Review Toriyamico 2: Kajika!
Não, não é um mangá sobre um alimento derivado do milho…
Olá, jovos e jovas! Depois de dar minhas impressões sobre Sand Land AQUI, vamos ao segundo dos três mangás de Akira Toriyama que adquiri recentemente e que pretendo resenhar um por um. E hoje falarei sobre Kajika, um mangá com uma pegada mais próxima ao famigerado Dragon Ball!
Kajika é um garoto meio humano meio raposa. Mas, não…Kajika não nasceu assim! Ele foi amaldiçoado! Tudo aconteceu por que Kajika, membro de um clã chamado Kawa, os quais são dotados de uma incrível força, era um moleque pentelho e ruim feito filme do Michael Bay. O moleque usava a força proveniente de sua raça só pra fazer o mal! Certo dia, Kajika resolve matar uma raposa esmagada com uma pedra maior que cabeça de cearense por motivos de “por que sim”. Indignada com sua morte sem sentido, o espirito da raposa joga uma maldição em Kajika que acaba ganhando uma calda e orelhas pontudas e tal aparência o faz ser expulso de seu clã. Por ainda ser um moleque , o espirito da raposa se compadece de Kajika e revela que ele poderá ter sua forma humana assim que salvar mil vidas em oposição a todo o mal que causou e, de quebra, resolve acompanhar Kajika afim de monitorá-lo. E é aí que a história começa de verdade…
O mangá já começa com Kajika um pouco mais velho (acho que pré-adolescente, já que sua idade não é revelada) e com a marca de 990 vidas salvas, faltando apenas 10 para fechar a conta e passar a régua. É quando Kajika e Gigi (o espirito da raposa), avistam uma menina sendo atacada por bandidos de terno branco. Eles parecem querer um tal “ovo” que a menina carrega consigo. Kajika resolve intervir, salva a garota, usa seus dons para tirar o mal dos bandidos (sim, ele faz um tipo de exorcismo a base de pesco-tapas) mas acaba entrando em uma baita roubada sem saber.
Acontece que o que a garota levava era um ovo de dragão, o quais haviam sido extintos, sendo aquele o ultimo remanescente da espécie. A garota, a qual se chama Haya, estava levando o ovo até uma ilha onde há um laboratório que cuidaria para fazer a espécie ressurgir. Mas Haya não é o posso de virtudes que aparenta, tudo que ela quer é a recompensa de 2 milhões de dons (moeda corrente no mundo deles e letra de funk no nosso). Os homens que a perseguiam foram mandados por um bandido milionário e “curtidor da delicia” chamado Gibachi, o qual quer o ovo de dragão por causa de uma lenda. A lenda diz que quem beber o sangue de um bebê dragão em seu primeiro dia de vida ganhará poderes inimagináveis. Haya, muito “feladaputamente”, dá um jeito de fazer com que Kajika, inocente que só ele, leve o ovo até o laboratório e, no processo, atraia a atenção de Gibachi e seus asseclas, tirando o seu da reta.
Gibachi, sabendo da falha de seus homens e descobrindo que Kajika, que é um famoso caçador de recompensas nas horas vagas (ele ajuda as pessoas prendendo bandidos e ganha uns trocados pra se manter, nada mais justo), manda um perigoso e poderoso mercenário no encalço do menino raposa. Seu nome é Isaza…e ele também era um membro do clã Kawa. Agora o bicho vai pegar…
Se você, assim como eu, ler Kajika após ler Sand Land, ou mesmo após ler Dragon Ball, vai notar que a arte está mais simples. Não, ela não está pior, apenas menos detalhada, isso se deu ao fato de que Akira Toriyama o produziu todo sozinho, sem a ajuda de assistentes, apenas do seu computador e, vez ou outra, de sua esposa, como ele mesmo explica ao fim da edição. O resultado é uma arte-final mais grossa e sem variações de espessura, a ausência de cenários ao fundo sempre que possível e um personagem principal com feições mais simples. Mas, por mais simples que aparente, ainda é Toriyama e sua arte ainda tem todas as características que a tornam admirável.
Confesso que não sabia da existência de Kajika até vê-lo na prateleira da feira de livros na qual o comprei, apesar de ele ter sido lançado em 2007 pela Conrad. No entanto, assim que o folheei antes de comprar, ele me chamou mais atenção até do que Sand land. E devo dizer que, sim, eu me divertir um pouco mais com Kajika do que com Sand Land! Ambos são muito divertidos, mas enquanto Sand Land é um “road movie” que traz aquele ar de comédia e aventura de Dragon Ball, Kajika vai muito mais longe no que tange a absorver o espirito das aventuras de Goku e sua turma. Suas similaridades são muitas, a começar pelo protagonista de uma raça diferente e que ostenta um estranho rabo, seguido pela menina que busca um objetivo e não tem receio em se aproveitar do protagonista para alcançá-los, com o vilão que tem um pequeno exército para caçar o herói vindo logo atrás, os companheiros incomuns na fila e, claro, o perigoso vilão stalker super-poderoso que não pode faltar. É Toriyama se copiando? É! Mas ele o faz com estilo e consegue empregar todo um novo ar a sua trama batida graças ao carisma que consegue injetar ao seus personagens!
Quanto ao trabalho de diagramação da Conrad, que foi o grande ponto fraco em Sand Land com suas mutilações nas bordas das páginas…aqui o problema ainda permanece, mas em muito menor escala, o que acaba não te tirando da trama pra ficar mentalmente reclamando das cagadas da Conrad, como aconteceu comigo tantas e tantas vezes durante a leitura de Sand Land.
No mais, Kajika é um mangá de aventura com porradaria muitíssimo divertido e que eu recomendo demais pra quem é fãs de Dragon Ball, de Toriyama em geral ou de um bom mangá com historinha fechadinha pra divertir. E divertir é uma tarefa que ele cumpre com méritos!
Nota:8,5