ELA 2049
DO ANDROIDS DREAM OF HOLOGRAPHIC WAIFU? (meio que tem spoiler)
AMICHES! Fui isturdias em companhia de momolada aos cinematógrafos conferir o filme BLADE RUNNER 2049, que é sabidamente a continuação do aclamado filme com ares de cult ELA (2013).
Antes de tudo… leiam ESTE TEXTO do Godoka sobre o livro de ovelhas elétricas… e também leiam este OUTRO TEXTO do Godoka por motivos de porque sim.
Em ELA – filme vencedêro do Surfista Prateado de Ouro por melhor roteiro originoso com a participação de Joaquim Phoenix, Scarlet Johanson Pelada Pornor, ex funcionária do House, Starlord, Lois Lane e grande elenco – o solitário escritor Theodore se apaixona perdidamente pelo sistema operacional do seu celulatron. As singularidades dessa incomum relação amorosa entre o homem e um algoritmo é explorada durante exaustivas duas horas de minha vida que não voltam mais (obrigado, Natalli). O filme ganhou ares de neo-cult pós-moderno pré-techno-punk-apocalíptico (isso eu confesso que estou inventando… palavras a esmo mesmo e foda-se) por evocar uma reflexão acerca da interação da humanidonha e o desenvolvimento tecnológico. Bonito isso… bonito. Mas foram duas horas, Natalli. Duas horas.
Pois bem, quatro anos depois o diretor Denis Villeneuve tenta fazer brotar uma franquia do premiado filme do cara que se apaixona pela Siri (não a Siri pornstar)… e olha… o fez com maestria incrível. Nesta continuação de Ela, a trama antes leve e arrastada no primeiro filme mostra-se agora frenética e cheia de ação. Num futuro futurístico a Umanidonha foi capaz de fazer coisas muito mais elaboradas que um Dispositivo de Graham Bell que acessa putaria na internet: a coisa evoluiu para carros voadores, guarda-chuvas sabre de luz da 25 de março, roupas comuns e androides robôs geneticamente modificados sem glúten. Doidera esse negócio de futuro.
Na trama de Blade Runner 2049 o androide filho da puta Agente K (é MIB ssaporra?) ganha diodos caçando replicantes foragidos. (((E faz isso pois não tem consciência de classe enquanto proletário e enquanto androide))). Sim: Ryan Gosling é um replicante que caça replicantes. É que no caso ele é originário de uma linhagem de replicantes mais “amigáveis” com os humanos e por isso caça os modelos antigos ainda à solta por aí.
Sendo replicante num mundo humano decadente, K encontra refúgio nos braços holográficos de sua waifu Joi (Ana de Armas). Isso em muito lembra o primeiro filme, em que o protagonista interage de forma romântica com um algoritmo “etéreo”. Mas em Blade Runner 2049 as relações entre nucleotídeos e códigos binários é ainda mais intensa. Villeneuve nos apresenta uma intrincada indagação: “DO ANDROIDS DREAM OF ELETRICAL SARRADA?”. E a coisa não para por aí, como veremos mais à frente.
A vida de K muda radicalmente depois de dar um enquadro na boca de vermes do replicante Dave Bautista (uma ótima sequência de ação, diga-se de passagem). K se depara com uma questão tão absurda que de tão absurda e improvável, é chamada de “milagre”: aparentemente uma criança nasceu da relação entre um humano e um androide. E é aí que Blade Runner 2049 consegue superar seu antecessor de 2013 ao colocar o questionamento entre as relações humanas e a tecnologia num novo e ousado patamar.
Tal “milagre” representa em si uma ideia muito perigosa para uns… e uma oportunidade valiosa para outros. No caso, o fato de replicantes estarem originando vida pode provocar um questionamento poderoso em seu papel até então de submissão em relação aos humanos. Por outro lado, tal fato pode revolucionar o próprio modo de se produzir tais seres nas linhas de montagem das indústrias Blind Joker. Desse modo, a criança oriunda do trim humano na glub robótica passa a ser caçada tanto pela puliça (interessada em manter o status quo) como pela mega corporação do Jóker (para incrementar a produção e alavancar os lucros). E cabe a K encontrar tal criança que pode ser até mesmo… ele próprio! Ou não.
Bem, antes de finalizar esta verborragia nonsense, quero denunciar que diversos sites estão comparando Blade Runner 2049 com Blade Runner (filme de ficção científica cult neo noir de 1982 dirigido por Ridley Scott). “Blade Runner 2049” é um nome um tanto excêntrico – verdade seja dita – para a sequência se comparado com o nome “Ela” do primeiro filme. Sinceramente não entendo o motivo de tal confusão. Contudo, sou um cara humilde e digo que nem sempre estou com a razão. Se eu estiver equivocado de alguma maneira, então devo dizer que Blade Runner 2049 deixa muito a desejar como uma continuação de Blade Runner, mostrando-se dispensável e constituindo apenas uma triste tentativa de se fazer caraminguás… agora… como continuação de Ela… porra… É UM FILME DO CARALHO!!
No mais, fico no aguardo de Blade Runner 2069 (a paródia pornô – com Ryan Gosling metendo violentamente em um holograma) e de Blade Runner 2059 que nada mais será que uma continuação de Planeta dos Macacos – mas com replicantes.