Review Dark-Emo: Titãs, Episódio 1

Um baita fan-film!

Olá, jovos e jovas! Sim, eu sei que sábado não é dia de ninguém em seu juízo perfeito está escrevendo posts. Mas, ei…quem disse que eu tenho o juízo perfeito! Isso é tão verdade que, sem nada pra fazer, fui assistir  o primeiro episódio da série dos Titãs lançado pelo exclusivo canal de streaming da DC, o DC Universe.

A história desse primeiro episódio é a seguinte: A adolescente Rachel Roth vive com sua mãe em um pequeno bairro dos EUA. No entanto, Rachel tem algo dentro de si que a faz constantemente perguntar a sua mãe coisas como “Mamãe, porque eu consigo levitar, girar minha cabeça em 360º, vomitar grandes jatos de sopa de ervilha, andar de ponta cabeça pela escada e blasfemar em aramaico?”, perguntas estas pras quais sua mãe parece não ter respostas e, apesar do medo do Pazuzu arteiro dentro da menina, a mulher a ama de verdade.

Enquanto isso,conhecemos Dick Grayson, um policial de Chicago que costumava ser estagiário de um demente que se vestia de morcego nas ruas de Gotham City e resolveu se separar dele pois o mesmo estava se tornando um louco-psicótico-violento. Agora, longe de sua influência tóxica, Dick pode ser um louco-psicótico-violento por conta própria.

Do outro lado do mundo conhecemos uma desmemoriada Kory Anders. Ela acorda dentro de um carro com um motorista morto e cheio de buraco de balas e não faz ideia de onde está, de sua identidade e do porque está usando uma peruca rosa tão furreca.

As histórias de Rachel e Dick irão se cruzar nesse primeiro episódio graças aos poderes do justu das sombras que a menina guarda enquanto descobrimos que Kory é uma psicopata assassina e que esqueceram de colocar o Mutano no meio dessa quizumba toda só pra jogá-lo nos 5 minutos finais.

E essa é a sinopse desse primeiro episódio. Agora vamos as minhas considerações!

Bem, sabe aqueles fan films que a galera faz mas muda o tom da trama pra algo mais realista e violento? Já fizeram isso com Pokémon, Power Rangers e até Mortal Kombat, que já é violento por si mas trouxeram para um contexto mais “real”,que acabou gerando uma web série em duas temporadas mais tarde. Bem, a impressão que se tem vendo esse primeiro episódio de Titãs é de que se trata de mais um fan film desses! O problema é que se, caso fosse um fan film, haveriam várias justificativas que fariam o troço funcionar em 100%. Mas sabendo que é um produto oficial Warner/DC, fica difícil aceitar a maneira equivocada, contraditória e genérica como ela apresenta seus personagens!

Comecemos pela Ravena. De uma personagem que é misteriosa, caladona e de dar medo, ela passa pra uma adolescente que parece ter conseguido uma máquina do tempo e ter saído do ano de 2006, auge da movimento emo, para nossos dias. A menina é triste, meio deprimida (certo, deve ser meio chato ter um demônio dentro de você) e, para se encaixar na cartilha de “personagem adolescente genérico americano” ela também é meio looser, com direito a gostar do capitão do time de futebol americano e tudo o mais. Torná-la o centro da trama pode funcionar a longo prazo? Até pode! Mas me incomodou um pouco a descaracterização da personagem pra jogá-la no viés genérico da “menina esquisitinha looser que tem o demônio dentro dela”.

No entanto, esse incomodo não chegou nem perto do que a caracterização do Robin me causou! Um dos motivos pelo qual o parceirinho mirim do Batman abandona seu bem-feitor é justamente o fato de ele estar adotando métodos violentos demais. Nesse episódio mesmo o próprio Dick Grayson diz isso! O problema é que ele diz isso após aleijar, torturar e até MATAR alguns criminosos durante uma luta num beco! E nem adianta vir dizer “ain, mas ele não matou ninguém ali” porque ele cravou metade do cano de uma arma NA JUGULAR de dois meliantes! Onde que alguém sobrevive 5 minutos com a jugular rasgada? O personagem é uma contradição ambulante!

-Se alguém ainda estiver vivo diga “eu”.
-E-eu…
-Não por muito tempo!
-D-droga…

De positivo temos o fato de que a galera meio que caga pra ele quando ele aparece. O sujeito me cai do céu, os “mal-fazejos” olham pra ele e dizem “Hmm..é só o Robin!” olham pra cima, agora sim, completamente alarmados e me largam um temeroso “Cadê o Batman?”. Aí você pode argumentar “Olhaí! Foi isso que deixou ele tão nervoso e fez ele ficar tão violento! Ele queria ser levado a sério!”, e pode até ser. Mas isso só reforça a contradição a partir do momento em que ele se torna a máquina de aleijar e matar da qual ele tentou se afastar, já que ser associado a esse maluco parecia incomodá-lo tanto! Se o nome do personagem fosse Jason Todd (que VAI parecer na série), eu aceitaria isso numa boa!

-Dick, o Batman mandou avisar que não acredita no viu, que não pode ser verdade uma coisa dessas. Ele disse que você é apenas um menino e que foi ele que te criou!

Aliás, essa luta no beco me DCpcionou um pouco. Eu esperava algo rápido, dinâmico, com grandes planos abertos e uma coreografia bem trabalhada mas me entregam golpes lentos onde você sente o ator se esforçando pra acertar a coreografia, vários cortes e planos fechados pra tentar esconder isso (em vão), e golpes “paias”, sem muita imaginação e fechando com chave de cocô em um bastão em CG que claramente está fora do ângulo da mão que o segura. Uma pena.

https://www.youtube.com/watch?v=0-cAH1tkK5A

Agora vamos a personagem mais polêmica desde que as primeira imagens dessa série foram anunciadas, a Estelar. Antes de mais nada devo voltar a frisar o que eu sempre PRECISO FRISAR, já que algumas pessoas parecem fazer questão de não entender: O PROBLEMA NÃO É A RAÇA DA ATRIZ! Ela ser negra NÃO IMPORTA NEM UM POUCO! Aliás, ele me pareceu ser uma ótima atriz! O problema é a CARACTERIZAÇÃO dela! A roupinha e o jeito de se comportar, entenderam? Isso posto, vamos em frente!

Bem, o meu grande incomodo aqui é que parecem ter se esforçado 0% em tornar a personagem reconhecível para os fãs das HQs. A personagem parece uma mistura de Julia Roberts nos primeiros minutos de Uma Linda Mulher complementada com uma peruca carnavalesca comprada em uma loja de importados administrada por um chinês que vive dizendo “Non tem tloco non”. Sério, não entendi porque vestir a personagem como uma prostituta! Eu evitei falar isso até aqui mas é isso! Ela parece mais uma prostituta do que uma alienígena tentando se encaixar em um mundo movo. Poderia ser um tipo disfarce?Claro que sim, já que o episódio mostra que, por alguma razão que nem mesmo lembra, ela está atrás da Ravena. O grande problema é que as imagens promocionais e trailers mostram que seu estilo de vestimenta não vai mudar! Ao contrário, só vai desandar. Entendam, eu não quero que a personagem corra por aí de maiô! Mas a impressão que eu tive é que o Akiva Goldsman, que escreveu o roteiro junto do Geoff Johns, viu que ela beijava as pessoas pra aprender sua língua nas HQs e pensou “Ela é uma putona!” e seguiu essa equivocada linha de raciocínio ao pé da letra.

 

Quanto ao Mutano…bem…não tenho muito o que dizer! Ele aparece nos minutinhos finais do episódio transformado em um tigre pra roubar um…jogo de vídeo-game! E é isso! Bem, pelo menos ele se transformou em um bicho, coisa que muita gente achava que ele não faria devido ao baixo orçamento dos episódios, pensando até que ele teria poderes do tipo Vixen, que só interioriza as capacidades dos animais. A única coisa que eu achei bem esquisita é que fizeram a cena dele voltando ao normal com uma pegada meio “Um Lobisomem Americano Em Londres” reverso, com ele demonstrando certo desconforto e dor em uma transformação demasiadamente lenta. Mas vamos esperar pra ver.

Saldo final? Bem, eu não diria que é o pior piloto de série de super-heróis que eu vi, Punho de Ferro segue liderando disparado nesse posto. O episódio tem alguns momentos que desagradam, sobretudo quanto a caracterização e o comportamento dos personagens, mas ele passa de ano. Vou continuar acompanhado pois estou curioso pra ver Rapina e Columba, Jason Todd e a Patrulha do Destino. E espero que a série me surpreenda positivamente. Por enquanto, nada de mais por aqui, capitão!

 

Nota: 6,0