Review Revolto : Super Powers vs Novos Deuses – Parte 1
Por que, Panini…? Por que…?
Jack Kirby é o Rei dos quadrinhos…blá,blá,blá…influenciou uma penca de artistas…blá,blá,blá…rasgação de seda beirando o ridículo…blá,blá,blá…bem, já deu pra entender que eu não vou bater nessas mesmas teclas que quem é leitor de quadrinhos está COM O CU DESAPREGUEADO DE SABER! Sim, isso foi um neologismo…foloda-se! Estou revoltado, se não deu pra notar pelo título do post, porra!
Sim, Jack Kirby merece todo e qualquer elogio, do mais leve ao mais exagerado! Mais celebrado que missa aos domingos, o homem completaria 100 décadas em 2017 e, é claro, a Panini não poderia deixar a data passar em branco, certo? Calma lá…eu não responderia positivamente com tanta certeza assim, amichinho e amichinha! A Panini é famosa por ter um timing DE MERDA quando se trata de lançamentos baseado em datas chaves. Um exemplo disso foi quando Logan estava enchendo o cu adamantino dele de dinheiro nos cinemas e a Panini praticamente esperou o filme sair de cartaz pra lançar material especial focado no personagem, o que resultou no lançamento TRAVADAÇO da Coleção Histórica Marvel Wolverine, que além de perder a chance de emparelhar com o filme, ainda teve uns perrengues pra sair as edições 3 e 4.
Pois é…aí chega agosto de 2017 e a Panini anuncia um lançamento especial em comemoração ao centenário do Rei! E não apenas isso! Um de seus trabalhos mais importantes na DC! PORRA, AÍ SIM! Algumas das melhores criações do Kirby surgiram na sua passagem pela DC nos anos 70! O que será que viria? Novos Deuses? Senhor Milagre? Kamandi? Omac? Demon (a revista do Etrigan)? O que viesse era mais do que lucro, afinal, sairia na linha Lendas do Universo DC, a linha mais acessível para a pobraiada (leia-se “eu”) da Panini. E então, que título veio? SUPER “VAI SE FUDER” POWERS! Uma porcaria de historia criada pra vender uma linha de brinquedos produzida nos anos 80 e pra qual o Jack Kirby parecia estar meio que defecando e locomovendo! Sério! Sáporra foi feita muito na má vontade, só pode…
Dividida em duas bostolentas edições, Super Powers, como supracitado, foi produzida para promover os bonequinhos, que no Brasil foram lançados pela estrela e do quais eu tive o Super-Homem (sim, meninada, o Superman se chamava Super-Homem no Brasil. Olha que louco, né?), o qual eu amava de todo coração e foi sumariamente furtado por um delinquente filha de uma puta repleta de gonorreia durante o recreio do colégio onde eu estudava quando era apenas um sertanejo infante, e o Gavião Negro, o qual eu chamava de “Homem-Águia” graças a dublagem do Superamigos, e que tenho até hoje, sofrido e agonizando, como pode ser visto na imagem abaixo.
Sendo um produto puramente “marquetistico” (mais neologismo pr’ocês), eu não esperava uma fodendo história incrivelmente revolucionária e que me revelaria os verdadeiros ensinamentos do Cristo Rei nas suas intricadas entrelinhas. Não! Eu esperava mesmo uma história simples. O que eu não esperava era que, em meio a tantas grandes obras do senhor Kirby, A PANINI FOSSE ME ESCOLHER A MAIS BOSTOLENTA PRA HOMENAGEAR ALGUÉM QUE MERECIA TÃO MAIS! E isso nem é o pior! O pior é que me pegam a obra em que o Kirby TEVE MENOS PARTICIPAÇÃO CRIATIVA NA CACETA TODA! Porra! A primeira edição tem 4 dos seus 5 capítulos desenhada por um maluco chamado Adrian Gozales, um maluco tão qualquer nota que se você escrever o nome dele no google vai encontrar mais informações sobre um jogador de baseball homônimo do que do infeliz propriamente dito!
Já o roteiro do Kirby…nossa! Ele tava preguiçoso aqui, viu! Tão preguiçoso que quando chega nas últimas 3 páginas você quase consegue ouvir um “Tá bom! Chega! Sáporra acabou e pronto!” de tão brusco e cretino que é o final. A história dessa primeira edição? Ah, certo…é o seguinte: Darkseid organiza um torneio pra escolher quatro novos generais (ou coisa que o valha) e lhes dá uma parcela de seus poderes por motivos de “porque sim”. Ao invés de invadir a Terra e chutar a bunda da Liga da Justiça (que estava em “modo Superamigos”, com todo mundo alegre e sorridente, sobretudo o Batman, o Cavaleiro da Alegria), eles decidem dar parte dos seus recém adquiridos poderes aos “”””maiores vilões da Terra”””” para que eles pudessem derrotar os heróis das maneiras mais imbecis e canastronas que pudessem conceber. Esses “”””maiores vilões da Terra”””” são Coringa, Pinguim, Lex Luthor e Brainiac (o único que tem justificativa pra estar nesta bosta de lista). Daí pra frente são lutas imbecis, momentos vergonha alheia, um Coringa que mais parece uma boneca inflável já que parece não conseguir fechar a boca (cortesia do desenhista Adrian Gonzales), uma impressão bostolenta da Panini que trás várias páginas com a pintura “embaçada” (fica parecendo aqueles desenhos 3D que tem um fantasma azul e vermelho ao redor e você tem que colocar um óculos de papel celofane pra ver, saca?) e o Aquaman passando vergonha a história inteira (ou seja, em seu estado natural). Jack Kirby só desenha as 23 páginas finais das 132 que compõe o encadernado, mas aí você já não está mais no clima pra achar isso maneiro.
Aí vem a segunda edição. Essa sim, desenhada pelo Rei e com roteiros do Paul Kupperberg. Mais uma vez um roteiro simples e infantil, como esperado. No entanto, conseguiu me surpreender! Sim, porque eu não imaginei que sofreria tanto pra chegar no fim de uma HQ que eu já sabia que não devia esperar muito! QUE TROÇO CHATO!
Na trama, Darkseid envia 5 sementes gigantes que se acoplaram ao solo Terrestre e cujo as raízes estão se dirigindo ao seu núcleo, o que causará uma imensa explosão e transformará nosso planeta em uma cópia exata de Apokolips. A Liga da Justiça prontamente entra em ação. Mas o que eles não sabem é que quando atacadas as tais sementes absorvem a força dos ataques dos heróis se tonando muito mais resistentes além de criar um portal que suga o grupo pra diferentes locais no tempo. Assim sendo, alguns vão pra pré-história, outros pra Inglaterra medieval e outros para um futuro onde Darkseid alcançou seus objetivos.
A historia é chatinha e cheia de inconsistências. A pior delas é: se as sementes absorvem os poderes dos heróis, que diabo de poderes elas iriam absorver do Batman e do Robin, que são só dois doidos da porra vestidos como participantes de RuPaul’s Drag Race? Já os desenhos…bem…devo dizer, com extremo pesar, que Jack Kirby não parecia lá muito inspirado! Se você já leu outros materiais do Rei vai sacar na hora o que eu quero dizer. Tudo parece feito as pressas e sem aquele tom de grandiosidade que ele sempre trazia as suas obras. A prova cabal disso é que em muitos momentos não existe cenário nas cenas. Ou seja, a única coisa que garantia um pouco de credibilidade a essa edição estava em um nível tristemente baixo.
Um fato que é importante citar aqui, só pra mostrar mais uma vez a cagada que a Panini fez, é que esse segundo encadernado se passa exatamente após o fim da graphic novel The Hunger Dogs, de apenas 48 paginetas e MUITO MELHOR DESENHADA por Kirby, e nem esse pequeno pedaço da história eles tiveram a decência de incluir em nenhum dos dois encadernados. Parabéns, Panini!
Depois de escolher esse material fedorento pra homenagear o Rei em seu centenário, a Panini lançou uma enquete perguntando o que mais os fãs queriam ver publicado por aqui, dessa vez com títulos que faziam jus a grandiosidade das obras de Kirby. No entanto, e muito provavelmente percebendo que tinham feito cagada, a Panini veio com uma historinha de “só vamos trazer mais material do Rei se Lendas do Universo DC Super Powers vender bem, hein?!”. Sim, A PANINI ESTAVA FAZENDO CHANTAGENZINHA NA CARA DURA PRA AMENIZAR A CATINGA DA CAGADA QUE FEZ!
Pois é, já estamos na metade de 2018 e a Panini, após mais e mais presepadas, como o aumento ABSURDO de seus quadrinhos, não lançou mais nada com o nome Jack Kirby na capa. A enquete que eles fizeram pra ver o que o publico queria? Devem ter imprimido e transformado no porta-copos de alguém, sei lá. O fato é que, se sair material do Rei com coisas que os fãs querem ver DE VERDADE dessa vez, certamente será em um encadernado capa dura revoltantemente ultra-caro, pois essa é a realidade atual do mundos dos quadrinhos no Brasil, onde ler um bom gibizinho deixou de ser um passatempo e passou a ser indicador de status pra uma meia-dúzia de abastados (e “abestados”) sem senso critico e noção de lógica que prezam mais por uma instante bonita e fotinhas de ostentação nas redes sociais do que aproveitar o simples e gostoso prazer de se ler uma história divertida. Mas nem tudo está perdido! E na parte dois deste post vou não apenas mostrar que teve editora com mais tino pra lançar obras do Rei que a Panini como vou mostrar também por que Jack Kirby fez por merecer o título de Rei. Até lá!