Daí em diante temos um festival de clichês nojentos! Temos a adolescente que tem o namorado babaca e machista e vive em um relacionamento abusivo na pele de Allyson, a neta de Laurie. Temos a adolescente que trabalha de babá e que, junto com o namorado maconheiro que sempre aparece na casa onde ela trabalha depois que a criança da vez dorme, estão sempre no cio na pele dos melhores amigos de Alysson. Temos uma penca de policiais burros, pessoas que não trancam as portas, pessoas que estão sozinhas em casa mas ouvem um barulho e ficam dizendo “hello…?” ao invés de se fastarem e chamarem a policia, gente que não sabe correr em linha reta, gente que prefere ficar parada gritando ao invés de correr do idoso assassino etc, etc, etc. Eu sei que é preciso ligar a suspensão de descrença nesse tipo de filme, mas quando a forçação de barra não permite isso, é porque tá tudo errado!

Enquanto o filme ia rolando, eu e a senhora Hellbolha, tomados pelo tédio junto com as outras 15 pessoas que estavam na sala, ficávamos analisando as idiotices pra pelo menos tentar rir um pouco. Mas a forçação de barra do roteiro preguiçoso não nos permitia achar muita graça e o tédio e a raiva começaram a atacar fortemente.  A partir daqui vou começar a listar algumas das IMBECILIDADES presentes nesta MERDA só pra vocês terem uma noção do nível de “Foda-se essa porra! Tô com preguiça.” dos roteiristas.

1- Um senhor está levando seu filho de uns 12 anos para caçar DURANTE A NOITE, sabe-se lá porque. No meio do caminho, encontram um ônibus de presídio, muito similar a um ônibus escolar, aparentemente acidentado no acostamento. O homem para o carro e, mesmo vendo que uns 15 homens  entre 30 e 60 anos com uniformes que parecem de penitenciária e dificilmente seriam aceitos no ensino fundamental, zanzam desorientados pela estrada, ao invés de priorizar a segurança do filho, bem como a própria, e dar uma ré pra fugir dali, ele resolve DESCER DA PORRA DO CARRO PRA OFERECER AJUDA! Obviamente o IMBECIL não volta e o moleque, “jeniaumente”, decide TAMBÉM DESCER DA PORRA DO CARRO pra procurar o pai! Bem, isso é meio justificado, já que era o pai dele e o moleque pelo menos saiu armado do carro. O problema é que ele entra no ônibus e, lá dentro, o psicologo da instituição de onde o ônibus partiu que estava escondido, vê um garoto de uns 12 anos com medo e armado e ao invés de dizer algo como “psiu…ei, garoto…eu estou atrás de um banco, vou sair bem devagar e calmamente, portanto não tenha medo, pois não vou lhe fazer mal” e sair lentamente, ele resolve que é uma ótima ideia PULAR NA FRENTE DO MENINO E GRITAR “HEEEY”. Obviamente este corno leva um tiro! Pena que foi no ombro e não no meio da cara! A seleção natural falhou nessa!

 

2- Obviamente a noticia de que um ônibus com um monte de pessoas com problemas mentais e potencialmente perigosas se espalha pela pequena cidade onde o filme se passa. Logo, todos os cidadão vão ligando pra seus vizinhos e avisando do acontecido. Em uma cena uma mulher recebe uma dessas ligações e, morrendo de preocupação diz ” Eita, porra! Agora fudeu a tabaca de xola! Não, fique fria, nega, que eu vou trancar as porta agorinha mesmo, viu!? Xero na bunda!”. E qual é a primeira coisa que esta infeliz me faz? Tranca a porta? MAS É ÓBVIO QUE NÃO! Ela me fecha A FODENDO PERSIANA DE UMA JANELA MAIOR QUE A PORRA DA PORTA! E nem fecha, na verdade! Ela só faz baixar e fica olhando pra rua através dela! Obviamente que essa IMBECIL perece ante o ataque de vovô Myers!

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3- Sabendo que Michael Myers está solto espalhando medo, horror e desespero pela cidadezinha, um policial (que, aparentemente, estava em algum dos filmes anteriores, já que demoram a mostrar o rosto dele como se tivesse grande importância) recebe um chamado de emergência e, ao invés de passar um rádio chamando reforços, o exército, O BOPE, a SWAT e os Power Rangers, ele resolve deixar quieto e ir cuidar da porcaria do assunto SOZINHO! E toda desgraça pra gente burra é pouca…

Um verdadeiro detetive Pikachu!

4- Em uma cena muito dodói e sem muita lógica, o psicólogo que cuidava de Michael Myers revela que enlouqueceu e ficou completamente fascinado pela figura enigmática de Myers. Ele mata o policial acima citado, salvando Michael da morte e, de quebra, sequestra Allyson colocando-a no banco de trás da viatura junto com um desacordado Myers. No entanto, Michael acaba acordando esmaga o psicólogo contra o volante na base do chute e isso faz com que a viatura pare uns 200 metros a frente de outra viatura onde dois policiais estavam conversando sobre comida. Os policiais prontamente reconhecem a viatura e tentam contato via rádio com o motorista. É nesse momento que descobrimos que ambos são surdos, pois o corpo do psicólogo esta pressionando a buzina, que é  bem alta, e mesmo assim estas dupla de dois tiras não ouve NADA! Claro que ambos vão até lá e, mesmo armados, morrem.

Eis o destino de Fucker and Sucker.

5- Em uma cena, Alysson vê um amigo (que havia acabado de assediá-la…qual o problema desses moleques?) ser morto por Michael Myers por estar acima do peso e não conseguir pular a porcaria de um portão. Muita gente pode argumentar e dizer “ain, mas ele ficou com a capa da fantasia de vampiro presa no portão” e eu já respondo que isso só prova que ele precisava de mais exercício físico pois DAVA PRA RASGAR AQUELA MERDA NUM PUXÃO SÓ, SIM! Em todo caso…Allyson o vê ser morto pelo seu tio-avô que não é mais seu tio-avô e dispara a correr. Myers anda lentamente, como sempre. Ela VÊ que ele anda lentamente e, ao invés de desatar a correr em linha reta o mais rápido que pode até conseguir ajuda, ela resolve parar pra bater na porta das casas!  Bem, de fato isso dá certo e um grupo de mulheres sai em seu auxílio. Mas também daria certo correr com tudo!

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6- A amiga babá está cuidando de um moleque que é, de longe, a melhor coisa desse filme de merda! Aí chega o namorado dela e, quando estão prestes a “FUDÊ ATÉ O TALO, UUUUUH”, o moleque aparece e diz que viu alguém no quarto dele. A babá adolescente diz que vai olhar e o menino larga um genial “MANDA ELE!” apontando pro namorado imbecil, o que só me fez gostar mais desse moleque. Após uma encenação pra gerar jump scare (que são PÉSSIMOS nesse filme, já que são todos nojentamente previsíveis e não funcionam), Michael Myers de fato aparece e ataca a garota. O namorado, que estava na garagem admirando uma moto, ouve os gritos, entra na casa e…ESPERA OS GRITOS PARAREM PRA IR AJUDAR! Sim, o imbecil fica uns 40 segundos pensando “Peraí….isso é grito de quem tá morrendo…ou seja…tem alguém matando ela, né!? Talvez fosse de bom tom ir ajudar minha namorada, não sei…”. A cena é de um retardo tal que você chega a ficar feliz com a morte de ambos!

Esse moleque É FODA! Jibrail Natambu, o nome dessa ferinha!

7- Essa não é bem uma imbecilidade, mas cabe um protesto aqui. Michael Myers é um sacripantas sem um pingo de respeito! Afinal, ele ia matar uma moça no banheiro BEM NO MEIO DA CAGADA DA MENINA! PORRA, MYERS! ESPERA A COITADA TERMINAR! ELA NEM SE LIMPOU, MORREU TODA BREADA, CARALHO!

 

Enfim, esses são só alguns dos MUITOS momentos idiotas que recheiam o filme. Velho, sério…qual o problema de usar um pouquinho de massa cinzenta e escrever situações críveis com personagens com o minimo de inteligencia para morrerem de um forma aceitável, onde o expectador tenha o minimo de certeza de que a vitima fez tudo que pode para escapar ou que foi realmente pega de surpresa? RARÍSSIMOS são os filmes slasher onde esse tipo de esforço por parte dos roteiristas é notado! Eu tenho a impressão que muitos se apoiam nas marcas de sucesso (Halloween, Seta-Feira 13, Pânico) pra empurrar roteiros do nível novela da Record pro público com a certeza do lucro certo. E isso me deixa MUITO PUTO!

Bem, Halloween é um filme de merda, com um roteiro de merda, situações forçosas de merda e uma personagem principal com uma paranoia mais forçosa ainda e que não convence. Se eu indico? Bem…The Room está completo no YouTube  e pelo menos é um roteiro burro divertido, além de ser de graça!

Nota:2,0 (um ponto pelo molequinho que citei no post e do qual espero um spin off focado nele e outro ponto por algumas cenas gore bacaninhas)