Justiceiro #7
Cheirinho de safadeza!
Existem alguns poucos encadernados lançados na agenda guerreirinha da Panini que eu ainda insisto em comprar. Ultimamente está sendo um genuíno murro em ponta de faca, e cada título comprado pode ser o último daquela série. Recentemente comprei esse encadernado do Justiceiro, estranhei por ser o sétimo, eu realmente não me lembro se o sexto apareceu por estas bandas, mas como está sendo uma leitura ok apenas não acaba sendo algo que me chateou.
Capa bonita, Justiceiro e Demolidor interagindo mais uma vez pra variar, e na contracapa já vem o primeiro sinal de embuste. Esse encadernado é na verdade uma compilação de uma minissérie especial, mais uma entre as trezentas que colocam Matt Murdock e Frank Castle em lados opostos de um dilema moral quanto à lei e punição, nada de novo sob o sol. O responsável pelo roteiro é Charles Soule, responsável pela fase em atual publicação pela Panini, o que leva a outro questionamento: por que essa revista não saiu como Demolidor, então?
A resposta pode ser simples, talvez seja pra não baixar de novo a qualidade da série, que deu uma queda violenta nos dois primeiros volumes escritos pelo Soule. Falando no cidadão, seu método de escrita é muito semelhante a um Monza movido a álcool no inverno, precisa gastar um tempo e um pouco de combustível pra esquentar e seguir em frente. Como essa mini é composta de apenas quatro edições, não houve tempo o bastante, então ela é apenas ruim, não melhora em ponto nenhum e no final você está grato por ter finalmente acabado o sofrimento. E mesmo o roteiro sendo ruim, ele não é a pior parte dessa revista.
Reilly Brown, Mast e Szymon Kudranski. Estou fazendo o exercício diário de decorar esses nomes, pois eu pretendo nunca mais chegar perto de nada que envolva-os. Nem em web comics pornô eu vi desenhos tão horríveis! é uma sucessão de erros tão grandes que eu vou tomar a liberdade de citar grande historiador e filósofo João Carvalho e definir a arte dessa revista como um AVC em câmera lenta. Os desenhos são esteticamente feios, as poses tanto em diálogos quanto cenas de ação são ridículas, as proporções físicas e rostos de personagens se alteram constantemente, a composição da página, posição dos quadros e cenas de impacto são extremamente mal colocadas, essas páginas não um perfeito exemplo do que não deve ser feito.
As últimas páginas do encadernado ficam por conta de uma história curta chamada Semper Fi. Nela Castle, muito ferido, acaba sendo ajudado pela família de um fuzileiro morto em combate a escapar da máfia. O roteiro e assinado por Todd e Elliot Casey, que fazem um bom trabalho até. Os desenhos de Paul Davidson são ok, não são bons mas também não são terríveis, e depois da atrocidade que precede essa páginas acaba sendo até uma experiência agradável. De maneira geral, Justceiro #7 foi um belo desperdício de 22,90 golpinhos. É algo tão ruim que eu tenho vergonha de botar na prateleira e de tentar passar pra frente.