Review Revolts: Grandes Astros Batman e Robin.

Batman+ Frank Miller = O que pode dar errado?

No caso de Grandes Astros Batman e Robin, TUDO!

Como posso definir esta singular obra…? Talvez…como uma MONTANHA RUSSA DE EMOÇÕES! Sendo que os pontos altos causam apenas raiva e os baixos variam entre a completa indignação e a total depressão. Como diabos Frank Miller pode ter chegado à isso, meu Jesus…?

Se você leu este troço, sabe muito bem do que eu estou falando. Agora, se você é uma pessoa serelepe e feliz que ainda acredita que Frank Miller, o cara que praticamente redefiniu o Batman e o tornou o vigilante soturno que conhecemos , JAMAIS poderia errar com o personagem com o qual criou clássicos absolutos (Ano Um e O Cavaleiro das Trevas), este post serve de alerta para que você se mantenha longe dessa bomba e continue uma criança feliz e sorridente. Agora, vamos a análise…e que Odin me ajude…

 

“Deus me livre! Quero ler algo dessa qualidade mais não!”

A ideia básica da série Grandes Astros (All Satr, no original) era criar histórias com os chavões da DC sem se prender a cronologia, quase como um Terra Um só que com um universo já pré estabelecido, sem a necessidade de recontar origens pela 498ª vez. Isso rendeu o aclamado Grandes Astros Superman, do Grant Morrison em parceria com o ótimo Frank Quitely. No entanto, antes desse novo clássico dos quadrinhos surgir, veio a empreitada de tentar dar uma nova cara ao morcego pelas mãos de dois caras que tiveram passagens de sucesso em sua história. Com isso uniram o já citado Frank Miller e o chinês de Tóquio, Jim Lee, que vinha de uma passagem de sucesso na mini-série Silêncio ao lado de Jeph Loeb, o homem de um roteiro só (sério, Silêncio, O Longo Dia das Bruxas e Vitória Sombria tem o mesmo maldito esqueleto: Batman enfrenta TODOS os vilões de sua galeria até encontrar o verdadeiro culpado, um novo vilão que ninguém conhece e não dará A MINIMA nos anos que se seguirão).

Com isso, Frank Miller decidiu que ambientaria sua história um ano após Ano Um e ainda faria conexões com O Cavaleiro das Trevas. Como isso poderia dar errado! Era a EQUAÇÃO PERFEITA! Porém, a DC não contava com um Frank Miller dodói da cabeça que levaria o conceito do Batman extremista de O Cavaleiro das Trevas a um nível que deixaria o personagem IRRECONHECÍVEL!

"Olha o que eu achei no chão! UM ÓRFÃO!"

“Olha o que eu achei no chão! UM ÓRFÃO!”

Pra que você entenda melhor, vamos ao plot básico. Em Grandes Astros Batman e Robin temos a história de origem do Menino Prodígio e veremos o mundo do homem morcego através de seus pequenos olhos de moleque prestes a se vestir de duende afim de saciar as fantasias loucas de um lunático que brinca de vigilante. Tudo começa quando os pais de Dick Grayson são assassinados diante de seus olhos e de toda uma platéia durante uma apresentação em um circo. Após isso, o moleque é levado por policiais que, na verdade, querem dar fim a ele numa especie de queima de arquivo. No entanto, os “tiras” são seguidos por Alfred e Vick Vale, a repórter. E quando o moleque ia ser morto, morcegos aparecem e atacam os policiais, seguidos pelo Batmóvel que ESTRAÇALHA a viatura E O CARRO EM QUE ALFRED E VICK VALE ESTÃO, fato esse que QUASE LEVA A REPÓRTER À MORTE!!! ESSA PORRA DESSE BATMAN JÁ COMEÇA TODO ERRADO!!!

Está ANTA destrói o carro com Alfred e Vick Vale dentro. Ou isso prova que morcegos são cegos ou que o Batmané DOIDO! Fico com a segunda opção...

Está ANTA destrói o carro com Alfred e Vick Vale dentro. Ou isso prova que morcegos são cegos ou que o Batmané DOIDO! Fico com a segunda opção…

Daí pra frente é uma série de erros que fariam inveja a Zack Snyder! Temos um Batman infantiloide, com sérios traços de demência e com algumas tiradas que o fazem parecer um pedófilo em potencial!  Como em um momento no começo da história onde ele e Vick Vale assistem os Grayson Voadores e ele confessa pra garota que está de olho em Dick Grayson há meses e, quando questionado do por que, responde “O talento me atraí” com um sorrisinho estranho nos lábios. Se eu fosse ela já dizia “Falou, Michael Jackson” e saia batido, chamando as autoridades logo em seguida afim de manter a integridade do brioco da criança. Mas ela NEM LIGA!

"Hmmm...um pedófilo em potencial? Meu faro jornalístico diz que esse é pra casar!"

“Hmmm…um pedófilo em potencial? Meu faro jornalístico diz que esse é pra casar!”

Depois disso temos uma longa viagem com o Batman ao lado de Dick Grayson no Batmóvel onde o Morcego Maluco faz questão de fazer terror psicológico com o moleque durante todo o trajeto, dizendo que ele vai para o inferno e deve estar preparado. Tudo isso enquanto atropela policiais à rodo morrendo de rir e dizendo “Ah, você vai gostar disso, garoto”. Pra completar, o Cavaleiro do Gardenal tem variações de humor dentro do veículo, indo da raiva a depressão em segundos, e tudo isso analisado pelo pequeno Grayson que parece ter diploma de psicologia e nos não sabíamos!

A coisa só vai ladeira abaixo nas edições a seguir, nos apresentando uma Canário Negro que se inspira no Batman de um modo tal que também é psicótica (e ladra), um embrião da Liga da Justiça formado por uma Mulher Maravilha que odeia todo mundo, um Superman que detesta o Batman, um Lanterna Verde que é considerado o imbecil supremo pelo Batman, e o Homem Borracha que nem fede nem cheira, já que não faz ABSOLUTAMENTE NENHUMA DIFERENÇA PRA HISTÓRIA! Sem falar que não é o membro da Liga que os leitores escolheriam pra fazer parte de uma primeira equipe…

Lhes apresento a LIGA DA JUSTIÇA! Que sonho de equipe...

Lhes apresento a LIGA DA JUSTIÇA! Que sonho de equipe…

Outros momentos medonhos que pontuam essa “perola” são um Superman que é forçado pelo Batman a ir buscar um médico francês afim de salvar a Vick Vale que ELE MESMO quase matou, no entanto o azulão ao invés de voar vai…CORRENDO SOBRE AS ÁGUAS em uma das cenas mais IDIOTAS da HQ. Temos uma Batgirl que é apresentada e devidamente esquecida assim que põe o uniforme (com design claramente criado pelo Miller, que tem um fetiche estranho por brincos exagerados) só voltando na décima edição, graças ao excesso de sub-plots idiotas na trama. AH, e temos a cereja do bolo de merda…o Coringa!

 Introduzido rápida e unicamente na oitava edição, o Coringa nos é apresentado como um serial killer com um aparente charme irresistível para as mulheres (como a personagem em que ele passa a pistola de palhaço faz questão de frisar), bombadinho, tatuado e…melancólico. Esse Coringa te lembra alguém? Vou dar só uma dica…
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Se ele é o Batman são contrapontos, aqui eles continuam sendo, só que de forma estranhamente invertida, já que temos um Batman que GARGALHA (isso mesmo, você não leu errado) enquanto ataca a bandidagem. E não é pouco! A impressão que se tem é que esse é um “else world” onde o Coringa teve os pais mortos em um beco e o Batman era um ex-comediante que enlouqueceu. É um cabaré de xola!
Coringa: O sedutor deprimido.

Coringa: O sedutor deprimido.

Batman: O mongolão risonho.

Batman: O mongolão risonho.

Em geral, a história é uma deturpação total de Miller com um dos personagens que o jogou ao estrelato. Temos um Batman que NENHUM fã quer ver. um Batman que é babaca, arrogante, imbecil, que não liga para as consequências dos seus atos (vide Vick Vale), que pratica abuso infantil achando que é a coisa certa a se fazer por uma criança em luto, que faz piadinhas a cada 5 minutos…ou seja, é basicamente o Batman do Zack Snyder. Tanto que é aqui que o Batman lança uma das frases do filme, que é “Nós sempre fomos criminosos”. Nada…eu disse NADA, me tira da cabeça que o Batman do universo DC nos cinemas havia, inicialmente, baseado nessa versão medonha. O Coringa é a prova maior dessa budega. Mas, ao que parece, os fãs mostraram que eles estavam usando merda pra tentar erigir seu castelo de morcegos lucrativos…

Grandes Astros Batman e Robin é uma verdadeira afronta a mitologia do Morcegão e aos fãs. Não sei o que Frank Miller tinha na cabeça (fora o monte de merda que gerou Holly Terror, que também seria uma história do Batman) mas ele conseguiu, nessas 10 edições, destruir TUDO que havia construído de icônico em Batman Ano Um e O Cavaleiro das Trevas. Se você é fã do personagem, saiba que tudo que leu aqui é só a ponto do iceberg de fezes que é essa imbecilidade. Você só terá uma real noção da série de equívocos que essa história é caso se arrisque a ler as 10 edições dessa porcaria que, graças a Odin, Frank Miller deixou INCOMPLETA! Estavam programadas 16 edições dessa bosta fumegante que, piedosamente, não foram para frente. Por que imagino como esse troço teria acabado…

Talvez assim...?

Talvez assim…?

Quanto a arte, se você é fã de Jim Lee vai adorar. Já se você não gosta da arte do homem de um traço só, acredite…com um roteiro tão podre você não vai nem se incomodar com ela.

Pra terminar, eu tive o desprazer de ler recentemente uma critica onde um cara DEFENDIA ADOROSAMENTE Grande Astros Batman e Robin com o argumento IMBECIL de que “É do Frank Miller e ele pode fazer o que ele quiser”. Sim, ele pode fazer o que ele quiser se deixarem, mas isso não torna qualquer lixo que ele lance uma maravilha instantânea. Frank Miller não dá uma dentro desde o inicio dos anos 2000 e aceitar qualquer coisa com o que o cara faça só por que ele teve uma era de ouro nos anos 80 é viver do passado. É como aquela arte da Mulher Maravilha que ele fez para o post da CCXP, onde um monte de gente encontrou significados absurdos no rabisco só pra justificar um desenho ruim de um cara por quem são apaixonados. Os desenhos do Miller já estavam ruins desde O Cavaleiro das Trevas 2 e, hoje em dia, podem ser justificados apenas pelo estado de saúde do sujeito, não é vergonha admitir isso. Porém a fase genial do Miller já passou e também não é vergonha admitir isso. Vamos continuar admirando o sujeito por suas obras que são imortais dentro do universo dos quadrinhos, mas usar glórias do passado pra justificar erros do presente é enganar a si próprio. E com uma mentira bem meia boca.
Arte de Miller para Grandes Astros Batman e Robin.

Arte de Miller para Grandes Astros Batman e Robin.

A famigerada arte de Miller para a CCXP 2015 que deu tanto o que falar. Sabe o que ambas tem em comum? São apenas desenhos ruins, sem significado oculto algum! ACEITEM!

A famigerada arte de Miller para a CCXP 2015 que deu tanto o que falar. Sabe o que ambas tem em comum? São apenas desenhos ruins, sem significado oculto algum! ACEITEM!

Enfim, se você é fã do Batman, PASSE LONGE de Grandes Astros Batman e Robin. Ou não…leia! Já vi gente que é fã do morcegão e adora esse troço pelas mesmas razões que geraram defesas absurdas ao poster da Mulher Maravilha acima, coisas como “Ah, é uma sátira inteligente do Miller ao Batman” ou “Ah, é uma critica a atual indústria de quadrinhos”. Cada um interpreta (ou mente pra si mesmo) como preferir. O importante é ler e julgar por si mesmo. Pra mim, é só uma história HORRENDA de um cara que perdeu a mão feio.

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