Eu poderia dizer tanta coisa sobre um demônio que se veste de freira para aterrorizar um convento usando os medos mais básicos das pessoas que vivem nele e nas proximidades dele. Mas..

eu vou me limitar a dizer que estudei em colégio de freira e a diretora, Irmã Morais, era muito pior que essa freira-demônio do novo filme do “James Wanverse” de Invocação do Mal.

Sim amiguinhos. Sabe o Invocação do Mal? Aquele filmeco de terror boboca que só assustou quem acha que “sentir medo” é tomar sustinho de barulho (os famosos jump scares) e ver vulto passando no espelho. James Wan conseguiu fazer tipo um MCU com essa porra e A Freira é o quinto filme da franquia. É praticamente o Annabelle do Invocação 2. E é ruim igual.

O filme começa com o casal de “caça-fantasmas” enfrentando a freira demoníaca no segundo Invocação, e aí volta pros anos 50, quando uma noviça americana, interpretada pela Taissa Farmiga que, por ser irmã da protagonista do filme original, achei que teria ligação, mas nem teve (foi só nepotismo mesmo), é convocada pelo padre Burke (Demián Bichir) para investigar um suicídio de uma freira num convento da Romênia. Quando os dois chegam lá, vêem que o lugar é super aconchegante, cheio de cruzes “para impedir que a entidade malévola que ali se encontra saia para o mundo”. Por que eles não se olharam e disseram “é… partiu voltar pra América?” tá além da minha capacidade de compreensão.

E esse é o tíquete para o parque de diversões de sustinhos baratos e clichês batidos que só assustam mesmo quem nunca viu um filme de terror decente na vida (ou aquelas pessoas que viram A Bruxa e disseram que não gostaram porque “não dá medo” – leia-se ‘não tem sustinhos baratos). Quem já viu uma quantidade suficiente de terrorezinhos comerciais, vai identificar todas as formuletas, ter zero surpresa na hora do susto e até dar muita risada (meu caso).

Nove entre dez dentistas recomendam… Esquece!

A “entidade malévola” em questão, é um demônio, capiroto maroto, uma espécie de cruza do Marilyn Manson com o Baraka, que curte fazer cross-dressing e se veste de freira pra poder se misturar no convento enquanto busca um receptáculo, um corpitcho pra possuir e chamar de seu, pra poder tocar o terror nesse mundão de meu deus (sem o perdão do trocadilho). Enquanto isso não acontece, ela aterroriza um convento que ninguém em sã consciência entraria, até a noviça e o padre aparecerem para aprontar altas confusões. E o fato de o padre Burke ser bizarramente parecido com o Ash (Evil Dead) não ajuda muito se tua missão for levar essa pérola a sério. As maquiagens de monstrinho e os dentes de tubarão da freira também lembram um pouco o Evil Dead e até coisas mais trash, como Night of the Demons (não, isso não é um elogio).

Enfim, se tua praia é filme de terror bom, A Freira vai ou te fazer rir, ou te deixar furioso de ter gasto teu suado dinheirinho em vão.

Agora, se tu te assustou com Invocação do Mal (sério, cara, COMO?!), vai fundo que essa “joínha” é pra ti. E cuidado quando for assistir filmes de terror realmente assustadores. Faz um check-up no cardiologista antes.