Saravá metal

Como começar?

Scott Snyder, sem parentesco com o outro, está cuidando das historias do Morcegão já há algum tempo. E nesse interim, tem feito aquela de colocar pistas de uma grande historia durante o run, bem à conta gotas. Algo que, se feito de forma errada, pode levar à Imperios Secretos.

Durante seu trampo com a DC, Snyder parece ter desenvolvido o hábito de ler tudo possivel e imaginável sobre a editora. Sabe aquela coisa maluca de caras como Grant Morrison, Kurt Busiek e Mark Waid? Algo assim.

Vamos ver o que temos até agora.

Foram lançadas duas revistas que serviriam como prévia da saga em si, A Forja e A Fundição.

Em  DARK DAYS:THE FORGE, vemos o arqueologo Carter Hall buscando respostas, o Batman escondendo uma instalação de pesquisas da Wayne Corp, o Guardião do Universo, Ganthet, dando uma missão para Hal Jordan, a volta do Sr Incrivel, outros rostos meio sumidos e mais algumas coisas.

Em DARK DAYS:THE CASTING, temos o Batman buscando ajuda da Mulher Maravilha e a resolução da missão do Lanterna Verde, o que leva a uma explicação sobre a origem dos meta-humanos e a necessidade de ter um programa que escreva mais caracteres.

E aí começa DARK NIGHTS, a série principal, onde aparece novamente o mapa do Multiverso como em Multiversidade. Mas com um detalhe e um ponto chave. A parte de trás do mapa. Segundo a teoria, haveria um Multiverso Sombrio, oposto ao outro. Não como a Terra 3 do Sindicato do Crime, mas algo realmente feito de outra máteria.

E sim, no primeiro numero está o Tengen Toppa Justice League. E é glorioso.

Poderia ser melhor desenhado? Absolutamente. Mas a ideia é linda.

Na base de tudo está o Metal Enésimo, o metal misterioso que é a fonte de poder das asas do Gavião Negro.

O Enésimo sempre foi mais um elemento de trama do que algo definido. Ele tinha um monte de capacidades, dependendo da necessidade da história. Voo, capacidade de anular magia, capacidade de gerar calor, regenerar o usuário ou impedir a regeneração num alvo, aumentar a força fisica, enfim, uma caralhada de coisas. Os anéis de voo da Legiao dos Super Herois são feitos com uma liga de Enésimo, o Valorium.

O nome “Metal” para a saga não é à toa. Todos os metais malucos da DC vão sendo referenciados, como o Electro, usado pela Corte das Corujas, o Dionesio, entre outros.

Uma diferença que notei é que não é preciso ler as tie-ins para entender a história, pelo menos até aqui. Alguns são interessantes de ver, como as que serão usadas para revelar as origens dos Dark Knights, como o que apareceu primeiro, Red Death, o Batimá com os poderes do Flash.

Mas para quem interessar possa, vai aí o checklist, para aqueles complecionistas ou os que não tem TOC.

Também não é absolutamente preciso conhecimento enciclopédico da DC, embora seja aconselhável, para poder pegar todas as referencias, como a Tribo do Urso, das velhas, muito velhas, histórias do Anthro, da onde surgiu aquela parada das Tribos. Os Falcões Negros, Renegados, Desafiadores do Desconhecido, o Starman Will Payton. O passeio que o Batman fez pela história, cortesia da Sanção Omega de Darkseid em Crise Final é meio que o estopim da coisa toda.

Partes da história tem uma vibe meio de “Mitos de Cthullu”, um grande terror cósmico se infiltrando ali, permeia alguns momentos realmente sinistros, de forma muito bem feita.

Nem tudo são flores claro, há pedaços ruins, como as mudanças, de novo, na mitologia do Gavião Negro e da Mulher Gavião e no status daquele guri que anda trabalhando com o Batman já há algum tempo, Duke Thomas. As reações aos Dark Knights, os Batman alterados do Dark Multiverse também são variadas.

E não tem como dizer que a cronologia da DC não se tornou confusa nos ultimos anos. Como em confusa pra caralho se você parar pra pensar. Essa historia não veio pra ajudar muito. Nem parece ser a intenção ao menos. Só lembrando também que essa historia não tem relação com as outras coisas como Doomsday Clock por exemplo.

Embora já tenham afirmado que depois da saga haverão novos gibis num novo selo

Mas até agora tem sido interessante e pelo que tenho visto, a reação anda sendo positiva. Deve ajudar o fato que que não é uma alegoria politica enfiada na goela do leitor. Como disse Scott Snyder, é só uma celebração daquelas histórias malucas. É basicamente uma historia do Batman, como fio condutor da coisa toda então os haters podem sair pela porta lateral à sua esquerda. Muito obrigado.

A DC parece ter resolvido seguir o caminho oposto da Marvel nessa saga, então não está oferecendo milhares de capas variantes, o que força as lojas à encomendarem um monte de revistas só por causa da capa e o preço das edições não é abusivo, pelo que falam lá fora.

Falando em capas, que coisa foda.

Ah sim. Sugiro também uma ouvida na playlist do Snyder no Spotify, em  #dcmetal. Está realmente mui buena.