Refused – The Shape of Punk to Come

Coluna nova estreando nessa bagaça, pessoal!

Refused - The Shape Of Punk To Come [Front]

Então amiches, estava eu no QG do SA esses dias atrás fazendo o que sei de melhor: ouvindo música enquanto estou deitado coçando o saco. E foi então, no momento em que o disco de que falarei hoje estava abrindo caminho para meu cérebro através de meus tímpanos que tive essa ideia. Por que não compartilhar com nossos estimados leitores os nossos discos favoritos?

Todo mundo tem alguns discos ou bandas que dão aquela sensação de “Puta merda! É disso que eu tava falando!”. Não necessariamente são discos considerados clássicos e que entram nas milhares de listas idiotas que circulam por aí, são álbuns que mexem contigo de uma forma inesperada. Alguns tem motivo pessoal, quando você cria uma afinidade devido a época ou algo que você estava passando quando o ouviu pela primeira vez, outros simplesmente te deixam embasbacados porque deixam e pronto, no final eles te marcam de alguma forma. E o disco de hoje se enquadra na segunda categoria.

No dia que o Chico Buarque fizer isso eu vou começar a respeitá-lo

No dia que o Chico Buarque fizer isso eu vou começar a respeitá-lo

Um dia eu estava me atualizando sobre as notícias do mundo headbenzi em um site que não vem ao caso quando eu li algo sobre uma banda de hardcore voltando à ativa. Cliquei no artigo movido pela curiosidade e descobri uma banda de hardcore sueca chamada Refused, que durou de 1991 até 1998 e nesse tempo lançou 3 discos e 5 ep’s. Junto da matéria sobre a reunião havia uma bela rasgação de seda em relação ao seu último álbum, The Shape of Punk to Come, lançado 2 meses antes do fim da banda.

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Eita !Aquele ali não é o Vinnie?

De cara o bom e velho preconceito musical do qual estou aprendendo a me livrar aos poucos me fez pensar “por quê raios uma banda de hardcore lá do cu da europa que durou tão pouco tá recebendo essa atenção? E por que essa merda desse álbum está sendo tão elogiado? Não tem como ser grandes coisas, é hardcore, e sueco!”

Como a curiosidade já tava no gás eu resolvi ir na velha e boa baía pirata dar uma conferida no tal disco. Bem, só posso dizer que o nocaute foi tão grande após o play que eu só fui esboçar alguma reação lá pro fim da terceira música. Eu fiquei sem saber o que pensar, de vez em quando vinha um “puta que pariu!” e vácuo novamente.

Mais ou menos assim...

Mais ou menos assim…

Quando você escuta pela primeira vez 3 músicas se destacam: Summerholidays Vs. Punkroutine, The Shape of Punk e New Noise, e não se assuste se você perceber que colocou New Noise no repeat e já perdeu as contas de quantas vezes já escutou, isso deve ser normal, eu acho. Essa é a pérola do disco, a melhor entre ótimas músicas.

Não é um disco de fácil audição, você demora pra se acostumar tanto com a sonoridade característica da banda quanto com as experimentações e mais experimentações em cada faixa. Efeitos de música eletrônica, vinhetas de rádio, violinos, gaita, gritaria, guitarras, gritaria e música explodindo na caixa de som. E a urgência do início dá lugar à uma beleza e calmaria quase que desconcertante na última faixa.

Bem, aconselho que escutem, principalmente aqueles que gostam de hardcore e experimentalismo musical, aqui tem os dois em doses cavalares. Os dois outros álbuns da banda são bons, mas nada que se compare a esse. E eu finalmente entendi que rasgação de seda era aquela.

E aí, gostou? Tem algo do tipo e gostaria de compartilhar conosco? Mandem o texto para contato@superamiches.com que a gente publica! Menos se for Dijavan, porque aí já pedir demais.