Review Ligeiro: On The Ropes
Ou “Betrayal”…sei lá…
Pois é, negadinha, tempos atrás eu fiz um post sobre um filme de ação entupido de artes marciais produzido na Alemanha por um time de dublês chamado Plano B, que a Netflix havia disponibilizado em seu catálogo (caso não tenha visto, você pode ler AQUI). O filme é rápido, cheio de ação, comédia, referências a filmes e músicas dos anos 80 e extremamente divertido. Pois bem, esse mesmo time voltou a se reunir em uma nova produção, dessa vez dirigida ao mercado americano (leia-se “falado em inglês”). Lançado inicialmente sob a alcunha de “Betrayal” (Traição), o filme acabou com o título oficial de On The Ropes (Nas Cordas), talvez porque o título originalmente pensando fosse meio “spoilerento” demais, o que não faz muito sentido já que a tal “traição” está bem explicita em seu trailer.
https://www.youtube.com/watch?v=rLjeQXlX_SE
A trama gira em torno de dois irmão de criação, Jon e Lee, ambos adotados por um chefe da máfia. Jon sempre foi o mais quieto e calmo e não está muito de acordo co a vida que o pai adotivo leva. Já Lee é a raiva em pessoa e quer tomar o controle dos negócios da família assim que seu pai falecer. Acontece que o velho diz que vai passar o controle para Jon, justamente por este ser mais calmo e capaz de tomar decisões difíceis de cabeça fria. Obviamente Lee não concorda muito com a decisão, acaba ,matando o pai adotivo na surdina e arma um plano pra tirar Jon da jogada. Jon acaba sobrevivendo e agora irá buscar vingança e tentará por um fim na vida de crimes em que o pai o envolveu.
Sendo curto e grosso, tudo que Plano B tinha de positivo, em On The Ropes foi jogado no lixo! O grande problema é que Plano B é um filme cômico sobre um grupo de amigos dublês interpretados por…AMIGOS DUBLÊS! O roteiro não era grandes coisas mas dava margem pra cenas hilárias e a interação dos personagens era ótima porque, muito provavelmente, era a mesma interação que eles tinham fora das telas. Resumindo, era um filme que não se levava a sério e, justamente por isso, acabava sendo tão divertido! Já On The Ropes erra justamente por querer ser um filme sério. E o elenco…bem…ele não ajuda em nada! Em Plano B as interpretações galhofas convenciam justamente pelo ar cômico da coisa toda e você sentia que o elenco estava se divertindo, e era justamente isso que acaba te cativando. Em On The Ropes todo mundo tenta ser sério, dramático e profundo… e o resultado é um monte de rostos tão expressivos quanto uma porta falando com a emoção de um tijolo!
O destaque negativo vai para o ator/dublê Phong Giang que interpreta o Lee. O sujeito não muda a entonação da voz em quase nenhuma cena! É quase como esses políticos de interior que leem cartolinas nos horários eleitorais gratuitos. Se uma cena exigia que ele sussurrasse, ele falava em tom de voz normal, se uma cena exigia que ele falasse em tom solene,ele falava em tom de voz normal, se uma cena exigia que ele falasse em tom de voz normal…bem, aí ele obtinha sucesso! Já Can Aidyn, que interpreta Jon, também não é nenhuma Marlon Brandon, mas convence como protagonista de filme de porradaria B (“sei dar porrada mas interpreto como elenco mirim da Record”).
Outro problema GIGANTE é o ritmo do filme. Enquanto Plano B era frenético e entupido de ação e cenas de porradaria quase que non-stop, On The Ropes nos arrasta por uma trama mequetrefe por LOOOOOONGOS 40 minutos antes de a porradaria estancar com força. Sério, o filme tem só 1:27hr e me cansou de uma forma tal que eu comecei a adiantar pedaços depois de uma hora (e pra eu adiantar filme ele precisa estar MUUUUUITO chato). As cenas de ação são até bacanas e bem feitas, como já era esperado, pena que demorem tanto a engrenar.
Enfim, On The Ropes é um filme que promete muita ação, dado o trabalho anterior do time envolvido, mas acaba entregando muito pouco em uma trama que tenta se levar a sério mas acaba soando como episódio ruim de série policial dos anos 90. Agora é esperar pra ver a próxima empreitada do time e torcer pra voltarem pra galhofa da boa e nos entreguem um filme que não canse tanto.
Nota: 6,0
PS: O engraçado desse filme é que vi o poster com o Phong Giang em primeiro plano e achei que fosse um filme chinês genérico. Tudo que conseguia pensar era “Poxa, os caras copiaram a estética do poster de Plano B. Que falta de originalidade”, foi quando resolvi ver o poster mais de perto e percebi que era a mesma galerinha. Aí pensei “Poxa, os caras do Plano B copiaram a estética do próprio poster. Isso não pode ser bom sinal…”. Bem…dito e feito.